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No princípio era o verbo

Maximinos: Educação Projetada para o Futuro

No princípio era o verbo

Ideias

2024-02-20 às 06h00

João Marques João Marques

Àhora que escrevo este texto é ainda desconhecido o desfecho do último round dos debates “mano-a-mano” que foram decorrendo nestas últimas semanas, pelo que, não podendo excluir uma qualquer hecatombe de Luís Montenegro ou Pedro Nuno Santos, guiar-me-ei pelo que até aqui foi acontecendo.
Muito se tem falado sobre a duração dos debates e o elevado número dos mesmos, mas o que é certo é que os portugueses parecem gostar deste formato mais curto, mas mais intenso e repetido, de frente-e-frente. Ao menos a avaliar pelas audiências que vão sendo relatadas.

Em boa verdade, dificilmente em mesas redondas compostas por todos os candidatos ao mesmo tempo, mas com uma duração maior, poderia cada um deles ter acesso a 15 minutos de interação com cada um dos restantes. Para que se tenha uma noção, se cada um dos 28 debates tem uma duração aproximada de 30 minutos, seriam precisas 14 horas seguidas para que, num só debate, se concentrassem essas oportunidades de confronto direto.
Serve isto, no fundo, para dizer que o modelo passa claramente no crivo democrático, com uma vantagem fundamental. É que, com o auxílio da moderação jornalística, e sem prejuízo do maior apego por certos temas (economia, finanças e alianças pós-eleitorais), a variedade de assuntos debatidos tem sido digna de nota e permite aos eleitores clarificar qualquer dúvida que possam ter quanto à capacidade daqueles homens e mulheres para desempenharem o cargo de Primeiro(a)-Ministro(a) e quanto à adequação dos programas que sustentam as suas candidaturas.

Feita esta nota que me parece relevante no contexto da ultramediatização das democracias modernas e do caráter cada vez mais instantâneo (para não dizer pueril) que alguns marketeiros entendem dever ser dado à comunicação com os eleitores, centremo-nos no essencial.
E o essencial não é tanto dar notas 30 segundos depois de terminados os debates, mas antes perceber as tendências que deles resultaram e o que de estrutural fica para o resto da campanha.
A tendência é clara e óbvia. Fruto de um desempenho praticamente sem mácula de Luís Montenegro, a AD tem subido a olhos vistos nesse mundo subjetivo e nem sempre relevante das sondagens, mas tem-se sobretudo notado, pelo menos para quem tem a oportunidade de trocar impressões com amigos e familiares interessados nestas coisas, uma adesão à figura e às propostas do líder do PSD.
A moderação, o sentido de responsabilidade, a ausência de qualquer soberba ou sinal de desrespeito pelos adversários, acompanhados de uma assertividade serena têm-lhe granjeado uma admiração cada vez mais pública por parte do eleitorado.

É verdade que o excelente desempenho frente a André Ventura e a forma cristalina como colocou fora do círculo das soluções um partido cuja matriz é problemática terão sido os fatores decisivos para este reencontro com os portugueses. Falo em reencontro porque o próprio Montenegro admitiu recentemente que teria de fazer mais para chegar junto das pessoas e passar a mensagem de esperança e reformismo que sempre assumiu como bandeiras. Talvez seja esta a primeira vez que alguém tem uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão.

Do outro lado da barricada, Pedro Nuno Santos desiludiu os mais firmes apoiantes, apresentando-se sem capacidade de controlar os temas dos debates, sem qualquer aura de estadista e despojado da famosa “gravitas” que se associa aos líderes de relevo. Talvez se os debates consistissem em trocas de mensagens via Whatsapp pudéssemos ver nele o vislumbre do potencial que levou os socialistas a escolhê-lo para Secretário-Geral. Assim não sendo, sobra a imagem de alguém que perdeu o pé e, sem saber bem onde se apoiar, vai-se arrastando até ao final da contenda por dever de ofício.
O que de estrutural retive desta série de debates foi uma clara indicação de que é agora certo para todos, partidos incluídos, que não há outras opções que não sejam continuar (porventura para pior) o rumo de empobrecimento do país e de desistência dos serviços públicos de qualidade, ou mudar para quem não só quer como pode fazer (muito) diferente.

A AD apresenta-se como a única força política, de índole matricialmente moderada, alternativa ao bloco governativo das esquerdas e ao bloco anti-governativo PS-Chega, blocos esses que curiosamente partilham o propósito, de modo mais aberto ou mais velado, de impedir que outros que não o PS possam governar o país.
Quem pretender evitar essa mexicanização do regime, mas acima de tudo, quem pretender promover, pela positiva, um país diferente, assente na solidariedade responsável, no humanismo, no mérito não só profissional, como cívico e social, um país preocupado, em primeiro lugar, com as pessoas e não com a voracidade da máquina de cobrança de impostos do Estado, tem uma única e cristalina opção: votar Aliança Democrática.

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