Para reflexão...
Ideias Políticas
2022-05-31 às 06h00
Após o desastre das últimas legislativas, refletimos todos sobre a utilidade do PSD e qual o seu papel na nossa democracia. Quais as suas ideias e o que diferenciava o PSD dos restantes partidos à sua direita e, até mesmo, o que o diferenciava do PS?
No rescaldo das legislativas antecipadas de janeiro, a redefinição do PSD não é uma tarefa fácil para Luís Montenegro. Porque é desse reposicionamento que depende o sucesso das respostas às dúvidas acima referidas. Desde logo, o projeto do PSD tem de rejeitar qualquer ambiguidade e afirmar a sua posição de liderança do seu espaço político natural. Com a clareza virão as ideias, que terão de ser claramente diferenciadoras face à concorrência direta mais à esquerda do PS e mais à direita da IL e do CHEGA.
O reformismo sempre foi a marca do PSD — e essa é, mais do que nunca, uma característica diferenciadora face ao conservadorismo do PS, que nada quer mudar. Ora um projeto reformista do PSD, tem de ter mensagens e metas claras.
O projeto reformista Luís Montenegro terá igualmente de olhar com particular atenção para três grupos eleitorais que o partido perdeu claramente nos últimos anos: os pensionistas, os funcionários públicos e os jovens (que o PSD perdeu para a Iniciativa Liberal).
Sem recuperar a influência que já teve nestes três grupos eleitorais, o PSD não regressará tão cedo ao poder.
O contexto económico dos próximos anos é ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade para o PSD. Um desafio porque o Governo vai ter à sua disposição de mais de 16,6 mil milhões de euros à sua disposição por via do PRR — valor que poderá subir para um máximo de 20,5 mil milhões de euros por via de acréscimo de dotação ou do recurso adicional a empréstimos.
Mas também uma oportunidade devido às dificuldades económicas que existem no horizonte a curto prazo: a subida da inflação e das taxas de juros e a instabilidade política e económica que advém da Guerra da Ucrânia.
Para tal, o PSD terá de ser uma oposição intensa e escrutinadora.
E para ser uma oposição que enobreça o respetivo papel fundamental numa democracia representativa, o PSD terá de focar-se no escrutínio do PRR.
As questões práticas de curto prazo também são importantes — e também têm os seus desafios. É fundamental reunir o partido, mostrando abertura e diálogo com todos os setores do PSD.
Para começar, e além dos habituais sinais de listas conjuntas no Congresso de Julho para os órgãos internos do partido, Montenegro deve contar com Jorge Moreira da Silva e seus apoiantes para colaborar de forma ativa com a sua direção. A sua vitória esmagadora não deverá ser um obstáculo a essa unidade.
Luís Montenegro já mostrou bons sinais ao convidar Joaquim Miranda Sarmento para a sua equipa de candidatura. Além de todo o seu saber e credibilidade como economista, Miranda Sarmento será uma figura importante para dar solidez às propostas económicas e financeiras de Montenegro.
Até porque, é preciso dizê-lo, os portugueses já não têm a mínima paciência para as lutas internas do PSD.
A questão é tão simples como esta: ou o PSD acorda e faz o que lhe compete como principal partido da oposição, tornando-se novamente útil e relevante, ou a sua decadência será definitiva.
A dimensão da vitória de Luís Montenegro oferece-lhe garantias de um futuro mais sólido do que seria previsível. 70% do partido é uma percentagem sem precedentes históricos no PSD. O resultado esmagador de Montenegro assegurou-lhe uma resiliência a críticos internos e percalços eleitorais que lhe permitirão chegar às próximas legislativas.
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