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O cenário pós Eleições Legislativas

SNS: uma Ministra em falência política

O cenário pós Eleições Legislativas

Ideias Políticas

2025-05-27 às 06h00

Sofia Travassos Alcaide Sofia Travassos Alcaide

Realizaram-se, no passado dia 18 de maio, as eleições legislativas – fruto de uma oposição que, por puro oportunismo político, quis derrubar um Governo, por forma a que daí pudesse retirar vantagem. O que todos os partidos da oposição, desde a esquerda até à direita, pretendiam era, indubitavelmente, retirar dividendos, crescer em percentagem e em número de deputados na Assembleia da República. E queriam, so- bretudo, que a AD falhasse. No fim das contas, falharam todos (ou quase todos) e a AD saiu reforçada – e bem!
Há várias conclusões a retirar desta eleição legislativa:
1) Luís Montenegro é o grande vencedor da noite eleitoral. Sai reforçado de umas eleições onde, na verdade, se colocava como foco central a sua idoneidade e o seu caráter enquanto Primeiro-Ministro. Reforçou o número de deputados na Assembleia da República, cresceu em número de votos, cresceu em percentagem e, sobretudo, alargou consideravelmente a sua distância para o segundo partido mais votado. É que se a diferença há um ano foi de apenas um ponto percentual, essa diferença aumenta para nove pontos percentuais nas presentes eleições. E daqui apenas se pode retirar uma conclusão: há um claro líder, há uma clara preferência dos portugueses.
2) Pedro Nuno Santos foi o grande derrotado da noite eleitoral. Vítima da estratégia que concertou com os seus mais próximos, ou vítima do resultado das políticas de António Costa, a verdade é que não soube ler o país, nem os portugueses. Deveria ter percebido que não podia ter rejeitado a moção de confiança apresentada pelo Governo, em prol da estabilidade de um país que, efetivamente, não queria ir para eleições. Deveria ter tido a maturidade política para perceber que nesta gincana política nunca esteve em causa o trabalho desenvolvido pelo Governo ao longo de onze meses. Resta mencionar que é histórico que o Partido Socialista se encontre a disputar o segundo lugar – do que se exige uma reflexão ainda mais profunda ao PS.
3) A esquerda, no geral, sai derrotada. O PCP, que confiava no reforço do seu número de deputados, perdeu um e ficou, assim, reduzido a três deputados; o Bloco de Esquerda elege, tão só, Mariana Mortágua, tendo perdido cerca de cento e cinquenta mil votos; o PAN elegeu a sua única deputada à vigésima quinta hora; apenas o Livre reforça a sua representatividade, passando de quatro para seis deputados. A esquerda, incluindo o Partido Socialista, tem obrigatoriamente de repensar as suas ideias e quais os motivos que conduzem à perda de tanto eleitorado no seu conjunto. Não podem ser redutores. É preciso pensar o país.
4) Uma última palavra para a direita. A Iniciativa Liberal consolida o seu eleitorado, mas consegue reforçar-se em apenas um deputado, passando a nove no seu conjunto, sendo certo que poderíamos esperar mais. O Chega sai claramente reforçado. E aqui temos todos, em conjunto, e enquanto sociedade, perceber qual a motivação para que os eleitores confiem num partido desta natureza. Não podemos dizer que o povo falhou nas urnas, ou que falhou na hora de escolher. O povo sabe as escolhas que faz. Compete aos governantes e aos políticos entenderem as motivações que levam a que boa parte de um país demonstre que um partido com posições mais extremadas representa o seu pensamento. Deverá ser a hora de deixarmos os tabus de lado e percebermos quais os temas que preocupam os nossos cidadãos.
Sem populismo e com seriedade, impõe-se que, da esquerda até à direita, se retirem reflexões profundas acerca do estado do país, quais as reformas que pecam por tardias, mas sobretudo quais as áreas em que urge ter intervenção, dando resposta aos problemas dos portugueses. Vivemos uma conjuntura política distinta. Sejamos audazes para que lhe saibamos dar resposta, sem cair em extremismos.

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