Correio do Minho

Braga, sábado

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Profissionais e profissionalões

Maximinos: Educação Projetada para o Futuro

Ideias

2012-04-27 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Falta ainda muito tempo para as eleições presidenciais mas a verdade é que há figuras, alguns figurantes e certos figurões do nosso mundo político cujos nomes, de uma forma directa ou indirecta, já vêm sendo lançados como potenciais presidentes, sendo certo que alguns deles, retardando habilmente a resposta às perguntas ou insinuações feitas, de todo não excluem a ideia de uma candidatura. Até porque não resistem à badalação e à ânsia de chegar a tal patamar da profissionalização política.
Há dias ouvimos o sempre inefável Marcelo desviar a resposta à observação que lhe fora feita pelo amigo Júlio sobre uma eventual candidatura face à sua recente nomeação para um alto e responsável cargo de especial espectro e de algum modo incompatível, fugindo habilidosamente com o rabo à seringa, como é vulgar dizer-se, ainda que deixando-nos a certeza de que a hipótese não estará totalmente posta de parte.
Não ignorando nem minorizando as muitas qualidades e jogos de cintura deste afamado professor de engenhosa e fácil comunicação e comentador profissional, de igual modo não esquecemos o seu longo trajecto político onde nos permitimos sublinhar a presidência do PSD e a sua posição de conselheiro do Estado. Mas no entanto dois pequenos pormenores não deixam de nos perturbar: quem “funcionaria” como primeira dama em Belém e qual a protecção para os seus usuais e badalados banhos no mar? A senhora actualmente apresentada como eterna namorada? Nadadores-polícias?
Quanto a Santana Lopes, um nome de igual modo falado entre outras não menos inefáveis figuras, aliás sempre muito badalado na imprensa cor de rosa, o problema da primeira dama seria de fácil e rápido preenchimento face a toda uma experimentada maleabilidade e vivência em questões amorosas, e o certo é que ele continua a andar por aí, como aliás já o disse, e de modo algum se põe de fora de tal temática. Sendo de todos conhecidas as suas evolução e apetência para a vida política e a sua capacidade para a profissionalização, a hipótese até tem pernas para andar. Configurando um boneco “sempre em pé” face a algumas episódicas e conhecidas vicissitudes, de modo nenhum é possível esquecer os seus meteóricos lampejos no PSD, a sua presença em vários governos, o seu passado de primeiro ministro e as suas capacidades como autarca e comentador político, isso para além de um incontornável jogo de cintura na sobrevivência. Aliás com todo um manancial de virtualidades e de evoluções que se alarga desde autarca a presidente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
Mas há outros, como o António Costa, antigo deputado, secretário de Estado, ministro, parlamentar europeu e actual Presidente da Câmara de Lisboa que aquando da apresentação do seu livro “Caminho Aberto” não se coibiu de dizer “tenho pelo menos mais 20 anos para trabalhar”, dando assim inequívocos sinais de disponibilidade para mais altos voos, como então se escreveu. Aliás há mesmo quem já o aponte como o próximo homem do PS a Belém, e com a bênção de Seguro, a quem inteligentemente não hostilizou na corrida à presidência do partido, sendo manifesta toda uma certa maleabilidade e contida prudência nos seus arquejos de comentador, autarca e socialista.
Na verdade no seio dos socialistas apenas haverá Guterres, aliás muito referenciado pelos guterristas quanto às suas qualidades, bonomia, peso político e valência face a toda uma anterior experiência governamental, conhecimentos e posição no seio da ONU e internacionalmente. Uma relevância política extra-fronteiras em que de igual modo está mergulhado o Barroso, na CEE, este ainda que de outra cor mas também falado, sendo inquestionável estarmos perante duas figuras profissionais da política que até já foram primeiros ministros. O último, note-se, apoiado pelos barrosistas, mas ambos à espera do oportuno empurrão.
Tendo feito da política uma profissão, ainda que mesclada aqui e ali por uma ou outra actividade menos apelativa e rentável e algumas vicissitudes, qualquer dessas personalidades têm vindo a suscitar referências e expectativas, para já não se aludir ao Carlos Carvalhas, ex-CGTP, logo referenciado como presenciável para certa faixa política aquando da sua substituição na central sindical.
Aliás estamos perante “profissionalões” da política que vieram ao mundo com o 25 de Abril e se iniciaram bem cedo nas juventudes partidárias e noutros painéis de intervenção sócio-política, sendo certo que algumas outras figuras como os Basílios, os Jerónimos, os recentes Coelhos e Nobres e mais alguns, não foram além de esotéricos e episódicos “pontos e vírgulas” no trajecto histórico do país. Onde os “profissionalões”, “reformados” e outros da política, mesmo sem atingirem a Presidência da República, vêm fruindo e bem da projecção havida com reformas doiradas e lugares de proventos.
Nas “corridas” presidenciais, note-se, para além das figuras lançadas para a arena por certos partidos, impõe-se-nos todavia ainda referir e sublinhar o hoje tão “assanhado” Basílio Horta e o “extravagante” Freitas Amaral, ambos ex do mesmo clã, cujos trajectos políticos mostram bem os seus jogos de cintura, virtualidades e ginástica na esfera do profissionalismo político.
Aliás todos eles uns sabidos “profissionalões” para quem o fausto, a aura, o renome, a importância e os holofotes públicos fazem parte intrínseca de suas vidas e em que continuam imersos, sempre à espera de um outro e qualquer momento de glória e de projecção, e se possível com mais e melhores proventos!...
Claro que não enumeramos como presidenciáveis o Constâncio, agora em Frankfurt, já que se nos afigura que as suas inércia e inacção, e consequente irresponsabilidade, à frente do Banco de Portugal deixou marcas na opinião e no bolso dos cidadãos que de modo nenhum esquecem o caso do BPN e não compreendem o “prémio” da ida para o BCE. E quanto a Sócrates, diga-se, a quem na hora da saída do governo se apontou Belém como sua próxima e futura meta, estamos em crer que aquando do lançamento das candidaturas presidenciais ainda não terá concluído os seus estudos em Paris, uma cidade que, segundo se julga, não tem qualquer sucursal da Universidade Independente para exames aos domingos e cursos por correspondência.
Mas é bem possível que possam ocorrer grandes “movidas” na ”noite” do PS e o Seguro seja “abafado” por socráticos “resistentes” ou por qualquer “camarada”soarista ou sampaista. Tudo gente boa, claro, e sem quaisquer pretensões políticas !...

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