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Ideias Políticas
2023-01-31 às 06h00
A predominância do sector terciário na económica portuguesa levou o sector a ter predominância no emprego jovem. Cada vez mais, a juventude tem o seu posto de trabalho inserido em centros comerciais e grandes superfícies, incluindo trabalhadores de hipermercados, lojas de roupa, serviços, restauração etc.
Os trabalhadores destas empresas sentem diariamente na pele os sintomas e as consequências da precariedade: os horários desregulados e os elevados ritmos de trabalho e, consequentemente, tudo o que isso acarreta: falta de tempo para a família, para os amigos, para descansar, para o lazer, para as tarefas extra laborais. O trabalho e os frutos que daí são gerados não estão a servir os trabalhadores e as suas necessidades pessoais, estão sim, cada vez mais, a sufocar-nos dentro e fora do nosso horário de trabalho.
Em concreto, são cada vez mais os trabalhadores que rejeitam a abertura dos centros comerciais e das grandes superfícies aos Domingos e feriados, como a campanha dinamizada pela JCP de contacto com os trabalhadores de unidades de comércio e distribuição com a reivindicação de um dia de descanso fixo por semana veio a provar. Proposta esta que foi levada à Assembleia de República pelo PCP e rejeitado pelo PS, PSD, IL e Chega.
Esta coligação ad hoc torna-se prática comum sempre que está em causa rejeitar o direito dos trabalhos ao trabalho digno, a salário justos e ao equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Quando se trata de cavalgar políticas reaccionários e de empobrecimento, são maiores as razões que unem PS, PSD, IL e Chega do que as que os separam.
Outro sector que tem visto os seus lucros aumentarem em milhões de euros é o das entregas através das plataformas digitais, nomeadamente empresas como a Uber Eats, a Glovo e a Bolt enquanto os seus trabalhadores, sem quaisquer contracto, são obrigados a fazer longas jornadas de trabalho para ganhar o suficiente para viver. Além do mais, as empresas recusam-se a garantir seguros de saúde e protecção laboral deixando os seus trabalhadores sem rendimentos quando estes adoecem ou têm um acidente, algo concretamente comum para quem trabalho longas horas, na via pública sem qualquer lugar de descanso abrigado.
É essencial que todos exijamos direito a baixa; seguro e subsídio em caso de acidente ou doença; direito a férias pagas; direito a um rendimento mínimo (visto que os seus rendimento são variáveis e dependem do número de pedidos em cada dia); um sistema justo de avaliações (pois não podem ser penalizados por defeito na entrega quando a culpa é do restaurante; chegando alguns a serem proibidos de trabalhar); que as empresas assumam a responsabilidade da despesa pelos combustíveis e pelas mochilas de entrega bem como a regularização da situação dos imigrantes em termos da sua residência e respectiva carta de condução.
São muitas as razões para os jovens trabalhadores estarem indignados, e quererem lutar por mais direitos, pelo fim da precariedade, por um salário digno e contra o aumento do custo de vida.
Por estas e outras razões muitos trabalhadores estarão presentes no próximo dia 9 nas praças de indignação organizadas pela CGTP-IN, em Braga e Guimarães.
28 Março 2023
28 Março 2023
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