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Maio de 68 marcas que perduram após 50 anos

Poesia e Inovação

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Maio de 68  marcas que perduram após 50 anos

Voz às Escolas

2018-05-21 às 06h00

Maria da Graça Moura Maria da Graça Moura

Maio de 68 comemora 50 anos! A marca de importantes transformações no mundo! Com início em França, uma onda de protestos, manifestações estudantis reclamando reformas no setor educacional, tornou-se o símbolo de uma nova ordem social em todas as instituições sociais, políticas, económicas e culturais. Alguns historiadores afirmaram que o Maio de 68 foi dos eventos mais importantes e significativos do século XX, porque não envolveu uma camada restrita da população, mas uma insurreição popular que superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe.
1968 foi marcante, paradigmático, transformou as relações sociais e propôs novos modelos de convivência no mundo, procurando mais igualdade, mais justiça, direito à libertação feminina, à universidade sem classes, à felicidade individual.
Para as mulheres, que gritaram mais alto a declaração dos estudantes franceses proibido proibir, a data simboliza a conquista de um lugar melhor na sociedade.

Há 50 anos o clima na Europa era tenso, o mundo assistia aos assassinatos de Robert Kennedy, de Martin Luther King, às Guerras na Coreia e no Vietname. A participação dos jovens na guerra, as dificuldades económicas e sociais da época, levaram a uma onda de contestação com os vastos movimentos sociais, que afetaram as grandes empresas, os sindicatos, mas também artesãos, pescadores, comerciantes, artistas, professores. O movimento emergente assumiu uma postura contra as convenções sociais. Os jovens passaram a usar cabelos e barbas longas, roupas coloridas, apropriando-se de símbolos que expressavam a paz e o amor. A cultura musical eclodiu de tal forma que os artistas mais influentes da época passaram a ser também os principais propagadores da ideologia hippie. Músicos como Bob Dylan, Beatles, Rolling Stones, surgiram abraçando estes ideais tanto nas suas músicas como nos seus estilos de vida.

A revolta dos estudantes de Coimbra em 1969 foi, em Portugal, uma consequência destes novos ventos vindos da Europa. Despontou em Portugal, um movimento político e social que mobilizou a construção de uma caminhada de reflexão, de crítica, de contestação e de experimentação tanto teórico-intelectual como nas vivências ou na cultura, na ciência: são debatidos, questionados, revistos e modificados os modos de viver, de expressar, de pensar, de sentir. Procuram-se saídas, soluções, caminhos!
Inicia-se o debate sobre o atraso educacional do país, dado que na década de 60/70 o analfabetismo em Portugal era muito elevado, principalmente nas mulheres. Após o isolamento pedagógico em que o país vivera, foram ensaiadas diversas modalidades de inovação curricular com a Reforma Veiga Simão.

Com a revolução de abril, o país viveu novos desafios e o sistema de ensino conheceu importantes transformações qualitativas e quantitativas. Podemos considerar que no Portugal de Abril, a política da educação surgiu inserida num contexto de instabilidade, transformação e reconstrução social que foi, sobretudo, encarada como promotora de uma cultura dos direitos e educação para todos.
Decorridos 50 anos sobre o «tsunami» que varreu a França, e que teve um efeito de contágio viral por toda a Europa, será difícil encontrar um evento que rivalize com o Maio de 68 nos seus indiscutíveis impactos nas dimensões cultural, educativa e geracional e cujas marcas perduram até hoje.

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