A pandemia, a transição digital e a nova gestão pública
Ideias
2020-02-02 às 06h00
Portugal palpita com a eleição do novo líder do CDS – estaremos perante uma reconfiguração da direita, penderemos para um extremar de posições? Corre o noticiário, na arenga do paladino julgo ouvir «Na Justiça, seremos fortes com os fracos.». Caio estarrecido. Quero não atingir o que se pretenda com o chavão, quero vê-lo como algo de estagnado, desprovido de sentido. Morre-me um Chico nos braços, ao primeiro vagido.
E tu, Passos, à fresca de que Rio incitas a direita a que se una, para fazer avançar as reformas de que Portugal tanto precisa? Não execraram, os teus fieis – se teus são, se algo tu és –, a tácita abertura de Rio ao PS, para que o maná das reformas pudesse cair dos céus? Não foi Rio ridicularizado por todos os comentadores mais um? A direita paralítica em que te inseres, ó Passos, até que impasses se arrastará pelos próprios pés?
Já lá vai a fanfarronice de Montenegro. Perdeu por poucos, no confronto eleitoral, e por mais perdeu ao falar em excesso, quando impôs ao líder a obrigação de unir o partido. Não há confronto no reino animal em que o derrotado não baixe a crista, não enrole rabinho, não bata em retirada com modéstia. Montenegro é de espécie casmurra. Presta, o perdedor que põe as suas forças ao serviço daquele que o suplanta, que se conforma à condução e que, nenhum cargo tendo, nenhum louvor recolhendo, contribui anonimamente para a desobstrução do consulado que para si quis, mas que por democrática deliberação a outro tocou. Bem sei que o dilema talvez seja difícil de resolver: quanto mais Montenegro contribua para o sucesso de Rio, tão menos provável é que o poder lhe caia no colo, no imediato. Outra verdade se impõe, porém: quão menos o PSD recupere, por força da tortuosa missão de Rio, tanto mais degradado será o partido que Montenegro e seus acólitos venham a herdar. Mas isso não faz mossa.
Com tanta coisa importante a passar-se, pois não é que tudo me parece de grau segundo, por comparação com a vitória do Braga, veja-se lá, na taça da liga, prova até mal-amada. E logo contra o Porto, esse cabo das tormentas aqui ao lado, e depois de passar o Sporting a ferro. E, como se o desplante não bastasse, sob o comando de um treinador que clamam não o ser, um penetra no fim de contas. E bem jogou, o Braga, digam o que disserem. Não há como um provinciano para acreditar em davides, por possantes que os golias não se afigurem. Tanto sofre um bracarense, por norma, que até uma vitória receia festejar a preceito. É como se dissesse, vou celebrar o quê, com que entusiasmo, se passado amanhã regresso às frustrações de anteontem, por muito que, no vira o disco e toca o mesmo do Salvador, não venha a modinha bailada do título nacional?
O Braga não está condenado a construir planteis com jogadores assustadiços, de rangue inferior. Sabíamos, e não é de agora, que por Braga passam treinadores que vingam, que por cá atingem uma maturidade que os projecta para cima e para lá das fronteiras nacionais. Mais do que preparado por receita infalível e consequente, um êxito nacional do Braga virá de mansinho, a reboque de meia dúzia de jogadores que inesperadamente se descubram muito acima dos créditos correntes, sob os auspícios de um treinador que saiba o que os outros sabem, mas com uma pontinha a mais de rasgo, com uma pitada a mais de espírito aglutinador, e com essa centelha de sorte que faz com que uma bola entre e outra ressalte para fora. De campeão, mesmo, para já, só os acessos para as passeatas à Pedreira o não são. Haja quem faça melhor.
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