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Perspetivas animadoras para o livro em Portugal

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Perspetivas animadoras para o livro em Portugal

Voz às Bibliotecas

2024-09-19 às 06h00

Rui A. Faria Viana Rui A. Faria Viana

AAssociação Portuguesa de Editores e Livreiros – APEL encomendou à empresa Nielson/-/GFK um estudo sobre os hábitos de compra e de leitura de livros em Portugal que foi divulgado na 2ª edição do Book 2.0, realizada nos passados dias 5 e 6 de setembro, em Lisboa, no Museu do Oriente.
Em termos gerais, e no que diz respeito aos hábitos de compra de livros, pretendeu-se saber o índice de compra no último ano; se a compra foi de mais, igual ou menos quantidade de livros que no ano anterior; o destinatário da compra de livros; os locais habituais para a compra de livros; o formato de livros comprados e a categoria de livros comprados. Quanto aos hábitos de leitura de livros, os objetivos definidos pretendiam saber o índice de leitura nos últimos doze meses; se a leitura foi de mais, igual ou menos quantidade de livros que no ano anterior; o formato de livros lidos; a categoria de livros lidos; o papel da leitura enquanto dimensão de lazer e o índice e caracterização da leitura aos filhos e/ou netos.
De acordo com esse estudo, em termos globais, o mercado livreiro português representou 187 milhões de euros em 2023, apresentando um aumento de 7% nas vendas relativamente ao ano anterior. Como acentua a APEL, em 2023 houve uma ligeira subida na percentagem de portugueses que compraram livros, passando de 62% para 65%.
A maior alteração verificou-se ao nível do perfil do comprador, uma vez que a faixa etária que mais comprou (76%) situa-se entre os 25 e os 34 anos, sendo a faixa etária dos 15 aos 24 a que comprou mais livros do que em 2022. De salientar que 7 em cada 10 portugueses (73%) responderam ter hábitos de leitura e que leem, em média, 5,6 livros por ano, sendo a compra de livros maioritariamente (mais de 80%) para o(a) próprio(a).
Os livros em papel dominam o mercado (97%), embora o digital tenha crescido ligeiramente face ao ano passado, correspondendo a 10% da compra. Por sua vez, o romance é o tipo de livro mais comprado (61%), seguido do policial/thriller (49%), do romance histórico (43%) e do Infanto/Juvenil (42%). A aquisição de livros faz-se principalmente em lojas físicas (86%) mantendo uma vantagem assinalável relativamente às compras online.
Em relação aos hábitos de leitura, este estudo revela que 6 em cada 10 portugueses tem por hábito ler por prazer, e cerca de 70% leu pelo menos um livro nos últimos doze meses, sendo que estes leram em média 7,9 unidades neste espaço de tempo. A leitura por lazer é praticada por 64% dos inquiridos com 15 e mais anos de idade e o gosto pela leitura é a principal motivação para a sua prática por lazer (56%) para a totalidade dos inquiridos, sendo para descontrair/relaxar para 46%, como fonte de conhecimento geral para 44%, para desenvolver as capacidades de comunicação oral e escrita, e para enriquecimento cultural para 34%, para ocupar o tempo para 29%, para desenvolver a criatividade para 27%, para desligar das rotinas pessoais e/ou profissionais para 26%, e para capacitação profissional responderam 14%. Os livros são lidos sobretudo em suporte de papel (93%) sendo os digitais lidos essencialmente em e-book e na tablet obtidos por descarga na internet de forma gratuita (mais de 60%).
O romance é claramente a tipologia de livro mais lida (50%), seguido pelo policial/thriller e o romance histórico. Também segundo o estudo, os dados apontam para uma relação entre a leitura individual e a leitura aos filhos e/ou netos: enquanto que 44% dos leitores com filhos e/ou netos tem o hábito de ler para eles, apenas 24% dos não leitores tem esse comportamento junto dos descendentes.
Analisando a compra e a leitura constatamos que 62% são compradores e leitores em simultâneo; 23% não compram nem leem livros; 11% não compram mas leem livros e 4% compram mas não leem livros. De referir que a não leitura é motivada pela falta de interesse (44%), falta de tempo (43%) e preferência por outras atividades de tempos livres (37%).
Este estudo, ao revelar que em Portugal se venderam mais livros em 2023 e que houve mais jovens a comprar, segundo afirmou o presidente da APEL “parece que finalmente estamos a adquirir hábitos de leitura e que mais pessoas estão a abrir portas a novos mundos e ideias, em especial nos mais novos”. No entanto, aqui será de referir o importante papel desenvolvido pela escola e pelas bibliotecas escolares assim como pelas bibliotecas públicas no trabalho constante que tem vindo a ser desenvolvido na promoção da leitura e do livro.

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