As férias e o seu benefício
Ensino
2021-12-27 às 06h00
Esta semana não existe. O Natal marca o fim do ano presente e o intervalo até ao começo do próximo. Esta semana serve para fazer balanços sobre o que passou e planos para o que aí vem. Que todos esperamos que seja muito melhor.
O ano de 2021, do primeiro ao último dia, fica marcado pela pandemia e pelo seu combate. Se em 2020 conseguimos perceber um consenso cívico generalizado de apoio e cumprimento das ações definidas pelo governo, este ano surgiram as primeiras brechas na unanimidade. Para alguns grupos, as medidas definidas pelas autoridades eram as certas e indispensáveis; para outros, eram excessivas e desnecessárias; e, para outros ainda, eram sempre insuficientes ou ineficazes. A operação nacional de vacinação maciça também começou por ser consensual, o que em larga medida levou ao seu inegável sucesso. Mas, à medida que as fases de vacinação foram sendo concretizadas, as vozes dissonantes, ainda que relativamente circunscritas, cresceram progressivamente. Devemos avançar para uma terceira dose? Deve a vacinação ser obrigatória? Devemos vacinar também as crianças com menos de 10 anos?
Este padrão evolutivo de um grande consenso inicial que se vai esbatendo à medida que o tempo passa tem várias explicações e encerra várias lições para reflexão coletiva. Em primeiro lugar, a nossa grande impreparação coletiva para enfrentar uma crise com esta severidade e extensão. A verdade é que não sabíamos sequer como lidar com ela porque nunca o tínhamos experimentado. Em segundo lugar, o cansaço físico e até anímico teve também um papel muito importante. Em terceiro lugar, fomos também percebendo que a concentração de todos os esforços neste combate tinha outras consequências não imediatamente percetíveis. Os confinamentos e as restrições análogas tiveram, como era inevitável, impactos na atividade económica, com efeitos reais na vida das pessoas e que se tornaram mais visíveis ao longo do tempo. E produziram também consequências no próprio SNS que, inevitavelmente, se traduziram na deslocação de recursos e de atenção de todas as outras atividades.
Também sem grande surpresa, estas fricções coletivas acabaram originar vários efeitos a nível político. As eleições de setembro passado mostraram um grande número de resultados completamente inesperados, sendo o caso de Lisboa o menos antecipável. Passado muito pouco tempo, a coligação informal que tinha apoiado o governo desde 2015 também ruiu um pouco de surpresa e ainda sem sabermos muito bem porquê. Ainda mais inexplicavelmente, a rutura à esquerda não teve qualquer efeito na estabilização dos partidos à direita. Ao mesmo tempo, os resultados das próximas eleições legislativas de 30 de janeiro parecem estar em aberto, quando há poucos meses diríamos que seriam sempre um passeio para o atual primeiro-ministro.
É impossível não associar esta agitação dos dois anos tão atípicos que vivemos. Os balanços que fazemos são, portanto, os da crise da pandemia, do seu combate e das consequências a todos os níveis. E os planos para 2022?
O plano coletivo que mais gostaríamos de realizar seria o do restabelecimento da normalidade. O regresso ao ‘velho normal’, numa linguagem a que nos fomos habituando. Não sabemos se isso será já possível, mas é certamente desejável.
Os outros desafios são também muito exigentes e complexos. Logo na abertura do ano, temos também escolhas coletivas muito importantes a fazer, neste caso decidir quem nos governa. As alternativas disponíveis são razoavelmente claras, são diferentes e conduzem, por isso, a modelos de governação distintos.
Mas os planos coletivos dependem exclusivamente do que escolhermos concretizar individualmente, em função de cada um dos nossos objetivos. O que se espera é que tenhamos uma certa exigência.
07 Maio 2025
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