Os amigos de Mariana (1ª parte)
Escreve quem sabe
2019-12-03 às 06h00
Enquanto profissional de comunicação na área da saúde já escrevi muitos textos sobre variados temas. Na verdade, escrever sobre aquilo que nos apaixona e que é a nossa prática diária deve, também, servir como ferramenta potenciadora de enriquecimento do outro, como uma forma de maior aprendizagem, numa partilha contínua de experiências.
Se é bem verdade que escrever sobre algo que faz parte do nosso dia-a-dia profissional é simples, também é bem verdade que escrevermos sobre um tema que se tornou inesperado é muito mais complicado. Na verdade, é assim que eu vejo este texto: o assinalar de uma data tão importante, o “Dia Mundial da Prematuridade” que, a partir deste ano, fará para sempre parte da minha vida.
A comemoração deste dia, que se assinala anualmente a 17 de novembro, nasceu de uma plataforma europeia, composta por pais e profissionais de saúde, criada em 2008, e promovida pela EFCNI – European Foundation for the Care of Newborn.
Esta data, que tem como principal objetivo, consciencializar para os nascimentos de bebés prematuros, pretende também sensibilizar a comunidade para esta realidade cada vez mais atual.
Em Portugal, o número de nascimentos prematuros tem vindo a aumentar, discretamente, durante os últimos anos. Falamos de bebés que nascem antes do tempo e que pela sua fragilidade necessitam, obviamente, de cuidados de saúde especiais.
Quem não acredita em milagres, é porque nunca entrou numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, onde a vida cabe, muitas vezes, na palma da mão, mas num mundo inteiro de amor.
Quando os filhos nascem antes do tempo, nasce também uma mãe e um pai antes do tempo, sem que a vida os questione se estão preparados, mas questionando-se eles, muitas vezes, se estarão à altura deste desafio.
Viver a prematuridade é um processo de crescimento pessoal, não apenas porque os pais entram em contacto com uma realidade totalmente diferente, mas principalmente porque se torna possível testemunhar o quanto estes bebés desafiam os seus dias. E é nesta caminhada árdua, mas tão compensadora que é possível observar o crescimento do milagre da vida.
Durante o período de espera para a tão desejada alta hospitalar muitos momentos acontecem e existe sempre ( naturalmente) a tendência de pedir e agradecer-se ao Universo, a Deus ( seja ele qual for), as conquistas de cada dia e a vida que se vê crescer...
Agradeçamos sim, pela força que existe em cada bebé, tão frágeis e tão fortes; agradeçamos sim, ao Universo, a Deus , à vida, mas nunca nos esqueçamos de agradecer aos profissionais de saúde, aqueles que estão horas, dias e anos a trabalhar para salvarem estes bebés, que um dia (sem se estar à espera) podem ser os nossos filhos...
A todas as equipas dos cuidados neonatais - médicos, enfermeiros, auxiliares - um “muito obrigada” nunca chegará para agradecer o empenho e a dedicação que colocam na vossa prática profissional diária. E para além disto (que já é tanto), ainda têm tempo para falar e ouvir os pais, para apoiar nas horas mais difíceis e mostrar que o foco é na esperança, na fé e na vida. Pensemos nisto e valorizemos o facto de nunca estarmos sozinhos...
A todos os pais de filhos prematuros, a todos os filhos prematuros e a todos os profissionais de saúde que salvam estas vidas, esta data é vossa. Guardem-na como um hino ao futuro, onde apenas o amor cabe no peito.
Como um dia algúem me disse: “ Ter um filho prematuro é o privilégio de o vermos crescer cá fora...”
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