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Quando há perigo, avançam os bombeiros

Braga - Concelho mais Liberal de Portugal

Quando há perigo, avançam os bombeiros

Ideias

2021-01-24 às 06h00

Joaquim da Silva Gomes Joaquim da Silva Gomes

Neste tempo em que somos assolados por uma pandemia nunca será demais um agradecimento a todos quantos estão na linha da frente ao seu combate. É um tempo estranho, marcado por um vírus que nos vem destruindo, como pessoas e como sociedade, mas que não podemos deixar de o combater com um espírito de resistência e de resiliência.
De todos os que se encontram na linha da frente, há a destacar, obviamente, aqueles que se encontram nos hospitais (os médicos, os enfermeiros e os diferentes assistentes técnicos e operacionais). A pressão sobre estes profissionais está expressa no desaparecimento de uma enfermeira do Hospital de Santa Maria, encontrada sem vida, esta sexta-feira, junto à sua casa. Uma amiga referiu que esta andava cansada, exausta, com um quadro associado a um “burn out"!

No entanto, a pressão do momento que vivemos reflete-se também em outros operacionais da nossa sociedade, nos quais temos, necessariamente, de englobar as corporações de bombeiros.
Quem não se lembra do ambiente aterrador que marcou o transporte dos primeiros doentes, logo em março de 2020, infetados por Covid 19, por parte dos bombeiros? Vivia-se, então, uma enorme incerteza, um enorme receio, acerca do que este vírus poderia provocar, sendo então os socorristas os primeiros a avançar na assistência a estas pessoas!
Nos últimos meses, no último ano, este cenário em nada mudou, tendo antes vindo a agravar-se a cada dia que passa.

Assim, nos últimos dias, temos assistido a filas de ambulâncias à espera de ordem de entrada nos hospitais. Nessas ambulâncias são transportados doentes, muitos em estado grave, e que aguardam a sua vez para darem entrada nas urgências ou em outras valências hospitalares. Essas ambulâncias são, geralmente, conduzidas por bombeiros, os primeiros a socorrerem os doentes, mas também a conduzirem essas pessoas até às unidades hospitalares. À entrada dos hospitais esses profissionais aguardam horas, longas horas, dentro das viaturas de emergência, até serem atendidos.
Aos bombeiros pedimos que estejam na linha da frente na ajuda aos doentes infetados por este vírus. Mas aos bombeiros pedimos também que sejam os primeiros na ajuda a outras pessoas, a outras situações, a outros acidentes. Refiro-me aqui ao socorro às populações em diferentes áreas, nomeadamente inundações, desabamentos ou incêndios.

Este é o papel que tem sido desempenhado pelas diferentes corporações de bombeiros do país e da nossa região. E neste contexto quero aqui deixar um agradecimento a todas essas corporações de bombeiros, da região e do país, na entidade dos Bombeiros Sapadores de Braga.
A Companhia de Bombeiros Sapadores, criada em 1799, resultou de um pedido do arcebispo de Braga, D. Gaspar de Bragança, ao rei D. João VI, para que existisse em Braga bombeiros expressamente formados para garantirem a segurança de pessoas e bens neste concelho.
A partir desse ano, esta corporação foi crescendo, propiciando também aos profissionais mais e melhor formação no socorro às populações.

“Vida por vida” é um dos lemas centrais dos bombeiros portugueses. E foi exatamente no espírito deste lema que os Bombeiros Sapadores de Braga fizeram jus, na madrugada de 11 de janeiro, deste ano, quando se depararam com um incêndio num prédio em Braga.
Eram cerca das três horas da manhã de segunda-feira, quando um incêndio deflagrou num prédio, na freguesia de S. Vicente. Passados poucos minutos, após o alerta, logo compareceram vários operacionais dos Bombeiros Sapadores de Braga, que fizeram um trabalho de excelência na evacuação das pessoas que viviam nesse prédio.
Quem vive situações de extremo perigo, associado à impotência do momento e à incapacidade de sozinhas nada poderem fazer para enfrentar o fogo, perante o deflagrar das chamas, que se aproximavam das suas habitações, o medo, a angústia e o desespero apoderam-se, naturalmente, de qualquer vítima, por muito forte e resistente que seja. Neste cenário, o papel dos bombeiros reveste-se de enorme importância.

Nessa madrugada gélida, estes profissionais acabaram por proteger várias habitações, vários pertences, mas, principalmente, vidas que passaram por minutos de absoluto desespero. Louvável foi, também, o contributo de outras corporações, nomeadamente os Bombeiros Voluntários de Braga, os Bombeiros Voluntários de Vila Verde, os Bombeiros Voluntários Famalicenses, a Cruz Vermelha Portuguesa e a Proteção Civil Municipal. São assim os bombeiros portugueses: onde há perigo, todos ajudam!
Normalmente, só damos valor às pessoas ou às instituições, quando as perdemos ou quando mais necessitamos delas. Ora, é nesse ponto que entram os bombeiros, como salvaguarda da segurança de todos. São estes que ajudam a manter a calma, a esperança e a luz num desfecho positivo.
Quando há perigo, são os bombeiros os primeiros a avançar.

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