Ettore Scola e a ferrovia portuguesa
Escreve quem sabe
2021-11-08 às 06h00
No passado dia 28 de outubro o presidente executivo da Facebook comunicou a mudança do nome da empresa para Meta, numa alusão ao conceito de “Metaversos” (designação resultante da aglutinação das palavras meta e universos). Apesar deste conceito não ser recente, a crise pandémica e os recentes avanços tecnológicos catapultaram o interesse e o número de iniciativas nesta área. A partir do dia dessa comunicação tenho lido e refletido também sobre o assunto. Em diversos artigos que tive a oportunidade de ler, perspetivam-se não só novas oportunidades em áreas de negócio distintas, potenciadas ainda mais pela cadeia de blocos e pela inteligência artificial, como também são levantadas questões pertinentes relacionadas com necessários ajustes à lei da proteção de dados, melhorias na segurança das redes, impactos na saúde, entre outros. Das áreas de negócio mencionadas, enaltece-se o retalho, domínio habituado a constantes e inovadoras mudanças.
Para entender o conceito de metaverso, imagine-se no conforto de sua casa. Porque a mesma se encontra praticamente vazia tem a necessidade de se abastecer com alguns produtos. Infelizmente, as forças e a falta de apetite para sair de casa acorrentam-no ao chão. Sente-se pesado, entediado e está sozinho dentro de quatro paredes. Deita-se sobre as quentes almofadas do seu sofá, colocando uns óculos e auriculares “inteligentes”. Nesse momento, projetam-se na sua mente múltiplas imagens multidimensionais, espoletando um variado conjunto de emoções. Das diversas imagens, encontra-se o hipermercado “Meta Go” do Sr. Silva. O estabelecimento deste senhor foi projetado ao milímetro, com particular atenção a todos os detalhes da sua arquitetura. Quem lá ousar entrar virtualmente, participará numa experiência que se renovará a cada visita, tudo em tempo real. Será, portanto, única e alucinante. Entre agora na loja. Repare nas diversas prateleiras com interminável stock, espaços circundantes amplos, para além da inexistência de quaisquer ruído e filas de espera. Mire os avatares de outros indivíduos a circular, exibindo expressões faciais de admiração. Todos estes avatares vestem-se a rigor, como se de um novo conceito de gala e exposição se tratasse. Aponte para os produtos que deseja adquirir e, de uma forma mágica e espontânea, ser-lhe-ão deduzidos automaticamente “Silvacoins” da sua conta virtual. A mercadoria comprada ser-lhe-á enviada para casa no prazo de 15 minutos. Mesmo antes de terminar esta experiência, uma imagem perfeita de uma bela donzela avatar aconselha-o a comprar umas sapatilhas e um fato de treino novos. O intuito desta colaboradora, porventura também sentada no recanto da sua poltrona, não só se limita a desejar-lhe uma boa viagem de regresso a casa, mas também a sugerir nova roupa para si e para o seu próprio avatar.
A meta realidade previamente descrita tem sido explorada por diversas marcas, propondo a compra de sapatilhas digitais a um determinado personagem de um jogo virtual. Por exemplo, na promessa de este personagem conseguir correr bem mais que os seus adversários. No futuro próximo, este tipo de propostas cingir-se-ão também no próprio avatar, para que este se vista melhor, cativando os atentos olhares de outros avatares. Assistiremos a passarelas virtuais e participaremos em jogos de sedução dentro de universos paralelos.
Encontramo-nos, é certo, nos primórdios de um ambicioso paradigma de redes sociais com metaversos que se mesclam com a realidade física. Conseguirão gigantes empresas captar a nossa atenção para nos tornarmos ativas personagens dentro de cenários tão mirabolantes? Acredito que sim. Mas, será ainda utopia ou distopia toda esta assustadora realidade que se avizinha?
*com JMS
10 Outubro 2024
08 Outubro 2024
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