‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Voz à Saúde
2023-07-01 às 06h00
O Verão já chegou e com ele, temperaturas muito altas. O Santo António festejou-se num misto de chuva e sol, o São João e São Pedro, com muito calor, o que levou as pessoas a exporem-se demasiado e abruptamente ao sol, na praia e esplanadas, provavelmente sem prévia preparação e a horas inapropriadas aos intensos e agressivos raios solares.
Todos nós nos expomos em demasia ao “Rei Sol”, correndo o risco de sofrermos uma queimadura dérmica. Assim, numa prespectiva de prevenção, pretendemos deixar nesta crónica, alguns ensinamentos sobre prevenção e protecção de “queimaduras solares”.
A nossa pele é o maior órgão do corpo humano. Este órgão é constituído por 3 camadas: a “Epiderme” de média espessura (face externa), a “Derme” de maior espessura, é a camada intermédia e a “Hipoderme”, é a camada de menor espessura e a mais profunda.
A nossa pele é um órgão sensível, protector e a primeira barreira às agressividades que sofremos, quer sejam através de radiações ambientais, químicas ou outras, nomeadamente, pela agressividade e traumatismo que as roupas, que diariamente usamos, nos provocam (costuras duras, roupas apertadas, muitos fios e fibras sintéticas), os detergentes e sabões que usamos quer na lavagem das roupas, quer na nossa higiene pessoal e por exposição ao Sol e poluentes. A pele é elástica, tem um brilho próprio e tem várias tonalidades, conforme a raça, a matriz genética, a geografia onde vivemos ou somos oriundos e a quantidade de melanina que cada indivíduo possui na sua constituição orgânica. Em média a pele mede +/- 2 m2 e pesa entre 4 e 9 Kg (claro está que, um bebé não possui tanta área corporal e por isso também mede e pesa menos. No inverso, uma pessoa obesa e com grande área corporal alcança limites superiores destes valores).
A pele precisa de ser bem hidratada para manter todas as suas características saudáveis e de protecção. Esta hidratação pode ser de forma “mecânica” por aplicação manual de cremes e líquidos hidratantes, ou de forma sistémica, com a ingestão de líquidos, principalmente de água e sumos naturais e o consumo de frutas e legumes variados.
Relativamente às radiações solares, estas são, em simultâneo, através de radiações de raios UV (ultravioletas), que se dividem em 3 tipos: A,B e C, conforme o seu comprimento de onda. Ora vejamos:
UVA – É o mais nocivo. Afecta a “Derme”. Penetra mais profundamente na pele, causa envelhecimento e pode provocar cancro da pele, alergias e manchas. Incide na nossa pele mesmo com chuva, névoa ou neve. 95% das radiações solares têm composição dos raios UVA.
UVB – Afecta a “Epiderme”. É o responsável pelos “vermelhões”, ardência e queimaduras solares. É mais intenso entre as 9 e as 16 horas. Penetra facilmente na pele e contribuem com 5% na composição das radiações.
UVC – São bloqueados pela camada de ozono e filtrados pela atmosfera terrestre.
Quanto ao Sol, sabemos sobejamente que é muito importante para a Saúde. Ele, “Rei Sol”, contribui para a síntese da vitamina D, fortalece os ossos e articulações, melhora o humor, cria condições e aumenta o bem estar das pessoas e ajuda a regular os ciclos do sono. Contudo, há algumas regras simples, mas importantes para nos prevenirmos da exposição solar, para que esta não seja nefasta, nomeadamente na praia. Quando a sombra é pequena, é sinal que o Sol está no seu ponto mais alto (a “pique”), por isso sinal de muita intensidade – Perigo. Quando a sombra é maior, sinal que o Sol já mudou a sua orientação, os raios solares já são oblíquos e por isso, menos perigoso. Há um “relógio solar” que deve ser utilizado: horas perigosas entre as 12 e as 16 horas; Perigo intermédio, entre as 11 e 12 horas e 16 e 17 horas. Horas apropriadas/ideais: antes das 11 horas e depois das 17 horas.
Nestes dias de praia e exposição solar, devemos considerar sempre o uso e aplicação de protector solar. Mesmo em dias nublados, deve ser aplicado, como atrás verificamos pela penetração dos raios solares. O protector solar deverá ser aplicado cerca de 30 minutos antes de sair de casa, aplicado no corpo todo e reaplicar de 2 em 2 horas. Reaplicar depois do banho ou de alguma actividade desenvolvida. O protector solar a aplicar, em cada pessoa, tem de ser de acordo com as características da nossa pele e das indicações do fabricante, sendo certo que para as crianças, deve ser sempre o protector com índice de protecção 50+ (cinquenta mais). Devemos ter particular atenção na aplicação no nariz e orelhas e deixar estas áreas bem protegidas. Merecem especial referência, as grávidas, quer na exposição solar, quer no uso de produtos e protectores solares. Outro factor a ter em atenção é o reflexo e a dispersão que os raios solares sofrem, quer na água, quer na areia, porque os raios UV dispersam-se desordenadamente.
Como sabemos que o SOL não tira férias, devemos apostar na protecção usando roupa simples, arejada e de preferência com o menor número possível de fibras sintéticas.
O ideal é vestuário de algodão e de cores claras. Beber muitos líquidos, nomeadamente água e frutos naturais, comer fruta e legumes variados, usar óculos com protecção UV e guarda-sol, de preferência com material reflector ou de duplo tecto. Dedicar especial atenção, quer nas ondas de calor, quer nos períodos de maior intensidade, às crianças, grávidas e idosos.
A prevenção e o conhecimento são sempre armas que devemos ter à mão e fazer uso deles. Tenham umas boas férias, mas protejam-se, porque o Sol não tira férias e as lesões cutâneas são muito dolorosas e podem desenvolver problemas /doenças oncológicas.
Divirtam-se, com prevenção!
01 Outubro 2024
17 Setembro 2024
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