O Serviço Nacional de Saúde (SNS) assinala hoje 44 anos de existência.
Considerado como uma das maiores conquistas da história do país, o SNS nasceu a 15 de setembro de 1979, com publicação em Diário da República através do “Despacho Arnault”, onde ficou assegurado, a partir desse dia, “o direito à proteção da saúde” e a garantia ao acesso a cuidados de saúde “a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica e social.”
Falamos, assim, de um serviço “ universal, público e tendencialmente gratuito”, que nasce após implantação de um regime político que traz ao país a liberdade merecida e ao povo o poder de decidir, nos termos da democracia.
Ao longo de mais de quatro décadas, várias têm sido as estratégias implementadas para a evolução deste sistema de saúde bastante complexo, de difícil “governação” e que engloba vários agentes, mas que surge, efetivamente, como um pilar basilar para um Estado que se pretende justo e igualitário.
Sabemos, no entanto, que o SNS apesar de ser respeitado pela sua grandeza, possui fragilidades e necessitava, há muito, de um novo modelo de organização, potenciando uma maior autonomia, melhoria da articulação entre equipas de profissionais de saúde, maior investimento, desburocratização de processos e reforço de recursos humanos e técnicos.
Diria assim que os passos que estão a ser dados para a evolução do SNS, desde a recente notícia da integração de cuidados com a criação das ULS, o reforço da criação de políticas de prevenção e promoção da saúde, a aposta em inovação e tecnologia, a criação de projetos de maior proximidade e a contínua procura da melhoria do acesso aos cuidados de saúde são, efetivamente, medidas importantíssimas que, bem implementadas, podem dar um novo impulso para um SNS mais sustentável e equitativo.
Não menos importante será, também, olhar-se para a comunicação como uma área que tem vindo a assumir um papel importantíssimo na saúde. A comunicação é vista como uma potencial aliada tanto na prevenção como na promoção da saúde e, como qualquer área da vida, a comunicação surge como ponte de ligação entre os diferentes intervenientes. Ao aperfeiçoarmos a comunicação estamos, inevitavelmente, a criar maior confiança com todos aqueles que fazem parte deste serviço de saúde. Comunicar gera valor e aproxima as diferentes estruturas existentes dentro e fora do SNS.
A verdade, é que ao longo destes 44 anos, e independentemente dos decisores políticos e das suas ideologias, o SNS português tornou-se um dos melhores sistemas de saúde europeu, e até, mundial. Facto que se deve, em grande parte, aos exímios profissionais que se dedicam diariamente ao cuidar dos outros.
Parece-me assim que a boa continuidade do SNS depende de um todo, mas dependerá, também, de cada um de nós.