O que podem esperar os portugueses em 2023?
Escreve quem sabe
2014-02-04 às 06h00
Caro leitor,
Nos passados dias 18 e 19 de janeiro a Câmara Municipal de Braga promoveu a candidatura do santuário do Bom Jesus do Monte a Património da Humanidade pela UNESCO. Nesse âmbito, atividades como ‘À Descoberta de Braga’, ‘Funicular do Bom Jesus’ e ainda o documentário passado no Theatro Circo intitulado ‘Bom Jesus do Monte’, foram o mote para um ciclo de eventos que pretendem difundir a candidatura do santuário. Parece-nos, no entanto, importante referir que o Bom Jesus do Monte é “candidato a candidato”, isto é encontra-se a concorrer para integrar a lista nacional dos monumentos indicados para património mundial. Não queremos com esta afirmação menosprezar a fase embrionária do processo de candidatura do santuário, pois só o facto do Bom Jesus entrar nesta lista já é um grande passo para a valorização deste ex-líbris do património bracarense.
A história do Bom Jesus do Monte remonta para o século XIV, pois em 1373 já existem referências a uma ermida dedicada a Santa Cruz. No entanto, só em 1522, a mando do Deão da Sé de Braga D. João da Guarda, é que se dá a construção da primeira igreja no local. Apesar do ano de 1629 ser um ano de grande importância na história do monumento pela fundação da confraria do Bom Jesus do Monte, é em 1722 que o arcebispo D. Rodrigo de Moura Teles decide ele próprio dinamizar a construção da ‘Jerusalém santa e restaurada’ bracarense. Surgem nesta época o esboço dos escadórios e a construção de um templo que vem a ser demolido décadas mais tarde. A partir de 1887 o Bom Jesus começa a ter a forma que todos conhecemos. É projetado um parque nos terrenos que envolvem a igreja com um grande lago, que mais tarde será aumentado, e surgem os primeiros hotéis neste espaço.
O Bom Jesus do Monte é importante não só pelo seu grandioso templo, mas também por toda a sua envolvente, desde os escadórios, ao funicular, passando pelo terreiro dos evangelistas, nenhum pormenor foi deixado ao acaso neste parque.
É por este motivo que o Bom Jesus do Monte já serviu de inspiração na construção de muitos santuários, alguns deles fora de Portugal, e é por esse motivo também que a candidatura deste monumento a Património da Humanidade é sem dúvida merecedora. Apesar da fase embrionária em que se encontra, esta candidatura revela toda a sua importância e todo o seu valor na medida em que a UNESCO pretender restringir as candidaturas europeias com o objetivo de dar uma maior oportunidade aos restantes continentes que também terão a sua história e a sua importância.
O ‘velho continente’ como assim é conhecido, está cheio de história e tem por isso já uma elevada representação nos monumentos que são considerados pela UNESCO como Património da Humanidade.
Deste modo a ‘candidatura a candidato’ do Bom Jesus do Monte deve ser valorizada, pois os critérios de seleção são rigorosos e a indicação do santuário para o Património da Humanidade já é um grande sinal da importância do mesmo. Pois, a UNESCO tem vindo a desincentivar a classificação de Monumentos como Património Mundial da Humanidade na Europa, dado que o nosso continente é aquele que, estatisticamente, mais monumentos tem com esta classificação, relegando os outros continentes para participações bem longe dos números europeus.
Assim, a UNESCO pretende dar hipótese a países de outros continentes de valorizar o seu património, para que haja um maior equilíbrio nos números. Mas o que é belo deve ser realçado e valorizado, logo para que o Bom Jesus do Monte se possa juntar a Monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos, a Universidade de Coimbra, entre muitos outros, é necessário todo o apoio dos bracarenses nesta causa. Como tal, caro leitor aconselhamo-lo a visitar este tesouro de Braga, que um dia será de toda a humanidade.
27 Janeiro 2023
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