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Muito Bom Ano!

‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações

Voz às Escolas

2018-01-08 às 06h00

João Andrade João Andrade

Acabaram as Festas e mais um ano - civil! - se inicia. Altura de balanços e reflexão sobre os tempos que se avizinham. Se nas escolas o intervalo principal é o ano letivo, o civil também nos marca. É sempre um outro fecho e recomeço e espaço para algo novo.

Para já, este é o ano do descongelamento das carreiras dos funcionários públicos. Sendo uma escola pública, este é o ano em que nos alegramos com o facto de, finalmente, docentes e funcionários poderem retomar um que é um direito fundamental de qualquer profissional: uma carreira, e a expectativa que todo o tempo que se dedica a uma profissão e o mérito associados sejam reconhecidos e se traduzam na possibilidade de providenciar uma vida melhor aos seus e a si próprio. Uma sociedade só progride se todas as suas partes cumprirem, devida e qualitativamente, a sua missão.

A função pública é uma parte significativa e relevante da nossa sociedade e garante de uma panóplia vasta de recursos e direitos, que de outra forma poderiam ser inacessíveis. E, em reflexões prévias aqui escritas, já tivemos ocasião de referir que essa missão deverá estar a ser bem cumprida, porque o discurso, ainda há alguns anos tão recorrente, do demérito dos serviços públicos e, em particular, dos seus agentes, encontra-se significativamente mitigado.

Quase em todas as famílias ou grupo de amigos existe pelo menos um que é funcionário público - muitas vezes docente - e todos reconhecem a entrega e dedicação com que executa sua função.
No que concerne aos docentes, pensamos que, além do descongelamento, é legítimo que se procure uma forma - ainda que alongada, para financeiramente sustentável por todos - de repor o tempo perdido. Dado a carreira docente assentar, primordialmente, no tempo dedicado à função, nunca contabilizar a quase dezena de anos de congelamento, significa privar toda uma geração da possibilidade de, sequer, se aproximar do topo de uma carreira. O que configura uma elevada injustiça, porque foi, precisamente, essa a geração que, e bem - como os restantes concidadãos deste país -, aguentou o embate da Crise, com sacrifício próprio e dos seus.

No que concerne ao nosso agrupamento, este foi o ano em que aderimos ao Projeto de Autonomia e Flexibilidade. No primeiro período que terminou, apesar da abordagem do agrupamento ao processo ser, intencionalmente, cautelosa, refletida e sustentada, foi muito interessante ver a dedicação com que alunos e professores procuraram novas formas de abordar o processo letivo. Por exemplo, no 10.º ano, a última semana de aulas foi dedicada ao desenvolvimento, pelos alunos, de uma panóplia de projetos interdisciplinares por eles escolhidos.

A dedicação e o entusiamo expresso com que se dedicaram à tarefa- e agitação que conferiram à escola - fizeram-nos ter a certeza que, por eles, a aposta era a certa, apesar de ainda haver muito a calcorrear, refletir e implementar. Por exemplo, a avaliação coletiva, também no 10.º ano, de uma nova disciplina - Cidadania e Desenvolvimento - revelou-se um desafio aos diversos grupos turma de docentes.

Ainda a propósito desta iniciativa da tutela - meritória -, do Projeto de Autonomia e Flexibilidade, uma breve nota: quanto mais o implementamos e até nos confrontamos com a sua efetiva necessidade e emergência, mais ficamos com a sensação de que é somente uma tentativa de remedeio - e não um produto final -, de um edifício pesado, burocrático e incompleto, que é o nosso sistema educativo. Até nas críticas dos próprios titulares de cargos no Ministério da Educação, a propósito do estado das coisas que deu origem a este Projeto, essa sensação transparece. Assim, seria desejável que, em paralelo com este processo, de forma refletida e responsável, todas as forças políticas, que têm gerido o nosso País no pós-revolução, definissem as bases de todo um novo processo e sistema educativo, perene, adaptável e respeitante da autonomia das comunidades que o implementam. Voltaremos, mais aprofundadamente, a esta reflexão em momento futuro.

O ano que terminou foi também o ano de inúmeras iniciativas, todas de elevado sucesso e impacto - demasiadas para aqui enunciar -, contruídas pelos diversos atores da nossa comunidade educativa: a todos eles - professores, colegas da direção, pessoal não docente, alunos, pais, autarquia e demais entidades envolventes -, o nosso sincero agradecimento, por toda a sua genuína entrega e generosidade.

Muito Bom Ano!

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