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Investir na Juventude: o exemplo de Braga e desafios futuros

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Investir na Juventude: o exemplo de Braga e desafios futuros

Ideias Políticas

2025-02-11 às 06h00

Clara Almeida Clara Almeida

A recente visita da ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, ao Centro de Juventude de Braga, e os elogios rasgados ao trabalho do executivo municipal refletem um compromisso claro com as políticas de juventude. A distinção europeia atribuída ao Centro de Juventude e o facto de Braga dar nome à nova Carta Europeia da Participação Juvenil na Vida Local e Regional são sinais de que a cidade se tornou uma referência no setor. No entanto, apesar dos avanços, persistem desafios estruturais que não podem ser ignorados.
O investimento de mil milhões de euros do Governo nas políticas para a juventude é um passo importante e deve ser reconhecido. Medidas como o IRS Jovem, a isenção de impostos na compra de casa e o reforço do programa Porta 65 Jovem são essenciais para criar condições mais favoráveis à autonomia dos jovens. Além disso, a aposta na saúde mental, com mais de 100 mil consultas de psicologia e 50 mil de nutrição, mostra um olhar atento para os desafios que esta geração enfrenta. Ainda assim, há problemas estruturais que estas políticas, por si só, não resolvem.
Um dos grandes desafios da juventude atual é a grande lacuna existente na interação social. Embora a tecnologia tenha facilitado o acesso à informação e promovido novas formas de comunicação, também tem contribuído para o isolamento dos jovens, afastando-os do debate político e da participação cívica. A ilusão de interação através das plataformas digitais não substitui o contacto humano real, essencial para o desenvolvimento de pensamento crítico.
Adicionalmente, as dificuldades no acesso ao mercado de trabalho e habitação continuam a ser entraves significativos para a juventude. Apesar das medidas governamentais, os preços elevados da habitação e a precariedade laboral são problemas persistentes. Muitos jovens continuam a ser forçados a emigrar para procurar melhores oportunidades, o que representa uma perda de talento para o país. A política para a juventude tem de ir além dos incentivos financeiros e garantir condições reais de estabilidade e crescimento.
O reconhecimento internacional de Braga como um modelo em políticas de juventude é motivo de orgulho e deve servir de inspiração para outras regiões. Contudo, é fundamental que as iniciativas locais e nacionais não fiquem apenas por medidas pontuais e que se promova um envolvimento mais ativo dos jovens na vida pública. Incentivar debates, criar espaços de participação e garantir que a juventude tem uma voz ativa são medidas cruciais na construção de um futuro mais inclusivo e democrático.
Braga está a dar o exemplo, mas há um longo caminho a percorrer para garantir que a juventude não é apenas um tema político, mas uma verdadeira prioridade nacional.

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