António Braga: uma escolha amarrada ao passado
Ideias
2015-09-23 às 06h00
1.Para ouvir os “políticos” deste país, sejam eles membros do governo ou da oposição, seus representantes ou não, deputados, sindicalistas e todo aquele mundo de novas personalidades (!?) com interferência na vida e no dia a dia do povo, em regra “esbanjando” dinheiros públicos apesar das suas já reconhecidas inutilidade, ineficiência, valência pessoal e até inteligência. Vivendo em arrogância e descaramento passam o tempo pavoneando-se como senhores da razão e donos da verdade, bolçando teorias e teses e traçando cenários de pura utopia, mas sempre procurando “estripar”, “derrubar” e “assassinar” quem se opuser às suas ideias e “verdades” num ”terçar” de palavras e de esgares que já cansam e nada dizem.
Como se constata nos debates na AR, aliás bem explícitos quanto às suas inocuidade, futilidade e valia, perfilando-se os deputados como meros figurantes e actores das trágico-comédias e farsas que aí se desenrolam em toda uma incontornável atmosfera circense. Uma atmosfera circense a emergir de encenações burlescas e que vem invadindo as nossas casas através das TVs e sobretudo do Canal Parlamento, uma aposta “democrática”da Assunção Esteves que teria mostrado mais senso e inteligência, e mais respeito pelo povo, se vetasse tal efabulação pública dos despautérios, poucas vergonhas e alarvidades que lá decorrem. Reclamando recato, decoro e um mínimo de respeito, o povo, que tem vindo a sustentar e a aguentar as mordomias dessa gente, não pode ser coagido a assistir aos espectáculos degradantes e às barbaridades bolçadas por “oradores” de pacotilha, até pelos seus efeitos perversos num quadro de sanidade mental e intelectual. Aliás já não há a mínima pachorra para se ser confrontado com os fácies e esgares de estupidez, patetice, tola parvoice, escancarada mentira, falsidade, loucura utópica, desonestidade moral e intelectual e falta de carácter desses figurantes, vistam eles a pele de meros “papagaios falantes”, de “habitués em ápartes” ou tão só a de “operacionais” em ovações, graçolas, palmas, pateadas e “claques”.
Tão deslavadas estupidez e irresponsabilidade, além de perniciosas para a política e o país, já cansam e enjoam, como aliás causam mesmo náusea os “bate-bocas” de desavergonhice desdobrados em meras “estripagens” pessoais, “assassínios” de carácter, estúpidas explicações e “manipuladas” dissecações de que não emerge qualquer interesse público e que só desacreditam. Aliás já não há pachorra para o useiro enfatizar de críticas, siríacas promessas e desvarios “eleitoralistas”, tal como a não há para ouvir “comentadores” sabichões e “sindicalistas” profissionais debitando “palavras de ordem”, mormente quando se constata que tão só “obedecem” a esconsos interesses e à “verdade” que querem fazer crer.
Nesta especial “democracia” em que a sensatez e a razão deram lugar às loucuras e utopias de partidarites doentias e até obscenas, diga-se, passa-se o tempo a gritar, a protestar, a reclamar e a fazer greve sem se parar um pouco a pensar nos outros, nos que não barafustam, fazem greve, reclamam ou protestam e cujos direitos e interesses acabam por ser “atropelados” e atingidos.
Mas não é suposto que os sindicatos defendam tão só os direitos e interesses dos trabalhadores? Pode-se discordar da política de um governo e das suas ideias mas não há nada que justifique que se destrua ou se contribua para a destruição de qualquer parte do Estado, mesmo uma empresa, e se arruine o país. Afectando a vida de um povo, sindicalizado ou não, que já não tem pachorra para tanto egoísmo, insensatez, falta de solidariedade e “politiquice” balofa, e muito menos ainda para assistir ao “naufrágio” de uma nação milenar e ao desaparecimento de toda uma moral e virtudes. É óbvio que, em nome de interesses esconsos e bem perversos, sempre surgirão “Santinhos” de pau carunchoso, alguns “palhaços”, outras figuras enganadoras e políticos bem falantes a iludir o povo, a “perorar” demagogia e a “bolçar” democracia pelo que se impõe ter sempre a cabeça bem assente, estar atento e manter fresca a memória. Como aliás nos parece ter Rodrigo Salgueiro quando escreve que “o Discurso ‘socializante’ de António Costa para atrair o incauto eleitorado não passa de um «plágio» das demagógicas promessas de Hugo Chavez e de Alexis Tsipras”.
2. A Justiça está cada vez mais “amarrada” aos media, sendo inúmeros os advogados, aliás de esperteza saloia e “vivaços”, que, “apanhando-se” com uma procuração e um “caso” que lhes possa trazer dinheiro, nome e projecção profisssional, se desdobram e se afadigam em contactos e ligações aos órgãos de comunicação social em ordem a todo um manipulado e vantajoso “julgamento público”. Daí que sejam frequentes as suas declarações, informações, conversas e comentários às portas dos tribunais aquando da apresentação de detidos e das audiências (haja um fotógrafo, um jornalista que faça perguntas e uma câmara de TV por perto), sendo também já incontornáveis as entrevistas a solo ou mesmo com os arguidos presentes, natural e habilidosamente “industriados” e “ensaiados” quanto a silêncios e poses. Aliás temos vindo a ser confrontados com “manifestações” arregi- mentadas de apoio a este ou àquele arguido, com o curioso e ridículo, de há dias, numa dessas “espontâneas” manifestações, se deparar com o “inesperado” aparecimento do acusado a soltar uma lágrima “a pedido” e num abraço “de compromisso”. Com explícito assentimento e manifesto regosijo do seu advogado pelos seus benéficos reflexos na opinião pública, apesar de todo um atropelo às mais elementares e sérias regras da justiça e de uma ultrapassagem ao decoro, isenção, independência e imagem da mesma Justiça e seus valores. Num processo de óbvio ilusionismo, pretende-se assim criar e implantar ideias, frases e atitudes que possam “compor” a mais “conveniente imagem” do arguido, “formatando-se” logo juízos de compreensão e defesa ou de agravamento e acusação, e de certo modo condicionando-se a Justiça.
E já não há pachorra para aturar isto quando é sabido que os beneficiados com tal “amarração” de conveniência aos media, muitos deles de reduzidos conhecimentos jurídicos e de escassa valia técnica em intervenção, são advogados que tão só querem “trepar” como causídicos e alavancar novos e mais clientes e passam a vida a debitar palpites sobre a justiça, suas isenção, eficácia, valias e morosidade, mas omitindo que são eles os primeiros a “lançar mão” de todos os meios,recursos e estratégia para o retardar duma decisão, e até condicioná-la (o que se reflecte em termos de honorários). Aliás, como se vem constatando, são cada vez mais os que se “amarram” aos media e se “batem” por aparecer na TV, sendo natural que por vezes “caiam” no ridículo com comentários e afirmações intempestivas e patéticas, e até “resvalem” para atitudes indignas e respostas nada cordatas quando algo não é do seu agrado. Ou porque os jornalistas “teimam” e se “alargam” em perguntas incómodas ou se debruçam sobre questões inconvenientes. E, francamente, já não há pachorra para tais espectáculos!...
11 Dezembro 2024
11 Dezembro 2024
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário