As férias e o seu benefício
Escreve quem sabe
2019-05-11 às 06h00
Não é fácil poupar é um dogma que tem de ser quebrado para bem de cada um de nós e do país em que vivemos
Frequentemente ouvimos dizer que os rendimentos que as pessoas (ler famílias) auferem são insuficientes na maioria das vezes para gerar poupança. Sublinha-se então que os salários são baixos, não permitindo acomodar espaço para a poupança.
Contudo, tal não é verdade em muitos casos. Poupar é, sobretudo uma questão de atitude que depende essencialmente de força de vontade e opções de vida. De facto, normalmente as pessoas adotam um estilo de vida em função dos rendimentos. Se ganham mais, gastam mais. É um pouco como fumar e querer deixar esse hábito. É uma questão de querer verdadeiramente.
Contudo, a poupança é decisiva para o desenvolvimento das sociedades e a manutenção do estilo de vida. Se queremos viver numa sociedade desenvolvida e se quisermos manter o mesmo estilo de vida que temos hoje quando nor reformarmos devemos canalizar uma parte dos rendimentos para a poupança.
As taxas de poupança das famílias portuguesas estão em níveis historicamente baixos (apenas 4,4% do rendimento das famílias foi canalizado para o aforro em 2018. Esta taxa era muito superior nos anos 70 ou 80 do século passado. Ao nível da União Europeia a taxa de poupança das famílias em 2018 rondou os 12%).
É evidente que o Estado também tem um papel importante a desempenhar neste campo, mas parece que o Estado anda desatento ou, no mínimo, mais preocupado com outros aspetos do funcionamento da economia, o que é mau, porque as Famílias podem desemepenhar um papel importante na alavancagem da economia.
Se o Estado quiser incrementar a poupança das Famílias há pelo menos dois sinais que pode dar: 1) criar ou dinamizar a criação de produtos de poupança atrativos; 2) reduzir a tributação sobre a poupança das Famílias.
Ora, olhando para o nosso país, facilmente se constata que o Estado não faz nenhuma das duas. Por um lado, os produtos de poupança tradicionais destinados às Famílias têm niveis de rendibilidade muito baixos, logo pouco atrativos. Na realidade, as taxas de juro dos depósitos a prazo disponibilizados pela generalidade dos Bancos continuam historicamente baixas (é normal um depósito a prazo ser remunerado hoje com uma taxa de 0,05%, sim leu bem, 0,05%). Também os instrumentos de capitalização públicos, como os certificados de aforro ou as obrigações do tesouro possuem uma rentabilidade baixa, face à taxa de inflação e aos períodos elevados de maturidade associados. Por outro lado, o regime de tributação dos produtos de poupança, que prevê em muitos casos uma tributação automática de 28% dos rendimentos, convenhamos que não é muito incentivadora da poupança.
Porém, estes não devem ser os únicos referenciais de poupança que devemos possuir. Devemos poupar para poder fazer face a uma despesa inesperada (uma obra em casa, por exemplo) ou a um infortúnio de vida momentãneo (doença ou desemprego são bons exemplos, perdoe-se o eufemismo). Devemos poupar para, na reforma, poder ter ou manter o mesmo nível de vida que se tem hoje. Existem, na verdade, muitas razões para poupar, descubra uma que faça sentido para si.
Para começar convém estabelecer um objetivo fácil de atingir. Por exemplo, criar uma poupança de €1.000. Quando atingir esse valor transforme-o num produto de poupança e “esqueça-se” que ele existe, ou seja, não ceda à tentação de lhe mexer, senão desaparece e volta tudo à estaca zero. Se conseguir dar este pequeno passo, poderá de seguida estabelecer novas metas mais ambiciosas ou não.
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