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Escreve quem sabe
2015-04-21 às 06h00
Era uma vez… um menino. Menino? Rapaz com certeza. Do alto dos seus 11 anos João deixa fugir a expressão “na minha turma não tenho muitos amigos: os rapazes só pensam no futebol, as meninas nas redes sociais”. João foi avaliado como um menino com elevadas capacidades de aprendizagem, e com um excelente desempenho escolar. Ajustado emocionalmente à idade é um “conversador” nato, integrando-se muito bem em ambientes sociais e familiares diversos. Quando for grande João quer ser “cientista”.
Apenas se interroga sobre como será possível que o seu sonho se concretize tal como os sonhos de tantos amigos e amigas (aqueles que os têm, como muito bem dizia). Como o João, muitos meninos vão passando pelas nossas escolas sonhando com aquilo que um dia poderão vir a ser. Mas como o João, muitos meninos vão passando pelas nossas escolas interrogando-se se o conseguirão atingir.
Hoje, nas nossas escolas, os sonhos de tantos meninos e meninas perdem-se num afazer rotineiro, num cumprir de metas e objetivos, nos testes, nos exames, e num sem fim de tarefas, onde o sonho não tem mais lugar. Sonhar, e sonhar alto, é uma das poucas formas que temos para nos mantermos motivados e interessados num projeto, num percurso de vida, que se inicia mais ou menos por esta idade.
Está nas nossas mãos, pais e professores, como tantas coisas que infelizmente não nos damos conta, dar o suporte necessário e fomentar os pequenos passos, as pequeninas etapas, que, no dia a dia os nossos alunos necessitam dar para atingir um dia o seu sonho. Ele não é estanque, ele não é rígido e fixo, ele vai sofrendo pequenas alterações, pequenos ajustes, adequando-se às novas realidades, às novas emoções, às novas descobertas, aos novos percursos de vida. Mas ele está lá: o sonho. Ou devia estar.
A escola tem que continuar a ser palco de sonhos, onde eles se inventam, reinventam. E ser palco, é dar luz, é dar cor, é dar som, é colocar em palavras, em gestos, expressando o que os nossos meninos e meninas, rapazes e raparigas, vão encenando, vão treinando, vão exteriorizando, vão interiorizando. E ser palco, sim, é difícil. O palco precisa de tempo. De tempo para ouvir, de tempo para compreender, de tempo para motivar, de tempo para exigir, de tempo para elogiar, … de tempo! Muitas vezes de estar apenas… do lado!
O maior de todos os palcos é aquele que permite a passagem de vidas e percursos de qualquer menino ou menina, rapaz ou rapariga, com um sonho! Mais… o maior de todos os palcos é também aquele que oferece um sonho, a quem ainda não se permitiu sonhar. Mas será que a nossa escola, a escola de hoje, é este palco? Não… infelizmente não. Perdemos as três pancadas de Molière, anunciando o início do percurso para atingir um sonho. Só faz sonhar, quem sonha também. E nós, pais e professores, deixamos de sonhar.
Tiraram-nos o tempo do sonho, o tempo para o sonho, o tempo com o sonho! Era uma vez…. Uma história que só conseguiremos terminar (e as histórias que começam por “era uma vez” têm sempre finais felizes) quando a escola se tornar num enorme palco de sonhos. Ao João, devíamos conseguir prometer que o sonho dele não vai começar por “Era uma vez”.
O sonho do João vai começar por “É uma vez”. Ao João a escola vai ter que bater as três pancadas de Molière, abrir a cortina, dar luz, dar som, envolver, acolher, colocando-o ao lado de outros meninos com outros sonhos, para que partilhem, para que juntos façam os seus percursos tendo o seu fim em vista: o seu sonho! Na plateia estarão sempre os que um dia apreciarão o nosso trabalho, de pais e professores. E eles não vão querer saber se atingimos os objetivos curriculares todos, se atingimos as metas e competências desenhadas iguais para todos, se passaram com distinção nos exames e testes que a vida escolar exige.
Eles vão querer saber como é a vida de cada menino e menina. O que faz aquele palco com a vida de cada menino e menina. E vão apreciar, não vão avaliar. E vão apreciar o que está a ser feito para concretizar o sonho do João. Porque o sonho do João é o que está no palco. É a peça que eles estão a apreciar. E, por certo, quem aprecia, bate palmas de pé, emocionado. Quem aprecia, bate palmas de pé, com vontade de não sair dali.
Quem aprecia, quer mais. Porque afinal, a escola, o enorme palco do sonho do João, não vai deixar que a vida passe por ele. A escola vai sim ajudar o João a passar pela própria vida, porque ele é maior que a própria vida. E o João vai ser cientista! Claro que vai. E eu estarei por cá para ser teletransportada por ele, pois esse é o seu sonho!
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