Assim vai a política em Portugal
Ideias
2017-01-13 às 06h00
Muitos ainda se recordam destas palavras do sempre sorridente Santos Silva, um nortenho dotado de especiais características de comportamento e carácter, que teria frequentado o Colégio Alemão e que agora é Ministro dos Negócios Estrangeiros. Aliás uma figura imperdível, muito falada e reconhecida pela arte, presteza e engenho em se tornar notada devido a toda uma ligeireza na falação, veia cómica e piadética, mas com múltiplas “aptidões” e “funcionalidades” na área socialista, onde se tem vindo a afirmar como um elemento “polivalente” face aos diversos cargos governamentais ocupados como «profissional da política», no activo ou reserva, e ainda como comentador da TV. Mas se na ocasião, quando disse ter prazer em “malhar na direita”, nos sorrimos ante a sua apetência de “boxeur” amador e de 3.ª categoria (aliás sem físico e estaleca para mais!), actualmente temos sérias dúvidas se teriam sido mesmo essas as palavras por si ditas e se não teria havido até lapso na percepção, deturpação ou erro no verbo, por antes ter querido dizer “marrar na direita”. Aliás, as suas usual truculência, agressividade verbal e a recente observação sobre o trabalho de Vieira da Silva na “feira de gado” que teria ocorrido na reunião de concertação social, convencem-nos de que as palavras “marrar na direita” se apresentam como mais elucidativas, apropriadas e muito mais compaginadas com a sua personalidade de uma “vernaculidade” intrínseca no decurso de uma “linguagem” animalesca e metafórica. Para ele, um «político» experiente e vivido, ao usar tal “linguagem” teria reduzido tudo a um jogo de “golpes” e “cornadas” entre o Ministro e os representantes do patronato e trabalhadores, com troca de alguns “coices” e “marradas” até ao acordo final. Naturalmente, sempre seguindo o seu pensamento “inteligente” e “sábio”, admite-se que em tal reunião ter-se-iam verificado todos aqueles preliminares, praxes e gestos usuais nas “ feiras de animais” entre compradores e vendedores em busca do melhor negócio para seus “bichos”, com todo um ritual de “apalpações”, exames ao “pêlo”, apertar de “focinhos”, abrir de “bocas” e contagem de “dentes”, além de miradas aos “quartos trazeiros”, etc., etc.. Tudo para se “iludir” o parceiro e realizar o melhor “negócio”, o que, tanto quanto se sabe, nem teria sido o caso, ainda que ao arrepio dos desejos do Bloco, PC e dirigentes sindicais, desde a Avoila ao Mário Nogueira passando pelo Arménio, quanto à discutida e problemática descida da TSU.
Claro que Santos Silva, criticado e “censurado” por quem ainda tem alguma sensatez no meio da “gajada” do poder e do sistema, apressou-se a pedir desculpa pela insólita e desbragada observação de uma vernaculidade imperdoável, e quiz explicar o inexplicável e desmistificar qualquer ofensa possível pela natural sinalização de “cornadas” e “coices” entre os in- tervenientes nessa dita “feira de gado”. No entanto não podemos deixar de pensar que tão “inteligente”profissional da política, na sua “inocência”, não conseguiu resistir a todo um retratar da “realidade” que vinga nas reuniões políticas e afins, governamentais ou não, onde alapadas a duras discussões, naturalmente ocorrerão muitas “farpas” , algumas “alfinetadas” e palavras travestidas em verdadeiras “marradas” e “coices”, metaforicamente acompanhadas de alguns alegóricos “relinchos”, “grunhidos”, “barregos” e “més”. Como numa qualquer feira de gado do nosso Portugal, o que se exara e se expressa em memória das feiras dos “13” e “29” em certas zonas da nossa infância, aliás sem ofensa para os participantes e “animais” dessas feiras (cavalos, burros, vacas, bois, ovelhas, porcos, etc.,), para não desagradar ao André Silva, o conhecido deputado “panisca”.
