O Momento da Escola Pública
Ideias
2023-01-31 às 06h00
“Uma universidade, sendo um centro de investigação e de ensino, por si só é exemplar quanto ao que se deve fazer e quanto às orientações e boas práticas”, afirmou sexta-feira o novo pró-reitor da Universidade do Minho (UM). Miguel Bandeira, que agora assumiu a tutela do Desenvolvimento Sustentável e do Planeamento dos campi da academia minhota, fez questão de lembrar, a propósito da sustentabilidade, o “impacto abstrato” das instituições “com muita gente”, como é o caso da UM.
Mas se no plano da sustentabilidade o rol de medidas a aguardar decisão tem uma extensão desmesurada, na área da conservação e reabilitação de edifícios e espaços exteriores da universidade a tarefa do novo responsável também não está minimamente facilitada.
“Não podemos ignorar o quadro de dificuldade de recursos financeiros e materiais, e vai ter que haver racionalidade na abordagem desses problemas”, tinha avisado Bandeira em entrevista à RUM. Contudo, a crónica péssima gestão destas matérias por sucessivas equipas reitorais teve como consequência a contínua degradação dos imóveis, alguns a atingirem níveis preocupantes.
É um facto indesmentível que uma boa parte do vasto edificado da Universidade do Minho apresenta mazelas mais ou menos profundas, mais ou menos graves, as quais, pelo menos em determinados edifícios, carecem agora de urgentes intervenções, quase de emergência.
Paradigmático da conduta negligente é o edifício situado na rua do Castelo, em pleno centro histórico de Braga, que se encontra em adiantado estado de degradação, como se pode verificar nas imagens.
Infelizmente, porém, este não é exemplo único da incúria dos responsáveis. O Museu Nogueira da Silva, criado a partir de um legado, feito em 1975, pelo comendador homónimo, e que se situa igualmente no centro da cidade, também carece de cuidados, em especial na sua frontaria. Quase em frente, na outra margem da Avenida Central, o chamado Edifício dos Congregados está de igual modo a requerer a atenção dos responsáveis da instituição de Ensino Superior. Fragilidades de vária ordem sobejam também nas residências universitárias, como de resto tem sido dado nota através de denúncias públicas, e no próprio pavilhão desportivo de Gualtar.
É óbvio que Miguel Bandeira vai ter pela frente um trabalho quase hercúleo, se quiser levar a sua missão a bom porto. Embora reconhecendo não ser possível “ignorar o quadro de dificuldade de recursos financeiros e materiais”, pelo que, segundo ele, “vai ter que haver racionalidade na abordagem desses problemas”, não deixa de reconhecer, pelo menos no que concerne a uma parte deles, que “não se pode escamotear que o alojamento é uma das principais preocupações que assiste à universidade”.
“Têm que ser encontradas soluções mitigadoras e alternativas, enquanto não estão disponíveis os novos espaços”, explicou na mesma entrevista, já a pensar nas futuras residências universitárias, previstas para Braga e Guimarães, até ao final de 2024.
Com uma incomensurável dose de optimismo, Bandeira acredita que a solução para estas questões estará no dueto criatividade-mecenato. O novo pró-reitor sublinhou, a propósito, que “os recursos que são necessários e imputáveis” a estas intervenções ultrapassam aquilo que “é direta e exclusivamente a responsabilidade da universidade, porque não tem recursos para tal”. Adiantou, em conclusão, que uma vez que “a universidade pertence à região, ao país e à sociedade”, haverá que encontrar soluções, “parcerias e modos de valorizar e tornar sustentável esse parque imobiliário que temos”.
Ou seja, afinal o optimismo de Miguel Bandeira tem como pressuposto a tentativa de aligeirar responsabilidades da universidade, sentenciando que “cabe à sociedade em geral intervir e participar na resolução deste problema”. Brilhante! Só faltará extrapolar a aplicação da ideia a outras áreas para, através dessa via, solucionar os diferentes problemas.
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