Correio do Minho

Braga, terça-feira

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Nem as palmas nem a Champions pagam contas!

A responsabilidade de todos

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Voz à Saúde

2020-06-20 às 06h00

Humberto Domingues Humberto Domingues

A “Pandemia COVID-19”, continua incerta, embora numa fase menos “agressiva”, mas não é atenuada com palavras de boas intensões, nem o SARS-CoV2 diminui a sua virulência com palmas.

Muitos não acreditam, mas a divulgação dos números de pessoas infectadas, testadas e curadas da infecção COVID-19, foi acima de tudo, política. O material e equipamento anunciado diariamente, foi às centenas, mas muito ainda por chegar e que nunca virá, como é o caso dos ventiladores. E os que chegaram, sem certificação, com deficiências, anomalias e instruções em mandarim!

Viu-se um SNS desorganizado e incapaz. Lideranças frágeis, contraditórias e politicamente dependentes da cor partidária e do governo. Valeu nesta amálgama toda, a capacidade de decisão, de trabalho, de conhecimento científico, de entrega e altruísmo dos Profissionais de Saúde, nas suas diferentes Classes (Assistentes Operacionais, Enfermeiros, Médicos e Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica) para que o SNS não colapsasse com estrondo!

Recebemos inúmeras manifestações de pessoas anónimas, empresas e associações de forma sentida. Houve aplausos das janelas e varandas. As forças de segurança, numa encenação novelesca, em cortejo, foram aos Hospitais agradecer aos Profissionais de Saúde. (Esqueceram os Cuidados Primários?) O erro não está nestes Homens que vestem farda, carregam armas e tocam sirenes, e que se viram forçados a este teatro. O erro está nos Senhores Ministros que encenam estes episódios, para distrair e desviar atenções.

Perante tudo o que se tem passado, ao longo de vários e vários anos, no SNS e no Sistema de Saúde, e que com o COVID-19 se tornou mais visível, permanecem ainda dúvidas que os Enfermeiros têm uma profissão de desgaste rápido? Que na Carreira Profissional deveria estar contemplada a “penosidade e o risco” e a aposentação antecipada? Alguém duvida que tem impacto psicológico o facto de cuidar e tratar diariamente doentes, amputados e mutilados e lidar com a morte? E os turnos de manhãs tardes e noites, que afectam o biorritmo dos Enfermeiros? Alguém duvida hoje, que os Enfermeiros e outros Profissionais de Saúde que estiveram na linha da frente, muitas vezes mal protegidos, por falta de equipamento, colocaram-se em risco a si e aos seus, para cuidar e tratar dos outros?

Hoje, após uma massiva campanha de muitas meias verdades e muitas inverdades, tudo parece quase correr como se não tivesse havido COVID-19. Já não se ouvem palmas, mas exigências. O poder político – Presidente da República, Assembleia da República, Governo e Partidos da Oposição – dão ainda mais significado às palavras “INGRATIDÃO E ESQUECIMENTO”. É isso que sentem os Enfermeiros: sem valorização remuneratória, sem alteração da Carreira Profissional, com a continuação da diferenciação em CIT’s e CTFP!

Já quanto aos Srs. Deputados, têm agora em mãos, o momento único de afirmar e produzir emendas à legislação que penaliza os Enfermeiros Portugueses, há muitos e longos anos, através dos “Projectos de Lei” que foram apreciados na Assembleia da República no dia 18 do presente mês e que desceram à especialidade. Se não forem ao encontro de toda a informação, pareceres e documentação que lhes chegou, através de audições, reuniões e contactos com a Ordem dos Enfermeiros e Sindicatos da Classe e, alterarem a Carreira de Enfermagem, respectivas categorias, contagem de pontos e tempo de serviço, afirmamos que afinal, não ouvem os Portugueses, que as suas intervenções são fúteis, cínicas e desprezíveis. E com isso, o Orgão de soberania que é a Assembleia da República, representará apenas os Srs. Deputados, mas nunca o POVO, nem os Profissionais de Saúde e muito menos os Enfermeiros.

E se acontecer uma segunda vaga da “Pandemia COVID-19”, vai haver disponibilidade e motivação destes Profissionais/Enfermeiros, para estarem na linha da frente com a mesma dedicação, altruísmo e entrega?

Dos milhões de euros enterrados na TAP, Novo Banco e CP, não sobrarão nenhuns euros do orçamento para compensar e valorizar as remunerações dos Enfermeiros? É que as palmas não pagam contas! A “Champions”, apesar do Sr. Primeiro-Ministro entender que “é um prémio para os Profissionais de Saúde”, também não paga as contas dos Enfermeiros! E o Estado falhará outra vez na defesa dos seus Concidadãos!

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