Correio do Minho

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Os Pais educam, a Escola ensina…

‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações

Voz às Escolas

2015-04-27 às 06h00

João Andrade João Andrade

Educar, preparar primeiramente uma criança e mais tarde um jovem, para se tornar num adulto pleno, completamente integrado e funcional, quer na sociedade, quer profissionalmente, é uma tarefa que cabe a todos.
Ocorre educação (ou deseducação) quando alguém é cordial em público, quando se respeita (ou desrespeita) uma fila de espera ou um outro com algum tipo de diferença, quando um responsável, político ou outro, assume frontalmente (ou não…) as consequências dos seus atos ou decisões…

A educação, num sentido lato, é assim um ato constante, responsabilidade de todos aquele que, de alguma forma, contactam ou influenciam uma criança ou jovem, quer presencialmente, quer através dos media.
Num sentido mais estrito, existem duas entidades com que, a diário, o jovem mais permanentemente contacta: a família, particularmente os pais, e a escola.

A escola, além de espaço de ensino, é também o primeiro espaço de socialização, em que a criança ou jovem contatam, experimentam e aplicam as mais elementares regras de convivência, respeito mútuo e de responsabilização. 
Ocasionalmente, entre alguns profissionais ligados ao ensino, particularmente quando em desespero de causa com alguns comportamentos menos desejáveis por parte de alguns dos seus discentes, surge a defesa da preposição de que cabe à escola cabe somente a tarefa de ensinar, cabendo claramente aos pais, por outro lado, a tarefa de educar. Como é óbvio, discordamos completamente da premissa.

Educar, ato difícil e complexo, quantas vezes completamente casuístico, de criança para criança ou de jovem para jovem, necessita da absoluta cooperação e cooptação entre pais e escola.
Somente com diálogo profícuo e concertação de práticas, caso a caso, entre estes dois principais vértices do poliedro educativo, é possível almejar o sucesso educativo.

Neste contexto, surge como muito importante o papel das associações de pais, enquanto espaços de organização e partilha de preocupações e experiências e diálogo organizado com a escola.
No caso particular do nosso agrupamento, é com muito agrado que assistimos ao crescente dinamismo das associações de pais das diversas escolas. E se este é imprescindível nas escolas do ensino básico, propiciado pela menor idade das crianças, não é menos importante no ensino secundário, devido às particulares e especiais problemáticas ligadas à adolescência.

Assim, foi de louvar a iniciativa da APESAS - Associação de Pais da Escola Secundária Alberto Sampaio, de organizar, no passado dia 18 de abril, o seminário “Adolescência: desafios e estratégias para pais e educadores”.

Apesar de ser um sábado à tarde, mais de uma centena de pais e professores encontraram-se no Auditório Sebastião Alba da Escola Secundária para debater intensamente a problemática da parentalidade e educação na adolescência, juntamente com as oradoras convidadas, as Doutoras Ana Almeida, Psicóloga, Professora Associada do Departamento de Psicologia da Educação e Educação Especial no Instituto de Educação da Universidade do Minho, e Vera Duarte, Socióloga, Professora Auxiliar no Instituto Universitário da Maia (ISMAI) e investigadora no Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, Pólo Universidade do Minho (CICS.NOVA) e na Unidade de Investigação em Criminologia Ciências do Comportamento (UICCC/ ISMAI), da qual é diretora executiva. Apresentaram a debate, respetivamente, os subtemas “O que queremos é o que temos? A adolescência como desafio às competências parentais” e “Adolescentes em conflito com a lei: Velhas questões, novos desafios”.

A anteceder as apresentações uma pequena e emotiva surpresa, apresentada por alunos e ex-alunos da escola, integrados no grupo de Teatro Mala d'Arte, a quem prestamos o nosso agradecimento pela prontidão e excelência com que responderam ao desafio proposto.
O intenso debate contou com a moderação ativa do Dr. José Lucas, Presidente da APESAS, igualmente Psicólogo de formação.

É em momentos como este que se torna claro que as problemáticas com que se depara a escola são muitas vezes exatamente as mesmas com que se deparam os pais, nessa hercúlea, complexa e tantas vezes incerta tarefa que é educar. E que, assim, este é um caminho que obrigatoriamente estão obrigados a percorrer juntos.

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