Correio do Minho

Braga,

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“Marés…”

‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações

Voz às Escolas

2016-09-19 às 06h00

João Andrade João Andrade

A Escola voltou! Mais um ano letivo, outra vez a lufa-lufa do seu arranque, o reorganizar das agendas de professores e famílias, o acerto de pormenores de última hora, a alegria do reencontro ou do fazer de novos amigos, controlar a expectativa e a curiosidade face às novas matérias, alunos e professores.
Diz-se, muito apropriadamente, que não existe uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão. Sabendo quão importante é manter o ânimo e o enfoque de todos os que retornam à escola, reforçou-se, este ano, o trabalho de preparação do ano letivo, iniciado bem antes do final do último ano letivo e prolongado ao longo de todo o mês de agosto e início de setembro. Aos colegas e funcionários que entenderam a importância deste trabalho de preparação e que a ele se devotaram - muito a custa de um descanso mais do que merecido -, o nosso muito, muito obrigado.

Este ano arranca, ainda, como muitos outros agrupamentos, sob a égide da implementação do nosso Plano da Ação Estratégica e de Promoção da Qualidade das Aprendizagens, iniciativa nacional da atual tutela. Abraçamos, desde a primeira hora, a elaboração deste plano, quer por poder ser uma eventual possibilidade de obtenção recursos (sempre tão em falta nas nossas escolas), quer por entendermos que nunca se deve perder uma oportunidade de refletir as nossas práticas e realidade específicas. Assim, consequentemente e no contexto do nosso agrupamento, procuramos identificar todas fragilidades condicionantes do nosso pleno sucesso educativo e preconizamos objetivos e metas a atingir, bem como as atividades a decorrentes a implementar, definindo, ainda, calendarizações e responsáveis.

A elaboração do nosso plano foi entregue a uma equipa que integrou representantes de cada ciclo de estudos, da nossa Equipa de Avaliação Interna e, ainda, da Direção. Essa equipa auscultou, dentro da limitação temporal imposta (fortemente limitativa, dado o momento em curso do ano letivo em que teve de operar), a comunidade educativa. Para ser o mais abrangente possível, a auscultação foi feita recorrendo principalmente a inquéritos online, em que os participantes indicaram quais entendiam ser as principais fragilidades do nosso ato educativo concreto e que soluções divisavam para as contrariar.

O plano elaborado foi e é, assim, composto por quatro medidas que apresentam, como traços transversais, a partilha de saberes entre pares, o envolvimento de toda a comunidade educativa e a desmontagem da sala de aula como espaço de isolamento e encapsulamento docente. Esta visão e implementação, paradigma recorrente e imutável há bem mais de um século, define a sala de aula como constituída por uma secretária, um quadro na parede, um docente e filas sucessivas de carteiras e alunos. Esta é, ainda, a imagem, salvo pontuais e honrosas exceções, de uma sala de aula dos dias de hoje, em qualquer uma das escolas do País.

Concretamente, as quatro medidas divisadas no nosso plano foram, então:

Medida 1 - “Saber Ser”. Visa a autorregulação dos comportamentos individuais e coletivos, bem como a consciência do impacto dos mesmos no sucesso individual e coletivo, dotando a organização e os docentes de ferramentas que lhes permitam lidar com a heterogeneidade comportamental e suas causas subjacentes. Procura dar resposta à fragilidade detetada da existência de comportamentos inadequados e/ou desviantes em contexto de sala de aula e fora da sala;

Medida 2 - “Interagir para Melhorar”. Pretende incrementar a articulação curricular e pedagógica intra e interdepartamental (entre ciclos, no ciclo, ano e interdisciplinar), bem como em cada conselho de turma, entendidas como passiveis de melhoria;

Medida 3 - “Agilizar o Ser, para Saber Fazer”. Assente no trabalho colaborativo interpares, procura um modelo organizacional que permita dar apoio mais personalizado aos alunos diagnosticados com dificuldades de aprendizagem às disciplinas estruturantes de português e matemática, promovendo, ainda, a criação de sólidas equipas educativas, com capacidade de intervenção atempada, na melhoria dos processos de ensino aprendizagem em turmas com mais de um currículo. Pretende ser resposta ao que entende- mos ser um deficiente domínio da leitura/expressão escrita e de raciocínio/conceitos matemáticos basilares na generalidade dos alunos;

Medida 4 - “Aprender fazendo”. Com mesma, desejamos incrementar a literacia científica, contribuindo para a valorização das ciências experimentais desde a Educação Pré-Escolar, num projeto de articulação interciclos e secundário, contrariando eventuais dificuldades em cumprir as orientações curriculares para a educação pré-escolar (OCEP) e as metas curriculares no ensino básico, no que respeita à literacia científica e decorrentes atividades.

Não sendo novidades absolutas - muito do preconizado no plano já era feito no agrupamento, embora em escala mais limitada e contexto circunscrito -, as medidas pretendem constituir-se como linhas orientadoras e pedra-de-toque do trabalho a realizar no presente ano letivo.
O bom sucesso do plano está, ainda, (de)pendente de recursos prometidos e não atribuídos.

Não é bom augúrio ter-nos sido autorizada a possibilidade explícita de contar com mais três docentes para a implementação do plano e os mesmos não terem, ainda, sido colocados no agrupamento, isto apesar de recorrentemente solicitados nas pertinentes e indicadas plataformas… Também entendemos, não só pelo divisado no plano, que existe uma panóplia e número de técnicos não docentes - desde psicólogos, sociólogos a técnicos de gestão de conflitos -, que um agrupamento com quase 3000 alunos deveria contar para o sucesso do ato educativo que implementa.

Mais um ano, mais uma maré… em país de navegantes, esperamo-la e desejamo-la sempre melhor e indutora de mais sucessos que a anterior, mas, ao mesmo tempo, a experiência acumulada numa nave com tantos anos e memória, far-nos-á , esperamos, estar atentos a cada vento contrário e buscar sempre a resposta - necessária e merecida - a cada mais pequena onda e salpico.

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