26.ª Conferência Mundial na área da sobredotação, em Braga!
Ideias
2021-06-17 às 06h00
Todos celebramos o nosso aniversário. O país também deveria de celebrar o seu. A Primeira Tarde Portuguesa, a 24 de junho de 1128, marca o nascimento de todos nós, como cidadãos portugueses. Desde essa altura, já passaram 893 anos em que um jovem guerreiro lançou os alicerces daquela que viria a ser uma das mais antigas e estáveis nações do mundo.
Nove séculos depois, o exemplo de Afonso Henriques continua a ser justamente glorificado e recordado por todos os Portugueses e, em especial, pelos Vimaranenses. Que não esquecem as suas raízes. E que Portugal deveria, também, enaltecer elevando o 24 de Junho ao estatuto de feriado nacional. Se o 10 de Junho é já o “Dia de Portugal”, o 24 poderia muito bem ser o “Dia da Fundação”. O Dia Um de Portugal.
Mais que celebrar uma batalha, o 24 de Junho comemora o nascimento de uma nação, corporizada na determinação de um jovem príncipe que, pelo poder do exemplo, construiu um futuro de independência e de forte identidade nacional. Com engenho, coragem e um férreo sentimento do dever coletivo, é possível transformar as fraquezas em forças, galvanizar vontades e aspirações, criando um sentimento nacional que perdura até aos nossos dias.
Guimarães sempre soube estar à altura desta herança e deste exemplo.
Nove séculos depois, mudam as batalhas, mas não mudam os desígnios coletivos e a capacidade de nos unirmos. Em torno de um ideal. Em torno de um objetivo.
Do que não se duvida é do relevante contributo da Batalha de São Mamede, no espaço-tempo em que foi travada, para a consolidação da nossa identidade nacional.
Um processo longo que passou pelo Tratado de Zamora e que ficou consagrado na Bula Manifestis Probatum, de 1179, que reconhece o Condado Portucalense como um território independente do Reino de Leão e D. Afonso Henriques como Rei.
O carácter decisivo da Batalha de São Mamede para o surgimento de Portugal é consensual entre os historiadores portugueses e pode ser resumido nas palavras de José Mattoso:
“Como se sabe, as tropas de Afonso Henriques e as de Fernão Peres defrontaram-se em São Mamede, perto de Guimarães, no dia de São João Baptista de 1128, tendo o conde saído derrotado. Era uma data carregada de simbolismo. A mutação cósmica do solstício marcava uma decisiva mudança política. O santo que nesse dia se venerava anunciara a vinda de Cristo. Parecia agora proclamar o aparecimento de um novo reino, destinado a tomar na Cristandade um lugar de relevo.”
A Batalha de São Mamede marca, inequivocamente, o surgimento da nossa identidade nacional, a primeira manifestação de vontade de um povo que queria tomar o seu destino nas mãos e o início de um movimento de rebelião que se veio a revelar imparável. Daí a importância de Portugal e a sua diáspora celebrar o 24 de Junho como feriado nacional e o momento fundador da identidade e autodeterminação de uma das mais antigas nações do mundo.
Evocar a Batalha de São Mamede significa honrar e exaltar o nosso primeiro Rei, mas significa, sobretudo, assumir a memória coletiva como um valioso património a preservar e a valorizar. Um património que Guimarães continua a construir, acrescentando memórias à memória e cidade à cidade. E que, este ano, terá a presença do Presidente da República no dia em que Portugal faz anos...
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