As férias e o seu benefício
Ideias
2018-04-03 às 06h00
Tem sido esta a máxima levada à prática, mas não alardeada, por Ricardo Rio na liderança da autarquia. Por cá, faz-se o que se prometeu e prestam-se contas à população, sem temores ou desenganos. E o saldo não engana, há obra, material e imaterial, para apresentar.
A mais recente deliberação camarária de isenção de pagamento de taxas em 24 artérias da cidade é o corolário político de uma promessa de 2013 que só não foi concretizada mais cedo pela impossibilidade de chegar a acordo com a concessionária. O certo é que Ricardo Rio nunca tergiversou e sempre manteve a orientação inicial. Orientação que pugnava pela anulação do alargamento das zonas sujeitas a pagamento às tais ruas que agora são isentadas, mas que igualmente defendia a questão substantiva e primeira da recuperação da gestão do estacionamento à superfície para o domínio exclusivo da autarquia. Agora que ambas as vertentes dessa promessa se cumpriram é caso para dizer que palavra dada é, pois, palavra honrada.
Outra das promessas difíceis, mas assumidas pelo atual executivo, foi a que constava no Plano Estratégico para o Desenvolvimento Económico de Braga (2014-2026) em matéria de emprego. Recorde-se que, em 2014, numa altura em que o país saía de um traumático processo de ajustamento económico-financeiro (com ajuda externa), não era fácil para um líder político subscrever um documento estratégico que o sufocava com as metas ambiciosas que aquele plano incluía. Prometiam-se 500 postos de trabalho por ano e a atração de investimento, empresas e empresários, tudo recorrendo a soluções imaginativas e apoiadas nas qualidades e mais-valias que o concelho apresentava. O resultado, quatro anos depois, foi largamente excedentário face às previsões: 7000 postos de trabalho líquidos criados em quatro anos. O mesmo é dizer que se superou em 3,5 vezes a meta traçada, mais do triplo do esperado. Palavra dada foi palavra mais do que honrada.
E, nesta senda, é importante perspetivar o que aí vem, pela importância fulcral que representa para a manutenção da palavra dada, mas também e sobretudo pelo que pode aditar ao primordial objetivo de reconquista do protagonismo económico e (por via dele) político do município no panorama nacional. Já sabemos que é certo o crescimento exponencial das exportações de Braga para o mundo e que esse crescimento nos catapultou para o sétimo lugar dos concelhos mais exportadores do país. O que também já sabemos é que, a partir do final deste mês, contaremos com mais um elemento essencial de amplificação desse caminho. O novo espaço, que promete reinventar o velhinho Parque de Exposições de Braga, colocará um ponto final numa carência debilitante do nosso concelho. O PEB, como espaço de acolhimento de feiras e eventos de nível internacional, estava visivelmente ultrapassado e era incapaz de casar com a narrativa de uma cidade jovem, smart e virada para o futuro. O que tínhamos era vetusto, pouco racional, pouco funcional e impreparado para ombrear com o oligopólio bicéfalo protagonizado, a contento, por Lisboa e Porto.
Sem a mania das grandezas, mas também sem a típica autocomiseração do portuguesíssimo pequeninismo, Ricardo Rio soube lançar as bases sólidas de um projeto com ambição, ao mesmo tempo que negava as megalomanias de outros tempos e os calendários eleitoralistas que obrigavam a trabalhos (es)forçados e orçamentos sucessivamente agravados. Podia ter arrancado um trunfo de betão para as eleições de 2017, mas preferiu respeitar a inteligência dos eleitores e o bolso dos contribuintes, concluindo a obra no tempo devido. Por isso, novamente o digo, com este executivo camarário, palavra dada é palavra honrada.
Tudo isto é o que está e o que há-de estar, a muito breve trecho, aos olhos de qualquer bracarense, como legado de um novo tempo que se enunciou até 2013 e que se tem vindo a efetivar, desde outubro desse ano. Muito mais está ainda por vir, sendo já seguro que outras marcas distintivas e projetos de transformação estruturada de Braga estão na calha, como é o caso da Capital Europeia da Cultura 2027. São apostas que ultrapassam o limite temporal do seu mandato e que servem como demonstração de que ontem, como hoje e seguramente amanhã, Ricardo Rio não se move por outros interesses que não sejam os da comunidade que o elegeu. Independentemente dos louros e alvíssaras que lhe venham a creditar em placas evocatórias de um momento de inauguração que mais não é do que isso mesmo, um momento na larga vida de todos nós, o que fica é o que virá a ser e não o que já é ou foi.
Em suma, pelo que fez, pelo que faz e pelo que se prepara para fazer, a marca da sua gestão tem sido plena e harmoniosa na conjugação de todas as palavras, as dadas e as honradas. Se ao menos na política sempre assim acontecesse...
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