Passo a passo, as organizações educativas foram aderindo a projetos diversificados e focados no desenvolvimento de competências necessárias para a completa formação dos jovens, envolvendo cada vez mais e mais elementos das comunidades escolares, contribuindo para a construção de uma escola verdadeiramente inclusiva, aberta à interculturalidade, à diversidade e à tolerância.
É através da partilha de experiências, do confronto de modelos de gestão, de operacionalização de recursos, da imple-mentação de práticas pedagógicas e de desenvolvimento de programas que se descobrem caminhos que nos permitem chegar a todos os alunos, compreendendo que a individualidade requer formas diferentes de abordar os conteúdos, de explorar matérias e materiais, de entender o mundo, de crescer completa e harmoniosamente.
Em cada escola, em cada contexto, é cada vez mais valorizado o envolvimento dos elementos da comunidade, das autarquias, dos técnicos de saúde e assistência social, das famílias, para chegar a todos os alunos. A escola de hoje não pode ser encarada como uma estrutura em que os únicos agentes são os alunos, os assistentes e os professores. Toda a comunidade, com particular destaque para os encarregados de educação, é fundamental para a elaboração de programas educativos adaptados a cada aluno de modo a que se potenciem cenários de atuação em que cada um, na sua especificidade e individualidade, dê o melhor de si próprio como aluno e como cidadão.
Sabendo que os constrangimentos se sucedem e nos fazem, por vezes, vacilar, é importante encontrar e debater modelos, dificuldades comuns, sair da escola, da cidade, do país, perceber outras realidades, confrontar ideias, vivenciar outros modus operandi para nos permitirmos um posicionamento perante a diferença, ajuizando do que fazemos, do como fazemos e de como queremos fazer.
Participar em projetos europeus, envolvendo escolas de diferentes países, alunos dos mais diversos contextos sociais e culturais, professores integrados em sistemas educativos com perspetivas diferentes, promove o questionamento contínuo, a reflexão, a adequação de práticas inclusivas capazes de dotar de oportunidades todos os contextos escolares. Portugal, França, Itália, Grécia e Roménia partilharam, nesta semana de final de novembro, no âmbito de um projeto Erasmus+, as suas realidades, os mecanismos sociais e académicos de suporte à inclusão dos alunos, desenvolvendo atividades conjuntas, explorando e partilhando os recursos envolvidos para dar resposta à diversidade crescente de todas as escolas da Europa.
Constata-se a distinção da aposta de cada país, a diferença na distribuição de recursos às escolas para poderem dar respostas adequadas. Há países com grande investimento. Há países que se encontram no início do caminho, a arrancar procedimentos, a aprender com os outros. Portugal, não estando na linha da frente, tem um caminho que abre oportunidades de inclusão e de que já tanto nos orgulha!
Os intercâmbios entre escolas europeias são experiências extraordinárias, fatores de enriquecimento e aperfeiçoamento das pessoas e das instituições, são caminhos incontornáveis que, uma vez percorridos, deixam o seu traço.
Assim se desenvolve uma Europa que se quer cada vez mais unida na sua diversidade, determinada na construção da tolerância e da Paz. Como afirma Confúcio, “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.”