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Presunções a mais

Ideias

2019-10-04 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

No momento actual, e perante a gravidade e a realidade de certos casos e suas circunstâncias, o que nos resta e vem sendo dito são tão só afirmações inócuas e irrelevantes, sempre invocando-se a figura das meras «presunções». Imputam-se casos, referem-se factos, apontam-se posições e atitudes mas de imediato se limita ou mitiga um qualquer juízo de valor dizendo-se logo que até haver condenação e certeza o alvo de tais imputações se presume inocente, envolvendo-se assim o «atingido» e os factos no mero celofane das «presunções». Simples presunções de «negação» ou de afastamento de uma qualquer e concreta culpa ou autoria, ainda que a realidade e a normalidade do que se imputa dificilmente possam ultrapassar o natural pensar e sentir de quem vivencia o dia a dia e suas ocorrências num quadro de coerência e sequência em habitualidade. Mormente tratando-se de casos políticos.
Aliás sabe-se e tem-se até a experiência de que todo o político, quemquer que seja e tenha a «cor» que tiver, por sua própria natureza, naturais circunstãncias e modo de vida, será sempre uma «personalidade especial», «um animal esquisito» e uma «figura “sui generis”» já que por norma toda a sua acção e procedimento em concreto se envolvem e se desenrolam num alargado mundo de «presunções», tanto mais que é habitual e usual serem sempre questionadas e postas em crise as suas próprias «seriedade», «honorabilidade», «veracidade», «honestidade», «honradez», «realidade», «carácter» e «verdade» do que diz ou nega e das «posição» e «personalidade» que assume. Naturalmente sempre gerando e alimentando reservas e dúvidas e deixando o povo por norma «enrolado» em interrogações e desconfianças a seu respeito e questionando sempre a verdade ou realidade do que diz ou afirma, ainda que o faça com o ar mais sério e aparentemente rigoroso. Aliás, aproximando-se um período eleitoral, cresce e avoluma-se o mundo das «presunções» e tudo se questiona, desde a verdade à realidade do que se diz e se promete, como de todo resulta de toda uma vivência bem experimentada.
Na verdade, focando-nos na nossa já longa estória política e de falcatruas, e processos em curso, vêm-nos à memória os Sócrates, S.Silva, Pinhos, Salgados, Varas, Granadeiros e muitos e muitos outros que têm vindo a usufruir de «presunções de inocência» em relação a toda uma multidão de crimes, ilicitudes e outras ilegalidades e falcatruas que lhe têm sido atribuídos, podendo dizer-se que são em número reduzido os que, graças a uma condenação, viram esboroar-se tal presunção. E se isto é a realidade, o certo é que não nos debruçaremos aqui e agora sobre os casos da Hortense e suas alheiras, dos problemas de «A Teia» e da «Rota Final», etc., ainda a «marinar» em investigações em curso e a revolutear no pó das trafulhices e das diligências. A contento de muitos, diga-se e admita-se porque o tempo faz esquecer muita coisa. No entanto, note-se, importará dizer-se que infelizmente ainda há muita «gente» cuja untuosidade, habilidade, naturalidade e normalidade políticas e de função não conseguem «libertar-se» nem «escapar» a «juízos» e «pensares» maldosos(!) do povo, que nem sempre será um «crente» e «cego» convicto. Aliás, ainda vingam muitas dúvidas, reservas e interrogações sobre uma eventual «presunção de inocência» de Costa e de Marcelo quanto ao caso de Tancos e comportamento, acção e palavras do então ministro da defesa e arguido na tramóia da PJM. Tendo-nos apenas nas normalidade e realidade dum quadro de vida legal e funcional, é difícil perceber e aceitar que ambos «não tenham tido nenhum conhecimento» do que se ia e foi passando nas reuniões do governo e nos serviços da Casa Militar, em Belém, para mais sendo tão instante o caso Tancos e tenham ocorrrido mudanças esquisitas nos quadros militares. Pelo que, ficcionando-se, dir-se-á que ambos gozarão, quanto ao seu desconhecimento, de uma «eventual» presunção de inocência, tal como Costa a terá quanto à afirmação de que nunca soube nem de nada se apercebera quanto ao ocorrido com Sócrates e outros, aliás “congeminado e engendrado” com outra «malta» do PS.
Costa, que muito tardou em demarcar-se de Sócrates e do seu núcleo clubístico, embora «acolhendo» e «dando voz» no seu governo a muitos elementos de tal claque, curiosamente foi muito mais rápido a afastar-de do afirmado pela Ana Gomes que punha em causa o seu Benfica. Aliás uma entidade desportiva compaginada e «irmanada» com o governo, que até já se permite contestar e alegar inconstitucionalidades. E depois lá surgirão os Saragoças com o seu séquito em defesa do clube, esperando-se tão só que os casos do Rangel, dos favores e dos emails não se percam entre os “canaviais” dos morgadios, das simpatias e ... das dúvidas da Ana Peres. É que as presunções, mesmo de desonestidade, favor, jeito ou de conveniência eventualmente também podem ser acolhidas e adoptadas por outras entidades, até então tidas por isentas e intocáveis, sendo certo que muitas dúvidas e interrogações não deixam de surgir e de provocar reservas sérias quando actuações, despachos e tomadas de posição em concreto extravasam os parâmetros de uma qualquer normalidade funcional e normal, e «parecem» responder aos «quereres» e «vozeares» de arguidos e advogados antes propagandeados. Como no caso Marquês, anote-se!...

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