Correio do Minho

Braga, quinta-feira

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Palavras avulsas

Braga - Concelho mais Liberal de Portugal

Ideias

2018-10-26 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Neste país de conversa fiada, casos insólitos e vergonha há a tentação de nos dispersarmos em palavras, reflexões e pensamentos avulsos, de todo anódinos e de reflexos dúbios e questionáveis. Nada se tem de especial contra a nova “classe” nascida em Abril, mas o tempo vem-nos revelando e ensinando que tudo não vai além da “treta”num desenrolar de uma “conversa fiada” ao redor do poder e dinheiro. Em mais de 44 anos de “mudanças”, atropelando-se valores e princípios ancestrais, multiplicaram-se promessas, fizeram-se imensos projectos e amontoaram-se esperanças e expectativas. Aliás enganando um povo e um país quando a única realidade visível foi ter nascido, crescido e medrado toda uma “população” de políticos, em contínua germinação e desenvolvimento, sem que concretas realidades tenham mudado e vingado, melhorando a vida desse povo e aumentando a sua confiança.

Criam-se partidos, uns já mortos e outros a nascer, alterou-se a Constituição, fizeram-se novas leis, criaram-se novos tribunais, novas instituições, aumentou-se o número de fundações, surgiram associações, entidades reguladoras, nasceram novos serviços, modificaram-se funções e áreas de acção, etc., etc., mas é forçoso concluir que tudo continua igual e inalterável, com um Hoje muito parecido e próximo do Ontem e um Amanhã sem garantias de diferença e melhoria, e ... assusta- dor. Os Governos mudam, os presidentes da República sucedem-se, e as organizações e entidades públicas, tal como os serviços, afirmam-se muito idênticos nas suas ineficácia e resultados, com reflexos perversos na vida e bem estar comum. Há serviços públicos importantes que continuam em falência e sem resposta satisfatória para as necessidades dos cidadãos, como a Saúde, os Transportes, o Ensino e a Justiça, e até os deputados, em número insólito para a pequenez do país, apesar das suas ridículas palavras, insólitas intervenções, insossos inquéritos e espalhafato balofo, são de uma grotesca ineficácia e inutilidade num bacoco “carreirismo” e em vivências de “carneirismo partidário”.

Numa perpetuação de genes e em sequência temporal, os nomes e laços familiares “sucedem-se” nas administração e governação públicas, e de geração em geração mesmo havendo mudanças no poder, com “lugares” e “tachos” já assumidos como “herança” da ”família ou fa- mílias”. O que não é conversa fiada mas resultado de uma democracia “clubista”, vivenciada num quadro “monárquico” de “partidocracia” e “claques”, a quem se quer agradar nas eleições, “parindo-se” mentiras, promessas e “balelas”. Como sempre! Aliás a corrupção é galopante, os “jeitos”, os “arranjismos”, as “falcatruas” e as “negociatas” alastram e um “compadrio monárquico-republicano” tudo invadiu, pois só interessa o “penacho”, subir no plano social e económico-político ... obter dinheiro e um lugar na máquina do poder. Mas também inquestionável, diga-se e sublinha-se, é ter crescido o número de crimes conexos com o exercício do poder público-político, sendo curioso o apare- cimento de denúncias, suspeitas e queixas-crime do sucessor em mandatos, mormente se for de outra “família” política. E num crescendo pois a “população” política duplicou ou triplicou graças a uma generalizada “politização”, “multiplicação” de serviços, instituições e entidades e à “implementação” dum “novo” poder autárquico. Oneroso, extenso em “braços” e cargos, de nefastos reflexos numa “população” municipal muito politizada.

Aliás o aumento da “população política”, longe de ser um mero “andaço”ou “enxaqueca” se tornou uma “moléstia” preocupante na vida dos cidadãos, senão já um “carcinoma” em fase avançada, pois, como diz o povo, as eleições nada valem já que “as gamelas são as mesmas e os porcos é que podem ser outros”, brancos, pretos, bísaros ou alentejanos, sempre famintos e... “atropelando-se”. Mas neste país de democracia pífia e bacoca continuam a surgir e por resolver casos insólitos, chocantes e inadmissíveis pela sua gravidade em que um “vale tudo” é a pedra de toque do viver público-político. Procura-se populismo, sorrisos, palmas, selfies e beijos, minimizam-se valores e mais valias de cargos, prodigalizam-se “comendas”, vivencia-se a arte de “comentador”, espera-se novo mandato e ombreia-se com Costa em habilidade política. Mas, ofendemo-nos com Passos Coelho que criticou a nomeação da PGR e recusou a comenda, e continuaremos de candeia às avessas com Cavaco, que ostensivamente não esperou por um discurso.

Situações anormais, chocantes e impensáveis que “toldam” a vida política e legitimam considerandos e reflexões, como esquecerem-se “atitudes”, actos e “ofensas” e alinhar-se num vergonhoso “baixar de calças” ante Angola e “seu” Lourenço, enviando-se o processo do Vicente, “despedindo-se” a PGR, o Costa a “pedir batatinhas” e um PR “feliz com o fim do “irritante”. Aliás o país continua a viver uma democracia irresponsável, pífia e de chacota onde “Marcelo já mostrou ser um habilidoso nadador em águas turvas”(C.M. 2.10.18), como diz Esteves Pereira, e não é a saída do Azeredo Lopes e do Chefe do Estado Maior do Exército que fará esquecer o roubo das armas de Tancos e a “engenhosa” encenação da PJM na Chamusca, que deixou “chamuscadas” altas patentes militares e políticos, “pingando” até para o PR. A gravidade do ocorrido no paiol de Tancos, e suas responsabilidades, é algo muito mal “cozinhado”, nunca explicado e rocambolesco que, longe de se revelar algo de meramente fortuito, parece acobertar, pelo menos, esconsas e enraizadas incompetências e conluios. Mas não será o “ruído” à volta do orçamento e as inesperadas mudanças no governo que podem “silenciar” o caso de Tancos, já a perder-se no tempo. E muito menos o “barulho” das saídas e nomeações feitas (insólitas, algumas!), com a Cultura e a Saúde a serem entregues a duas mulheres (!?!), a Energia a “fugir”com o Galamba para o Ambiente e a “guerra” a ficar para um Cravinho, num já muito usual socialismo republicano “monárquico-familiar“, ainda que, note-se, com incompatibilidades e outras coisas mais !... Mas temos um PR que comenta e sabe de tudo e um PM espertalhão e oportunista, de olhos na maioria absoluta, que até “reserva” o Tiaguinho, um “activo importante”, para outros momentos !...

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