Simplesmente temos para nós, e sem qualquer intenção ofensiva, que o “truculento”, “vaidoso” e “arrogante” Santos Silva, aliás seguindo-o em todo o seu quadro de linguagem animalesca e alegórica, é que foi mesmo “corneado” na questão dos filhinhos do embaixador do Iraque, pois, apesar do ocorrido em Ponte de Sor, meteu o rabo entre as pernas como qualquer “cão” em fuga a problemas. Mas isso é lá com ele, muito embora, neste país onde vinga uma “feira de políticos”, tenhamos sérias reservas quanto ao que se vem passando nas reuniões do governo e com os partidos, da coligação ou outros, admitindo-se que não faltem truculência, discussão, barulho e arremesso de “farpas”. Tal como numa “feira de gado”, no pensar e no dizer do “experiente” Santos Silva, com eventual, metafórica e recíproca distribuição de “marradas” e “coices”, acolhendo-se assim a expressão por si “adoptada” como mera emanação e eco do que se tem vindo a passar. Alegorias animalescas que parecem ser timbre da malta socialista, com o Pinho a “endereçar” corninhos ao Bernardino no parlamento e o Sócrates a dizer que “«manso» é a tua tia, pá !”
Aliás nesta “feira de políticos e politicozinhos” em que vivemos, afigura-se-nos que os “animais” e “bestas” somos todos nós, que pagamos impostos e sofremos as “marradas” do poder nos aumentos das rendas das casas, electricidade, combustíveis, transportes, portagens, impostos de circulação e sobre veículos, etc., etc., quando na realidade a geringonça tira com as duas mãos o pouco que dá com a outra, com o Costa enfaticamente a falacear normalidade e melhoria na situação de vida do povo. Em consonância com o Marcelo (recuso-me a escrever presidente, e sobram-me razões para tal ) que, “embriagado” por um populismo vulgar e foleiro, vem alinhando e assegura nos eventos públicos, naturais ou provocados. Aliás, quando não está a dormir( para azar nosso, o homem dorme pouco!), passa o tempo a “despejar” e a “vomitar” o ridículo e caricato por tudo quanto é lugar, desde que haja gente e TV por perto, mesmo descalço a atravessar uma via pública de calções de banho e toalha. Indagando de uma espanhola se gostava do Ronaldo, com o protocolo de rastos e num abandalhamento total da função e cargo, e muitos nos cemitérios a rirem-se à gargalhada.
Entretanto os “animais” desta “feira de gado” em que se tornou o país, continuam a ser levados para o açougue, “farpeados”, “aguilhoados” por meia dúzia de ganapos que só mentem e pensam em si, sentindo cada vez mais o “espartilho” tributário do Estado, pois o governo é sempre hábil e lesto a “arranjar” soluções à custa dos contribuintes e do povo, aliás na miséria, como no caso da descida da TSU (a diferença é suportada pelo Estado), na reversão dos transportes no Porto e Lisboa, na consolidação da CGD, no respaldo da Banca, etc., etc.. Mas há eleições à porta e interessa captar o eleitorado com “benesses”, “autorizações” de despesa a autarquias da cor e um apressado e eleiçoeiro “reimplante” de certos tribunais em convénio as câmaras. “Travestindo” funcionários administrativos locais em pessoal judiciário, em ordem, dizem, a uma justiça de proximidade e fim de isolamento de certas zonas. Meras balelas e panaceias de folclore, note-se, mas será muito interessante “compaginar” tais reimplantes com o colorido dessas autarquias e importa lembrar que se deu o primeiro passo para a “partidarização” da Justiça, até porque o pessoal administrativo dos munícipios, mesmo bons em técnica informática, arquivos e serviços, não tem formação judiciária nem espírito ajustado a um quadro técnico-jurídico, mormente quando confrontado com princípios de imparcialidade, isenção, consciência funcional, responsabilidade e segredo de justiça, já que eivado e “maculado” por pecado original político-camarário. Por mais que pense o contrário e diga, se é que ainda pensa, a “original” e “incompreensível” Francisca!...
06 Dezembro 2024
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