Mais ação e dedicação pela saúde dos portugueses
Voz às Escolas
2021-09-23 às 06h00
Estamos de volta à Escola. Regressámos apreensivos pelo desconhecimento das condições em que teríamos de trabalhar, uma vez que, após um período de afastamento do contacto direto com os alunos, e conscientes de que as medidas de prevenção para conter a propagação do coronavírus COVID-19 tinham sido fortemente aligeiradas, corríamos o risco de enfrentar as dificuldades por todos vivenciadas no ano letivo transato.
Paralelamente, e não obstante a cobertura mediática da cultura do “está tudo bem”, as orientações que iam chegando às escolas não indiciavam a propalada acentuada melhoria da situação pandémica, com o consequente levantamento da obrigatoriedade de cumprimento de alguns procedimentos preventivos.
Efetivamente, quando em finais de julho as escolas foram informadas de que deveriam, à imagem do ano letivo anterior, proceder à aquisição de máscaras para o pessoal docente e não docente e para os alunos, era acrescentada uma pequena alteração – aquisição de máscaras, inclusivamente para os alunos do 1º. Ciclo do Ensino Básico.
Ora, se no ano letivo anterior, em que a situação pandémica atingiu as proporções que todos conhecemos, e no que respeita aos alunos, apenas tínhamos recebido instruções para proceder à aquisição de máscaras para os alunos do 2º. e do 3º. Ciclo e do Ensino Secundário, que leitura fazer do alargamento aos alunos do 1º. Ciclo?
No entanto, eis que, no dia 31 de agosto, e tendo já sido adquiridas as máscaras para os alunos do 1º. Ciclo, recebemos, da DGS, o documento intitulado “Referencial Escolas – Controlo da transmissão de Covid-19 em contexto escolar” em que é reiteradamente afirmado o seguinte, quanto à utilização de máscaras pelos alunos do 1º. Ciclo “…a utilização de máscara comunitária certificada ou máscara cirúrgica é fortemente recomendada, como medida adicional de proteção, em espaços interiores e exteriores …”, claro que após “treino no uso” e com supervisão por um adulto.
Bem, parece-me não ser necessário estarmos muito atentos para facilmente nos interrogarmos sobre a incongruência entre a aquisição de máscaras e a determinação do uso ser fortemente recomendado, o que não é, de todo, sinónimo de uso obrigatório.
Assim sendo, e não obstante os órgãos de gestão das escolas, em que têm acento, entre outros, representantes dos encarregados de educação, se pronunciarem favoravelmente ao uso de máscara, tendo presente que tal é fortemente recomendado, em espaços interiores e exteriores, o cumprimento fica ao critério de cada encarregado de educação.
Acresce que, a 8 de setembro, as escolas receberam o documento “Orientações para o serviço de refeições 2021/2022”, da análise do qual ressalta o agravamento das medidas de prevenção adotadas no ano letivo transato, o que, salvo melhor opinião em contrário, configura uma nova incongruência, com a agravante de não ter sido equacionada a existência de condições físicas, materiais e, sobretudo, humanas para a sua operacionalização.
E, assim, por um lado proliferam os discursos que apregoam o aligeiramento/termo das medidas de prevenção da propagação do vírus, o dito “dia da libertação”, embora dando “uma no cravo e outra na ferradura”, e, em contrapartida, as escolas não só devem dar continuidade às medidas constantes dos seus Planos de Contingência, como veem essas mesmas medidas agravadas.
Somos unânimes quanto à necessidade da retoma da normalidade das nossas vidas, mas qualquer cidadão consciente sabe que tudo depende da postura que adotarmos, porque enfrentamos um problema que, infelizmente, ainda não está sanado.
Incongruências geram conflitos e colocam as direções das escolas perante situações que poderiam ser evitadas, se as posições fossem, claramente, assumidas.
Acredito que, a partir da próxima semana, teremos condições para que tal aconteça.
Receio, apenas, que, fruto de tanta incongruência, deixe de ser opcional.
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