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Braga, sexta-feira

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O Corpo Nacional de Escutas nos Açores

Indispensáveis são os bracarenses

O Corpo Nacional de Escutas nos Açores

Escreve quem sabe

2024-03-01 às 06h00

Carlos Alberto Pereira Carlos Alberto Pereira

Há dias, reencontrei um envelope, perdido no tempo e numa estante pouco organizada, contendo no seu exterior a seguinte informação: “Celebração do 85.º aniversário da fundação do CNE nos Açores, Ilha na Terceira, 25 de agosto de 1925”. Curioso com esta descoberta abri cuidadosamente o envelope e li, cuidadosamente, as dez folhas manuscritas, eram as minhas notas para a publicação de um artigo na “Flor de Lis”, o órgão oficial do CNE, mas que, por qualquer razão, nunca foi nem escrito, nem publicado e, por isso, vou usar estas notas para a crónica desta quinzena.
Recordo que as origens do CNE Açores se fixaram na paróquia da Conceição, e o local não deixam de ser uma agradável coincidência. Propositadamente ou fruto do acaso, a verdade é que o dia 15 de Agosto é um dos dias litúrgicos maiores da Senhora “que é mãe de Deus e mãe dos Escutas” e na véspera, na “velada de Armas” ou como diríamos hoje, na “celebração da Palavra”, o Patrono do CNE, Beato (hoje, São) Nuno de Santa Maria, foi evocado, ou não fora o dia 14 de agosto de 1835, o dia da batalha de Aljubarrota, onde o exército português, comandado pelo Santo Condestável, impôs uma estrondosa derrota ao poderoso exército castelhano, graças a uma estratégia de combate inspirada na arte de guerrear do antigos romanos.
Este conjunto de circunstâncias, aliado à personalidade dos fundadores quase que pré-determinaram o seu futuro brilhante, no serviço prestado aos mais frágeis. Penso poder afirmar que a determinação do Escutismo Açoriano ao serviço do País, da Igreja e das comunidades locais onde está implantado, tem a marca indelével dos fundadores. Continuando os seus dirigentes a dedicarem-se, de alma e coração, à sua missão de educadores católicos.
Estou certo que quando, em 2025, celebrarmos o 100º aniversário da presença do Corpo Nacional de Escutas no arquipélago dos Açores, também nós, poderemos dizer que ele “cresceu em idade, sabedoria e graça”, porque continuará a ser um movimento educativo com a missão de ajudar, crianças e jovens, a serem os protagonistas da sua educação, tornando-se cidadãos solidariamente ativos à Luz do Evangelho.
Impõe-se recordar que as autoridades civis e religiosas, nunca regatearam os apoios necessários para materializarmos os nossos objetivos e, por isso, são merecedoras do nosso agradecimento e respeito, bem como as famílias que nos confiaram e continuam a confiar os seus filhos para que estes possam, nas sedes ou no campo, viver os valores de uma cidadania, marcada pelo humanismo cristão, de forma ativa e solidária. Também um justo reconhecimento para a dedicação e o esfoço dos dirigentes açorianos nos Agrupamentos, nos Núcleos ou na Região, unidos à volta do chefe regional, à época desta comemoração, o dirigente Pires Luís, souberam incorporar os valores desse triénio: Viver é caminhar – Caminhar é viver valores – Viver valores é amar, identificados nos modelos escolhidos para cada um dos anos escutistas: São Paulo, Beato (hoje São) Nuno de Santa Maria e Beata (hoje Santa) Teresa de Calcutá.
Olhando para os percursos de vida das crianças e jovens percebemos que os adultos souberam viver a Caridade na simplicidade da Boa Ação quotidiana, tendo bem presente o ensinamento desta apóstola da caridade, nossa contemporânea: “tudo o que fizerdes, fazei-o com amor e por amor aos outros”.
Desta forma, estes Adultos beberam os ensinamentos de Baden-Powell e também foram seguidores do lema, tão querido ao Fundador Mundial do Escutismo: “impele a tua própria canoa”. Assim estes dirigentes que não se limitaram a estimular a autonomia, cooperação e o desenvolvimento de Lobitos, Exploradores, Pioneiros e Caminheiros, souberam criar condições para que estes as colocassem ao serviço de outras crianças e jovens, de tal forma que, pouco a pouco, de forma gradativa, se transformaram em verdadeiros semeadores de Esperança e construtores de Paz.
Estes adultos, desta maneira, foram dirigentes felizes, não pela sua felicidade em si mesma, mas porque sentiram a verdadeira felicidade de terem contribuído para a felicidade de crianças e jovens que lhes foram confiadas, como nos desafia, a todos, Baden-Powell na sua última Mensagem, publicada no seu livro “Escutismo para Rapazes” (pág. 303) da sua 3ª edição, publicado pelas Edições Flor de Lis em 1968, e onde desafia todos escuteiros a “deixar o mundo um pouco melhor do que o encontrastes”.

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