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O símbolo internacional (quase universal) do amor

Dinamismo pedagógico

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O símbolo internacional (quase universal) do amor

Ensino

2024-04-24 às 06h00

Ana Filomena Curralo Ana Filomena Curralo

Transversais a todas as actividades humanas, os símbolos desempenham diferentes papéis em diversas áreas, da ciência à religião. Instrumentos de comunicação, os símbolos permitem transmitir ideias complexas de forma condensada, à semelhança de um sistema de escrita ideográfico. Um símbolo pode representar um objecto, uma ideia ou um conceito abstracto, podendo ser rapidamente entendido por pessoas de diferentes culturas e idiomas.
Hoje em dia virtualmente omnipresentes, os símbolos são uma forma tangível de representação de conceitos abstratos e complexos, como paz, fé e esperança, tornando-os acessíveis de forma imediata. Associados a memórias e tradições culturais, os símbolos transmitem conhecimentos, crenças e valores entre gerações, contribuindo para a continuidade cultural e construção de identidades individuais e colectivas. Representando grupos, organizações e nações, veiculam um senso de pertencimento e de coesão. Porém, embora os símbolos químicos tenham validação universal, por convenção definida para esse efeito, eles são a excepção. Nos mais de 6.000 idiomas no mundo, os símbolos fazem parte de culturas, com as suas tradições e legados civilizacionais específicos, pelo que a universalidade dos símbolos em geral é um mito.
Compreendemos como símbolo internacional do coração uma representação gráfica estilizada do órgão físico do coração humano. Embora anatomicamente incorrecto, é geralmente utilizado para expressar amor, afecto, cuidado e emoção. A origem dessa simbologia está profundamente enraizada na tradição cultural do hemisfério Norte. No Antigo Egipto considerava-se o coração o centro da vida e da alma. Era a única parte do corpo humano preservada após a morte, sendo os restantes órgãos removidos durante a mumificação. Na Grécia Antiga, o coração era considerado o centro das emoções e pensamentos. Na tradição Cristã, o coração é associado ao amor divino e ao próximo, como o “Sagrado Coração de Jesus”, representação do amor e compaixão de Cristo. Na Idade Média, o coração tornou-se um símbolo popular na heráldica europeia, representando virtudes como a coragem e a lealdade. No Renascimento, o coração foi frequentemente retratado na arte e literatura como símbolo do amor romântico e da paixão.
Já no século 20, devido a uma crise socioeconómica, o Departamento de Desenvolvimento Económico do Estado de Nova Iorque contratou, em 1977, o designer Milton Glaser (n.1929) para realizar a campanha da identidade visual da cidade, surgindo, assim, o logótipo (NY); “I Love New York”. com um coração vermelho substituindo a palavra “love”. A imagem I?NY tornou-se símbolo da cidade, difundido massivamente em campanhas de marketing, produtos e publicidade. Propiciou um impulso económico significativo, gerando receitas para empresas locais, restaurantes, hotéis e atracções turísticas. O ícone congregou os nova-iorquinos em torno de um sentimento comum de orgulho e identidade, fortalecendo o espírito de comunidade e resiliência para enfrentar os desafios socioeconómicos.
O símbolo do coração representa graficamente um vasto espetro emocional. O seu poder visual transformou-o num símbolo disseminado numa miríade de contextos, analógicos e digitais. Todas as influências histórico-culturais colaboraram no estabelecimento da simbologia contemporânea do coração como ícone, simbolizando e provocando emoções, tornando-se um logótipo internacional não oficial do amor.

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