Os nomes que me chamaram
Voz às Escolas
2013-12-09 às 06h00
O questionamento pessoal de todos os que têm em mãos a maravilhosa responsabilidade de formar, de ensinar e de orientar as novas gerações, é um exercício que promove em cada um de nós a serenidade e a confiança necessária ao cumprimento da missão confiada!
Grande parte dos educadores em funções nas escolas, cresceram numa época distante do mundo virtual, da comunicação audiovisual e da informática. Creio que posso afirmar que as estruturas mentais que desenvolvemos enquanto crianças rodeadas da televisão com dois canais, do telefone fixo, do computador inacessível, do ZX Spectrum, da carta selada e colocada numa caixa vermelha, do tempo dos prazos a horas de expediente e não às vinte e três e cinquenta e nove, são bem diferentes das que desenvolvem as crianças de hoje com o uso de smartphones, tablets, PSPs e ultrabooks.
Os alunos que frequentam as escolas, sobretudo do ensino básico, onde têm acesso à Internet, e em que a percentagem dos que têm telemóvel ou smartphone é elevadíssima, não viveram as experiências da grande maioria dos seus professores. Não compreendem o mundo sem todos estes acessórios de comunicação e sem a companhia de muitos “amigos” no facebook.
A concentração, a capacidade de ter em mente apenas um único pensamento, de voltar a atenção para um único ponto, parece muito reduzida nos nossos alunos. Mas eu acredito que é reduzida, não porque têm muitas distrações, mas porque o seu cérebro já não adquiriu essa capacidade na sua construção. E, se aceitarmos que a nossa estrutura mental é um produto, e que recebe os estímulos através dos sentidos, que são assolados por fortes impulsos e rápidas mudanças de atenção, compreendemos o que se passa com os nossos alunos sempre ligados ao computador, agarrados ao seu telemóvel, a receber constantemente mensagens, bombardeados por informações variadas.
Estou convencida de que perdemos o nosso tempo querendo obrigar os alunos a concentrarem-se muito tempo para aprenderem. Não vamos conseguir! E, se pensarmos que a idade da aposentação dos professores vai aumentando e a velocidade do desenvolvimento social e tecnológico também, e que quem absorve mais rapidamente a mudança são os mais novos, então o fosso aumentará exponencialmente!
Por isso, me parece tão necessário o espírito crítico e a reflexão. A batalha será definitivamente perdida se não descobrirmos e não colocarmos em prática novas formas de chegar aos alunos! Porque a acumulação de conhecimento deixou de ser o fundamental. Essencial será saber qual a forma mais rápida e eficaz de o obter, de o selecionar, de o utilizar. É o tempo da cultura digital.
A educação sobrevive à custa da linguagem escrita e a nossa cultura atual é um manancial de novidades tecnológicas diárias!
Ao cérebro humano devemos reservar o desenvolvimento da capacidade de pensar, em vez do exercício de desenvolvimento da memória. A função da escola deverá ser a de ensinar a pensar criticamente.
A escola, que insiste em manter os seus currículos intocáveis, com manuais escolares ferozmente defendidos pelas editoras, representa um contributo para a dificuldade que o professor tem em inovar. Pois é obrigado a cumprir o programa, a atingir as metas, a melhorar os resultados, a educar, a formar, a estar atento aos mais pequenos sinais de desequilíbrio, tristeza, melancolia, em cada um dos seus alunos para, de imediato, os ajudar!
Pergunto-me se ler, escrever e contar sobreviverá como o lema da escola, no planeta do facebook e do twitter!
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