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O CNE e o V Congresso Eucarístico Nacional (III)

É muito Espinho

O CNE e o V Congresso Eucarístico Nacional (III)

Escreve quem sabe

2024-07-19 às 06h00

Carlos Alberto Pereira Carlos Alberto Pereira

Nesta terceira crónica dedicada às oportunidades e aos desafios qua as conclusões do V Congresso Eucarístico Nacional1, apresentadas a toda a Igreja em geral, mas de uma forma específica ao Escutismo Católico Português, por forma a enriquecer o Programa Educativo e o Método Escutista.
Naturalmente que, a última conclusão: “Ser sinal de Esperança”, não surgiu por acaso na última posição, ao explicitar o seu entendimento na forma como o formulou: «o amor dos crentes à Eucaristia acreditada, celebrada, adorada e vivida consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo» o congresso pretende que cada um dos cristãos possa focar-se nos ensinamentos de Jesus, para poder tomar parte ativa na construção de um mundo melhor.

O epicentro desta proposta radical é a Eucaristia que deve ser vivida de forma simples, como um encontro com Cristo, alicerçado no seu conselho, logo após a instituição da Eucaristia: «Dou-vos um mandamento Novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns pelos outros» (Jo 13, 34-35).
O Amor verdadeiro é a base da identidade dos crentes, só através dele se constrói esta relação identitária com o Senhor e esta nova aliança com a humanidade materializa-se na Eucaristia que deve ser «acreditada, celebrada, adorada e vivida» e esta «consolida a fraternidade» que, por sua vez, constituí a base para a promoção do perdão e da paz, dando força à expressão do Evangelho «Muitos dos primeiros, serão os últimos, e os últimos serão os primeiros» (Mc 10, 31). O povo na sua sabedoria ancestral costuma afirmar «a Esperança é a última a morrer» ou ainda «enquanto há vida há Esperança». Por isso, podemos dizer que todos somos chamados a ter Esperança, mas esta virtude só fará sentido se formos capazes de “ser sinal de Esperança” para os outros.

Desta forma a esperança tonar-se-á uma fonte inesgotável e com ela, cada crente poderá assumir-se como um portador de esperança e um construtor de paz, tendo como pedra angular o Amor que brota do Senhor.
De certa forma, poderemos dizer que o Escutismo Católico Português tem vindo, desde a sua fundação em 1923, a procurar atualizar de forma permanente a pedagogia da fé, procurando acompanhar a evolução social e da Igreja para que esta pedagogia possa ser atual e proporcionar, a crianças e jovens, um referencial de vivências no seio do escutismo mundial, acolhedor de todas as religiões, enquanto grande Fraternidade Mundial Escutista2: «Como escuteiros, ingressais num grande exército de rapazes de muitas nacionalidades e tereis amigos em todos os continentes.
Os escuteiros de todo o mundo são os embaixadores da amizade que se dedicam a criar amigos e a abater barreiras erguidas pela cor, credo e classe social.»

Desde os finais dos anos oitenta, que o Corpo Nacional de Escutas desenvolveu a Pedagogia da Fé na perspetiva de uma Nova Mentalidade, inicialmente destinada aos Caminheiros e em 2009 alargada ao Programa Educativo das 4 Secções, com percurso próprio para cada uma delas.
«Deus chama para subir e avançar um pouco mais. Não há resposta para sempre. A resposta, mil vezes repetida, que dá sentido e dignidade à vida, atualiza-se na busca incessante da perfeição pessoal, na solidariedade com o grupo e na disponibilidade para o serviço ao grupo e à comunidade. Consciente de que a caminhada, após uma adesão pessoal a Cristo, se processa em grupo, ninguém é feliz sozinho, como adverte São Paulo: "há diversidade de dons, há diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo. A manifestação do Espírito é dada a cada um para proveito comum" (1Cor.12,4-7). Por isso o caminheiro assume-se vocacionado a:
Ser mais - Preparar-se individualmente para a viagem, na busca da perfeição pessoal a todos os níveis;

Ser com - Participar na caminhada com os outros, disponível para os servir com simpatia, na Verdade e na Amizade. "Eu, Jesus, estou no meio de vós como quem serve" (1Cor.22,27).
Ser para - Tornar-se apto para a missão: animar e liderar o próprio grupo, se tanto for necessário; dinamizar tempos litúrgicos na Paróquia; realizar ações de promoção humana dos mais desprotegidos; tomar parte na vida cultural e social. Tudo isto para continuar, sob o impulso do Espírito Santo, a obra do próprio Cristo, que veio ao mundo para: "anunciar a Boa Nova aos pobres; proclamar a libertação aos cativos; mandar em liberdade os oprimidos" (Lc.4,18)3

1https://congressoeucaristico.pt/conclusoes-do-5-o-congresso-eucaristico-nacional/
2Baden-Powell, Escutismo para Rapazes, Corpo Nacional de Escutas, Lisboa, março, 2007, pp. 321 e 322.
3Rodrigo Amaral e outros, Proposta Educativa da IV Secção, CNE - DPN 1984/88, Braga, 1990, p. 72.

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