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Pessimismo à parte

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Pessimismo à parte

Escreve quem sabe

2023-01-29 às 06h00

Joana Silva Joana Silva

Conhecemos várias pessoas que marcam. Há quem, no percurso de vida, acompanhe para todo o sempre, e há quem não. Mas mesmo as “que vão”, deixam histórias, memórias e recordações. É-se fruto, na verdade, das experiências de vida, das pessoas que conhecemos e do balanço final, quer seja, positivo ou negativo disso tudo. Olha-se a realidade sobre duas perspetivas, a do lado positivo ou do lado negativo. É tão comum, escutar-se, por vezes, em conversas que sem querer as escutámos, “És tão pessimista.”, ou, “Só pensas pelo ponto de vista negativo”. A pessoa pessimista não escolheu ser assim. É aquela pessoa que não se impõe e que aceita o que a vida lhe traz, mesmo que não esteja feliz. As causas de se ser pessimista, segundo investigadores poderá estar associada a vários fatores, desde o ambiente familiar vivido, as pessoas com as quais se interage posteriormente nos vários ambientes ou contextos (escola, trabalho, lazer entre outros) e o balanço e impacto das experiências no seu todo. É como, por analogia uma esponja, que absorve até onde conseguir. A titulo de exemplo, suponha o caso de alguém que teve uma infância pautada pela negligência afetiva, por conseguinte à posteriori no seu desenvolvimento do seu percurso de vida, e nos vários ambientes onde se inseriu, as relações interpessoais não foram as melhores (pessoas pouco empáticas, mais hostis, mais competitivas etc.). Todas essas experiências compõem “um todo” que faz com que a pessoa pessimista, passe a analisar e a interpretar todas as circunstâncias pelo nado negativo. Pelas experiências negativas com que se deparou e não conseguiu ou teve dificuldade de lidar com essas circunstancias. O pessimismo está também relacionado com a ansiedade e o medo do que “pode acontecer”. Uma espécie de preparação mental (diga-se que errada) em que, pelo medo de sofrer a pessoa antecipa situações negativas (que na maioria não acontecem) mas cujo intuito é não criar expectativas positivas com medo de que possa correr mal. O pessimismo é uma “ação mental” que se desenvolveu pelas vivências menos boas, todavia, é possível “lutar contra”. O primeiro passo, passa por reconhecer as suas capacidades. Valorize as suas boas capacidades e se necessário trabalhe a sua autoestima. O segundo aspeto, passa por tentar perceber e analisar as situações menos boas que ocorrem. Quando surgem? E porquê? Em que circunstancias? Pois quando se está triste, muitas vezes “traz-se para o presente” memórias menos positivas do passado que fazem mal. Quando, diante de uma situação, lhe vier à mente, o pensamento, “Isto não vai dar certo.”, contradiga-o, faça ou vá na mesma. E se esse pensamento o “perseguir”, pode optar por telefonar a um amigo e conversar. O cérebro não consegue pensar em simultâneo em dois pensamentos, pois ao concentrar-se no tema da conversa do seu amigo, o outro pensamento fica automaticamente bloqueado. Ou então conte os números de 50 para trás. Pois o cérebro para não se enganar vai concentrar-se na numeração. O terceiro aspeto, passa por perceber, que associado ao pessimismo está associado, o sentimento de tristeza. Tristeza no sentido em que a vida, poderia ser diferente ou melhor ou por outro lado, porque deseja-se mudanças, mas não se é capaz. Comece hoje a reparar, nos momentos bonitos do seu dia-à-dia que reconhecer e validar como felicidade. Os momentos felizes não acontecem ao acaso, “só porque sim” ou “se calhar era para outra pessoa”. É para si, pois se aconteceu, você é merecedor dessa alegria. O quarto aspeto, é o rodear-se de pessoas. Embora as vivências de cada pessoa seja um percurso único e intransmissível, existem situações de vida que muitas vezes são comuns a outras histórias de vida de outras pessoas que fazem parte do circulo de amizades. O convívio com outras pessoas e a partilha de histórias permite perceber outras formas de estar e de atuar face às varias situações de vida, que nem sempre se consegue reconhecer diante do próprio problema. O quinto aspeto, passa por perceber a importância da ajuda especializada de um profissional de saúde mental, quando existem bloqueios que estão associados a uma atitude mais pessimista perante a vida que incapacita e causa sofrimento emocional. Troque a vertente pessimista de “prefiro ser assim e ter os pés no chão” pela vertente otimista da vida “Vão chegar surpresas boas”.

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