Automatocracia
Ideias Políticas
2025-01-28 às 06h00
É com uma – justificada, diga-se – pompa e circunstância que a cidade de Braga tem aberto as portas ao ano de 2025 e ao facto de ser a Capital Portuguesa da Cultura. Com um programa de celebração da cultura nacional, e fazendo dela mais uma bela oportunidade para visitar e conhecer Braga, trata-se similarmente de uma possibilidade de descentralizar eventos e trazer para a região uma realidade que, infelizmente, ainda estamos excessivamente habituados a ver em outros pontos do país, nomeadamente naqueles onde vislumbramos o Tejo e o seu estuário.
Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal, reforçou na abertura desta comemoração, e enquanto apresentava a nova identidade visual da cidade, que Braga “soa a futuro” e que é uma cidade que “não pára”. Não sendo possível discordar com parte dessa realidade, é, ainda assim imperativo com que façamos com que Braga não pare, de facto, nem nos dias de chuva. Entre nós (Infias) e transportes públicos que não se resolvem com um Metrobus, decoradas com ciclovias incipientes, para abrirmos portas a quem nos visita, é necessário que depois dela consigam circular.
E para quem, além de circular, pretender aqui viver? Ainda soamos a futuro? Ou soamos a uma crise habitacional que carece de um planeamento sustentado? Esperemos que a revisão do Plano Diretor Municipal – ainda em vigor - nos ajude, de vez, a devolver-nos o tal futuro, assim como através da Carta da Habitação que tarda em chegar.
O que mais combina com futuro, pergunta o leitor? Sem possuir uma máquina do tempo, olhando para outras realidades urbanísticas e sociais, apostaria que uma menor burocratização, uma maior transparência do município, e uma maior integração dos jovens nesse mesmo futuro, seriam peças essenciais para que possamos olhar realmente em frente, e não constantemente para quem deixou a porta aberta.
Ainda sem descurar esse futuro, é um facto que, no presente ano, a cidade de Braga enfrentará um momento decisivo, com eleições para o novo executivo, depois de um longo ciclo de mais de uma década. Sem descurar os inegáveis avanços criados ao longo desse período, impulsionados por um crescimento demográfico quase singular no país, é igual- mente evidente o que podemos ainda fazer para que a cidade consiga acompanhar essa mesma evolução. Antes que seja tarde demais.
Na celebração de Braga como Capital da Cultura, os sinos foram parte integrante da nova imagem da cidade. Cabe a nós conseguirmos que daqui a uma década, eles sejam, de facto, o sinal do futuro, e não a evidência de que Braga, afinal, fazia soar o alarme sobre o seu presente.
18 Março 2025
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