Correio do Minho

Braga, segunda-feira

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Jovens construtores da cidade

Enfermeiros portugueses em convenção internacional

Ideias

2012-01-24 às 06h00

Ricardo Silva Ricardo Silva

É de comum senso que a região do Minho vive dias de entusiasmo com a inauguração das duas capitais europeias, sendo a cidade de Guimarães um polo de atração e orgulho na vertente da cultura e a cidade de Braga um aglutinador das dinâmicas da Juventude.
Imune a este estado efusivo parece estar o restante país, devido aos mais que anunciados tempos difíceis que Portugal vive, consequência de uma crise internacional, que se abateu sobre quase todas as grandes economias.

Assumidamente, o nosso país não vive dias fáceis e, a um ritmo alucinante, anunciam-se cortes e restrições em nome de uma forte disciplina e poupança do Estado Central. A consequência disto é assistirmos a estratégias de grandes grupos comerciais que deslocam serviços e/ou moradas fiscais para outros países menos austeros na carga fiscal. Contudo, aquilo que tem sido tema de conversas, mais ou menos fervorosas por estes dias, são os exemplos que os nossos agentes políticos transparecem para a restante sociedade, dando a impressão que o povo pagará a crise à custa dos seus sacrifícios, isentando de obrigações quem tem a seu cargo a governação do País.

Os episódios das trocas de viatura, em que o caso mais expressivo foi o da chegada do Ministro a Solidariedade Social de vespa, aquando da tomada de posse, para de seguida solicitar uma cara viatura automóvel, ou o facto de uma deputada (certo que sem carro próprio e sem habilitação para conduzir) imputar à Assembleia da República a sua deslocação no âmbito de uma atividade não cabimentada nessa estrutura, ou as recentes declarações do Presidente da República que não sabe se as suas despesas conseguem ser suportadas pelas remunerações a que tem direito (muito superiores à de um cidadão comum, quer as despesas, quer as remunerações), levam-nos a pensar que os nossos atores políticos ou não são solidários connosco ou não têm consciência das várias constrições que pedem ao povo. Por isso, há que pensar no país, na cidade e nos agentes gestores da causa pública que queremos (e merecemos) a gerir os nossos destinos.

Há uma rubrica no Programa da Capital Europeia da Juventude que muito me toca e na qual deposito grandes expectativas. “O projeto Youth City Makers pretende convocar os jovens para a vida política, incentivando o diálogo entre decisores políticos, organizações de juventude e jovens, fazendo uso da participação e da criatividade como ferramentas de análise das políticas públicas.” - in “Agenda Braga 2012,Capital Europeia da Juventude”.

Creio que não poderia vir em melhor altura esta chamada de atenção, que pretende envolver os jovens nas decisões estratégicas na vivência de uma cidade. A construção de uma cidade e de um país faz-se pela maior proximidade dos cidadãos juntos dos governantes, construindo uma cidadania participada e partilhada.

O termo “política” encontra a sua raíz na Polis da antiga Grécia, onde os cidadãos eram chamados a participar nos cargos de gestão e administração, de forma alternada, para ajudar a encontrar as melhores opções de desenvolvimento da sua localidade. Hoje confunde-se a política com os partidos políticos, os quais estamos habituados a eleger durante uma legislatura e a depositar a responsabilidade de gerir os nossos destinos. Mas não nos devemos distanciar, durante essa legislatura, das nossas responsabilidades.

A cidade e o país constroem-se na base do diálogo entre os vários interlocutores, não podendo nós afastar-nos das nossas obrigações, nem deixando os agentes representativos de um poder partidário fazer o que lhes é mais conveniente.

Por isso, em jeito de apelo, devemos estar atentos e participar nas ações do Youth City Makers, para podermos desenvolver e melhorar a nossa forma de participação e ajudar a prevenir que casos como os supracitados se repitam. Nesta lógica de construção democrática do país, todos temos de ser os operários, mas também os dirigentes dessa obra. Talvez assim, se restabeleça a confiança no País. E, por falar em Confiança, decorre até ao final do mês o Concurso de Ideias para a reabilitação desta antiga Fábrica. Participe!!!

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