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Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz1

Segurança na União Europeia: desafio e prioridades

Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a tua paz1

Escreve quem sabe

2025-01-10 às 06h00

Carlos Alberto Pereira Carlos Alberto Pereira

OPapa Francisco divulgou a 8 de dezembro último a sua mensagem para o 58.º Dia Mundial da Paz, celebrado no passado dia um de janeiro do corrente ano, onde, de forma límpida, transparente e mas muito acessível ao comum dos mortais, o Santo Padre retoma algumas teses dos seus antecessores São João XXIII, São Paulo VI, São João Paulo II e Bento XVI e dá-lhes simplicidade conceptual, para que todos nós, os seus destinatários, possamos compreender a mensagem e sermos divulgadores da Esperança.
Partindo da necessidade que cada um de nós tem “Na escuta do grito da humanidade ameaçada”, e aproveitando a “aurora deste novo ano que nos é dado pelo nosso Pai celeste, um tempo jubilar dedicado à esperança“, para nos recordar que “ninguém vem ao mundo para ser oprimido: somos irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai, nascidos para ser livres segundo a vontade do Senhor”. Em Abel, o justo, o Papa Francisco recorda os desesperados gritos de ajuda que se fazem ouvir em muitas partes da terra e desafia-nos a, no início deste ano, “queremos escutar este grito da humanidade para nos sentirmos chamados, todos nós, juntos e de modo pessoal, a quebrar as correntes da injustiça para proclamar a justiça de Deus. Alguns atos esporádicos de filantropia não serão suficientes.”
Num segundo ponto o Papa, desafia todos, e cada um de nós, a abraçarmos “Uma mudança cultural: somos todos devedores” e recorda-nos que “o Senhor, na sua infinita misericórdia, não abandona os homens que pecam contra Ele: antes, confirma o dom da vida com o perdão da salvação, oferecido a todos mediante Jesus Cristo. Por isso, ensinando-nos o “Pai Nosso”, Jesus convida-nos a pedir: «Perdoa-nos as nossas ofensas»”.
Também nos recorda que a “crise da dívida” aflige muitos países sobretudo os países ditos do Sul. Defende que “esta dívida externa se tornou num instrumento de um controlo destes países que controlam e exploram esta populações para se tornarem cada vez mais ricos e mais opressores. Para além disso, como se já não bastasse, ainda os obrigam a suportarem o peso da dívida ecológica dos países mais desenvolvidos”, considerando que “a dívida ecológica e a dívida externa são dois lados da mesma moeda”.
Inspirando-se neste ano jubilar, o Santo Padre convida “a comunidade internacional para que atue no sentido de perdoar a dívida externa, reconhecendo a existência de uma dívida ecológica entre o Norte e o Sul do mundo. É um apelo à solidariedade, mas sobretudo à justiça”. [...] Assim, “poderemos descobrir enfim, «que precisamos e somos devedores uns dos outros»2.”
O Papa Francisco pede-nos que, neste Ano de Graça do Jubileu, possamos abrir o nosso coração às mudanças necessárias para se abrir um caminho de esperança em cada um de nós.
Para isso sugere, no início deste Ano de Graça, “um caminho de esperança: três ações possíveis, que podem devolver a dignidade à vida de populações inteiras e colocá-las de novo no caminho da esperança, para que a crise da dívida possa ser ultrapassada e todos possam voltar a reconhecer-se como devedores perdoados.”
Retomando “o apelo lançado por São João Paulo II, por ocasião do Jubileu do ano 2000, para que se pense numa «consistente redução, se não mesmo no perdão total da dívida internacional, que pesa sobre o destino de muitas nações». Reconhecendo a dívida ecológica, os países mais ricos sentir-se-ão chamados a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para perdoar as dívidas dos países que não estão em condições de pagar o que devem.”
Finalmente, o Papa Francisco diz: “Atrevo-me também a lançar um outro apelo às jovens gerações, recordando São Paulo VI e Bento XVI, neste tempo marcado pelas guerras: utilizemos pelo menos uma percentagem fixa do dinheiro gasto em armamento para a criação de um fundo mundial que elimine definitivamente a fome e facilite a realização de atividades educativas nos países mais pobres que promovam o desenvolvimento sustentável, lutando contra as alterações climáticas “.
Notas
Votos de um Ano Feliz
Concluiremos este tema em próxima crónica.

1 https://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/peace/documents/20241208-messaggio-58giornatamondiale-pace2025.html
2 Cf. Carta enc. Laudato si’ (24 de maio de 2015), 123

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