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Os puros e os puritanos

Indispensáveis são os bracarenses

Os puros e os puritanos

Escreve quem sabe

2020-02-08 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Nesta república de nababos, puros do coração, pobres de espírito e mentecaptos, são muitos poucos os que ainda conseguem pensar, ajuizar, e... acreditar na política. Até porque se amontoa o número dos gananciosos, dos “esquerdalhos” marginais, os e as “acendalhas” dos turbilhões de ideias lunáticas e os adeptos dos “chavões” de toda uma turba que vive e se desenvolve nas redes sociais. Ascenso Simões, pelo menos, sabe escrever e apodar de “mentecaptos” os Juízes do Tribunal de Contas por causa do problema das casas da Segurança Social “vendidas ou locadas” a jeito, e de um modo esquisito, por valores inferiores ao normal preço de mercado, com nítido prejuízo para a SS e em benefício do Medina e da solução do seu problema político da habitação social. Fala-se nesse “negócio” entre socialistas como algo de irregular, polémico, com um prejuízo apontado a milhões ao próprio Estado. Uma esquisita “gigajoga” na esquerda do poder.

Mas com isso de milhões, mais coisa menos coisa, já os portugueses, mesmos os puros, a par dos “nababos” da política e da banca, aliás os conhecidos artistas do costume, estão fartos de ouvir e de saber, mesmo a respeito dos “negócios” e “dinheiros” das Isabel, dos Santos, dos Vicentes, dos Sobrinhos e outros, outros e outros mais. Como os Richiardi, os Pinto de Sousa, os Soares, os Joe Berardos, os Pinhos, os Sócrates, etc., etc., porquantos muitos são os que desde há anos vêm acompanhando todo o desenrolar e entrechocar nebuloso dos dinheiros de um lado para o outro, a proliferação de bancos e pseudo-bancos, a filiação de uns e a desfiliação de outros entre Angola e Portugal, funcionando como autênticas “lavandarias” de dinheiro mais ou menos sujo, e “matrizes” e “úteros” de muitas fortunas e riqueza. Sempre usando “poderosos” detergentes e produtos “activos”, conhecimentos públicos, amigos políticos, forças no poder, úteis contactos, hábeis advogados e até os diamantes neste “jogo” de interacção entre Angola e Portugal. Não gostamos da “ex-profissional política”e eurodeputada do PS na reforma, uma “avó” que imputa a Isabel dos Santos a lavagem de dinheiro e apoiando o Rui Pinto, afinal o hacker que deu origem ao “Luanda Leaks”, mas só pensar que o Assis (do PS, claro!) a sugeriu como candidata a PR, substituindo Marcelo, deu-nos volta ao estômago e azia.

Aliás estão todos agora “espantados”, em “jogos de rins”, em “negação” e em “desmemória” quanto ao ocorrido com os “negócios” de Isabel dos Santos, mas a verdade é que são muitos os políticos conhecidos, e ainda em acção, que de um modo ou de outro sempre souberam dos “negócios”, os apoiaram e até aproveitaram, ocupando lugares nas suas empre- sas, mormente porque tal dinheiro era proveitoso para certos negócios, jogos financeiros e investimentos no país (Efacec, Nos, Eurobic, Galp, NovoBanco, casas, etc., etc.,) e um “investimento” a acolher e a recolher, como sempre acontece com quem quer e quis investir em Portugal, como no caso dos dinheiros com os “Vistos Gold” e os dos chineses e outros. Como os Costa, Marcelo, Santos Silva e outros intérpretes políticos, que estiveram em Luanda, e alguns até em festas, congressos do MPLA e posses, num convívo e conivência que não podem ser esquecidas, ocorrendo-nos lembrar aqui o Carlos César, a Mendes, o Portas, o Helder e mais elementos políticos dos PSD e PCP. Aliás, quanto a este “estado de alma” de pasmo e de alheamento dos nossos “puritanos”, impõe-se ter em atenção o que escreve Moita Flores, dizendo que «enoja a ignorância dos nossos predadores» sobre o caso em apreço, verdadeiramente uma «Canalha engravatada, importante, de palavras polidas, que gloriosamente matam os amigos de ontem para proteger seus próprios privilégios» (CM 28.1.20), lembrando que no passado recente «os ministros da Economia, dos Negócios Estrangeiros e correlativos, babavam-se a seu lado. Banqueiros austeros e muito sérios namoravam com ela. O Estado, esse Estado probo, abria-lhes as pernas. Administradores de elite procuravam-lhe a teta e, os ingénuos (...) acreditavam no aforismo, diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és »

Ora, chegados a este ponto, impõe-se-nos recordar e reviver a cena do “irritante”, o comportamento do Lourenço aquando da posse, ignorando a presença de Marcelo, o caso Manuel Vicente, o Estado e a Justiça a pôr-se de cócoras perante o dito Lourenço, aliás sempre muito polémico com as “gentes” de Angola confrontadas com as investigações portuguesas, surgindo agora o actual PGR de Angola a “pedir batatinhas” e “ajuda” à PGR de Portugal, e com interesse em que os já declarados arguidos portugueses no caso Luanda Leaks sejam julgados em Angola. Mas importa não esquecer que a tudo isto subjaz uma luta dentro do MPLA, entre Lourenço e o Eduardo Santos, num frente a frente que assenta num confronto de poderes e de família, tudo sob a capa da corrupção e face à miséria e à situação económica de Angola, que se não perdoam a um não desculpam o outro. Aliás, é de todo incontornável e incontestável que muita “gente grande” da classe político-militar de Angola se serviu de Portugal, e usou, para “pedalar” e “fazer fortuna”, e de igual modo muita “gente grande “, do foro político, governamental, jurídico e financeiro português se “enrolou” e “apoiou” tais figuras angolanas, aproveitando os seus dinheiros e a ocasião para também “pedalar” e “subir” económica e socialmente, ocupando lugares em bancos, filiais criadas e novas empresas, “jogando” com os “negóci-os” financeiros e “aventuras” empresariais das Isabel e sua “orquestra”, dando conforto e apoio a um “encosto” que se acentuou com o “processo lourenciano da corrupção“ e “perseguição” à família E.Santos. De “alavancada” com o Luanda Leaks, fruto da “investigação levada a cabo pelo Consórcio Internacional de Jornalistas (ICJI) que analisou 715 mil documentos (...) obtidos por uma plataforma de denunciantes em África (PPLAAF)” («Sol» 25.1.20), graças ao hacker Rui Pinto, preso na PJ!...

Entretanto suicidou-se Ribeiro da Cunha, gestor das contas da Isabel, a “empresária sai do capital da Efacec e do Eurobic e ainda há incertezas em relação à sua posição na Galp e na Nos” (id.), ainda que já tenha havido renúncias e saídas de certos figurantes, com a Lagarde do BCEuropeu e o Costa do BP envolvidos em análises e nas sequelas de todo o ocorrido, questionando-se atitudes e posições na actuação de vigilância bancária e movimentações financeiras de nomes e figuras como Vitor Constâncio, Costa, Teixeira dos Santos, e outros, e ainda de Mário Leite da Silva, também gestor da Isabel, que renuncia ao cargo de presidente do BFA, do advogado Brito da Cunha que saiu do EuroBic e da Nos e suspendeu a actividade na sociedade Uria Menendez/Proença de Carvalho. Aliás, toda uma movimentada agitação no mundo dos puros, puritanos, fariseus, pobres de espírito e mentecaptos onde se enrodilharam políticos e figuras do poder dos dois países em “jogos”, “negócios”e “manigâncias” de dinheiros, banca, alta finança e riqueza.

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