‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Voz à Saúde
2019-03-22 às 06h00
Sociedade de hoje, a que chamamos moderna e evoluída, obriga-nos a questionar termos, relações, estudar estados e reflectir razões, universos e o individuo de hoje, nesta malha tecida por stresses, materialismos, prazeres imediatos, onde o insucesso terá que começar a ser visto e estudado como momento útil, de aprendizagem e essencial para a formação do indivíduo, do técnico e do gestor.
Com satisfação verificamos que a Unidade de Cuidados da Comunidade (UCC) de Viana do Castelo – Unidade Local de Saúde do Alto-Minho, vai realizar as suas IIªs. Jornadas no dia 12 e 13 de Abril, cujo tema vai versar precisamente a “Parentalidade: Desafio ou Oportunidade”.
Caro Leitor, se lhe colocasse esta questão, saberia responder-me? E se lhe perguntasse em que faixa etária colocaria a “Parentalidade”, o que me responderia?
Efectivamente, parece simples, mas numa reflexão mais profunda, é muito mais complexo do que julgamos, mas necessário e oportuno, fazer esta reflexão. E o termo “Parentali- dade” terá só um significado? Ou para cada disciplina das Ciências Sociais, atribui-lhe um significado diferente?
Numa das perspectivas da Saúde, esta é uma temática que merece ser debatida, esclarecida e partilhada, para uma Sociedade cada vez mais fechada em si, quando cada indivíduo, Homem de um mundo global e digital, ligado ao universo sem fronteiras, mas vivendo isolado, fechado, “pregado” ao monitor, “algemado” ao android ou teclado.
O mediatismo do “eu” figura, transformado um mega bite ou gigabyte de uma fotografia efêmera, que circula vertiginosamente nas redes, mas que tem tirado o afecto, os laços de socialização e de partilha, nas soleiras das casas, nas escadas da rua, no lajedo da praça ou em torno do pelourinho ou cruzeiro, nos aparta o toque de gerações, ou a carta “batida” na mesa, ou o conto de histórias de antanho.
Parece-nos muito oportuno, uma unidade de saúde, proporcionar a discussão, ouvirem-se os peritos, as visões e perspectivas de vários ângulos e o questionar a “Parentalidade”, quando a esperança de vida aumenta e não se sabendo bem estimar, que impacto decorrente do aumento da duração média de vida, vai acontecer? Quando os laços e definições de Família se alteram, quando a pirâmide etária, aceleradamente, toma outros contornos e configuração, quando as necessidades consumistas são como nunca, a “indiferença moderna” se instala e a vivência da sã vizinhança é desconfiada, algo impessoal e muitas vezes institucionalizada.
Que desafios, recursos, oportunidades e alternativas encontramos nas instituições públicas e de saúde, na rede social, nas IPSS e nas relações de vizinhança, para dar resposta a todos os desafios que a “Parentalidade” nos coloca. Que com- plexidade, sob o ponto de vista sociológico, a “Parentalidade nos coloca? Como “cuidar a espera” de um futuro incerto? Que destino Social dos indivíduos? Que laços de sociabilidade? Qual a integração das populações rurais de parcos recursos na mediação da “Parentalidade”? Que implicações da “Parentalidade” nas migrações de Povos?
Quer reflectir connosco? Nós gostaríamos!
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