Correio do Minho

Braga, quinta-feira

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Os Bobos e seus lacaios

Indispensáveis são os bracarenses

Escreve quem sabe

2016-09-09 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Estamos num país onde prolifera um conjunto de figurinhas que não passam de meros bobos da côrte. E é vê-los no nosso dia a dia, falando, gesticulando, piruteando, exibindo-se e dando espectáculo perante o povo e os media sem terem em atenção e recato as posições que ocupam e os deveres que lhes incumbem, alheados dos efeitos perversos que fluem de suas palavras, gestos e poses. Indiferentes ao ridículo e caricato de certas atitudes, vivem “friccionando” sua vaidade e “vangloriando-se”, sempre se “projectando” como os melhores, os mais cultos, os mais credenciados, os mais independentes e os mais rentáveis. E os mais cómicos, dizemos nós, o que naturalmente resulta e flui do concreto de tais figurinhas, seja na frase que se “arremessa” com encapotada ironia e forçado gracejo para levar o povinho, seja num simples segurar de um chapéu de chuva que se exibe como um troféu, seja ainda na piada que se solta ou no aparte de ocasião a “pedir” um sorriso, tudo e a todos envolvendo no quixotesco de um espectáculo de feira, de festejos dos santos populares e folclore de romaria.
Estamos a vivenciar uns finais de um Verão quente e assolador, mas a verdade é que o povo continua a viver uma sonolência de apatia, ainda “pedrado” com o europeu do futebol, e seu folclore, que invadiu as TVs onde foram muitos os “co- mentadores” e “aparentados” a falaciar e a dizer patacoadas numa verborreia “enjoativa” e opinando sobre tudo, perfilando-se como “bobos” da côrte palaciana onde “vingam” poderes federativos, interesses financeiros e muitos “lobys” do mundo da bola. O que tanto jeito deu e vem dando ao governo, fazendo com que o povo esqueça os problemas económicos que nos assaltam, a banca em derrocada, a dívida pública a crescer, o FMI a alertar, Bruxelas a apertar, os governantes a falaciar e a tergiversar, etc., sem dúvida devido aos muitos desacertos, habilidades, falcatruas, jeitos e palpites de outros lacaios e “sabidos” senhores do atrabiliário e perverso mundo de falaciosos milhões, que apesar de tudo, diga-se, continuam em alta e à solta.
Um estado de espírito de modorra e de eufórica loucura que se vem alongando demais no tempo, “mascarado” em folclores de tonteria, parvos sorrisos e estórias “encaracoladas”, mas de todo alimentando um “irreal e impante orgulho”, que no entanto não paga as rendas da casa, as contas da água e luz, do supermercado, da gasolina, etc., e ... os malfadados impostos, taxas e taxinhas que vêm “escorrendo”, e em bica, dos governos central e local, que tão só vivem num folclore de mentiras, sorrisos e cantigas de embalar e para as aparências, em que a gentalha da política é hábil e “doutora”, mesmo sem frequentar a universidade do Relvas.
Graças ao acaso fortuito de um europeu que nos caiu na rifa, a crua verdade é que tal facto não pode nem deve contribuir para que passe para segundo plano e se esqueçam as duras realidades do dia a dia e os dramáticos problemas que assolam o país, enegrecem o futuro e “tingem” o Amanhã de insegurança, de incerteza, de dificuldades e de miséria, ou se minorizem as maldades e inépcia do governo. É certo que o futebol, Fátima e o Fado já funcionaram outrora como um “sedativo”, servindo de lenimento e refrigério para os problemas do país e como factor de alegria e satisfação para a apertada vida de um povo em dificuldades e martirizado com a fome e a guerra, mas os tempos agora são outros, e os êxitos no futebol não devem nem podem servir para esquecer Bruxelas, suas ameaças e recomendações, os avisos do FMI, a derro- cada da banca, a situação dramática da CGD, a saída da Inglaterra do euro, etc., etc., e muito menos para todo um alapar e “distrair” o povo dos recentes e preocupantes casos da nossa vida política, sejam eles o “barulho” ensurdecedor das patacoadas dos governantes e seus apaniguados, o ar de “inteligente” satisfação dos socialistas açoreano e do truculento Santos Silva, as acriançadas loucuras duma Catarininha ufana no seu delírio, os “mergulhos” do Marcelo no Guincho e o seu “sentar o rabo” na relva de Serralves (e noutros sítios, diga-se, que o homem não pára quieto!), a mudança de visual do Centeno, que tem vindo a perder aquele perturbador sorrisinho, a peituda, risonha e irónica pose do Costa nos corredores do poder, ajoujada a uma falaciosa tranquilidade e prosápia. Para já não se falar, diga-se, na incontinência, destempero e folclore dum presidente hiperactivo a “en- rolar-se” em tudo o que mexa, seja feira, inauguração, distribuição de medalhas, importando tão só que haja povo por perto, crianças a beijar, velhinhos a abraçar, selfies a tirar, perguntas a responder, jornalistas e câmaras a focar. A quem se pede, aliás, que não “abandalhe” muito as comendas porque a maioria do povo, aliás “incomendada”, não deseja no futuro ficar “incomodada” quando vier ao de cima o demérito de tais comendadores devido a malfeitorias criminais e outras, como já aconteceu com conhecidos “medalhados”.
Aliás, foi uma sorte o descalabro dos Jogos Olímpicos, apesar do 17 milhões de euros gastos, já que “rendeu” tão só uma medalha de bronze.
Entretanto pelo mundo, para além de certa barbárie e terrorismo, vem-se assistindo a à queda da Dilma no Brasil, à balbúrdia em Espanha para formar governo, a ligeiras quebras do Cidadãos e do Podemos, a problemas de nutrição do Siriza, sendo que por cá, o Bloco, ufano pelos resultados das eleições e sondagens e mimado pelo “colinho” do Costa, quer cada vez mais ser gente grande, com a atriz Catarininha, numa tagarelice “descabelada” e por vezes desmiolada, a defender um referendo como na Inglaterra. Aliás, isso dos referendos virou moda, falando-se já num novo referendo na Escócia para deixar o Reino Unido, na vontade da Catalunha para sair da Espanha, no antigo desejo da Grécia de sair do euro, etc., etc.., e até nós, que tentamos ser sensato, já aplaudimos e incentivamos tal acto e manifestação de vontade do povo. Em Portugal, para já, e como preparação e treino para outros referendos, os portugueses deviam ser chamados a pronunciarem-se sobre a existência dos partidos, dos subsídios que vêm “mamando” do Estado e as imorais “subvenções vitalícias” dos políticos que todos vimos pagando, sufragando-se eleições nominais e não de “arregimentados” lacaios e pondo-se fim às palhaçadas dos “inquéritos parlamentares” e às benesses da gentalha da política.
Como céptico convicto, afigura-se-nos que o país carece urgentemente de um referendo para um “desmame” nacional e total dos políticos dos últimos 42 anos, reformados ou no activo, responsabilizando-os civil e criminalmente, sendo caso disso, pelos estragos feitos no país e no erário público devido as suas “malfeitorias” ao serviço do Estado.

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