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A responsabilidade de todos

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Escreve quem sabe

2021-12-05 às 06h00

Joana Silva Joana Silva

Toda a gente tem dias bons e dias maus. Dias em que se está bem, e outros dias em que não. As nossas experiências seja, no campo que for, afetam a nossa forma de sentir.
Há quem tenha uma forte resiliência, e que é “seguro/a de si” e há, por outro lado, quem necessite da validação externa de outras pessoas que podem ser ou não significativas. Entenda-se por validação externa, a necessidade de ser aceite, de ser aprovado/a por terceiras pessoas, tais como, a família, os colegas de trabalho, e até os amigos.
Resume-se basicamente, à “necessidade de agradar”, por receio à rejeição. A “necessidade” de ser a melhor pessoa para todos nem que tenha de se prejudicar a si. Por exemplo, uma pessoa que está sistematicamente a motivar ou a elogiar alguém ou várias pessoas, das quais deseja atenção.
Poucas são as pessoas que tem a empatia de perceber que, quem tem por norma comportamentos/atitudes acima referidos, receia a não aceitação. Há quem use a mesma fraqueza para o sentido negativo, e mesmo que receba o bem, trata mal, categorizando e rotulando como “o/a melga”, ou “o/a cola”, ou “o/a chato/a”. Importa clarificar que a “necessidade de agradar” não está,relacionada com o “obter algo” em troca.
Quem tem um estilo de comunicação manipulador, sim, externaliza sentimentos positivos que não os tem com o intuito de receber uma compensação material. Por outro lado, há quem, “agrade”, porque deseja muito a compensação emocional. Receia a solidão, e por norma apresenta uma baixa autoestima e muitas inseguranças.
A “desvalorização” percebida ou entendida, faz com que se sintam profundamente tristes. Desacreditam de si e não se valorizam, só porque, não se sentem queridos/as , amados/as, ou desejados/as. Grande parte das fragilidades que se tem em adulto, derivam da infância, e esta “dependência” da validação das outras pessoas, não é exceção. Pessoas que foram negligenciadas afetivamente pelos pais ou pessoas significativas (pessoas com as quais passaram grande parte da sua vida), desenvolvem uma carência emocional que posteriormente pode conduzir às circunstâncias retratadas.
Tomemos o seguinte exemplo. Suponhamos uma criança que vive num ambiente disfuncional, onde os pais, constantemente enfatizam que a essa mesma criança “é feia”, “mal comportada”, “não faz nada bem”, e basicamente, tudo o que acontece de mal na sua casa, “é por culpa dela”. Não permitem que seja autónoma, nas suas decisões. Também na escola, suponhamos que, não se sente apreciada ou valorizada, nas suas capacidades comparada com os colegas. Todas estas criticas, vulnerabilizam a autoestima que começa na infância até a adultez. A criança agora adulta, com base nas criticas que lhe foram feitas, cresceu a acreditar que não é bom em nada.
Em analogia, é como vestir aquela camisola de palavras com que cresceu durante a infância, e apesar dos “ajustes” que faz não consegue deixar de a vestir. Mas há boas notícias! A autoestima é sempre recuperável, independentemente da idade que se tenha. Assim, se sente que se revê, nos aspetos atrás mencionados, perceba que tal como diz a expressão popular, “Ninguém agrada a gregos e a troianos”. Isto para dizer que, por mais que seja uma excelente pessoa, cheia de valores morais e de altruísmo para com o outro, haverá sempre quem simplesmente “não goste de si”. Às vezes até de forma gratuita. Repare, pessoas com “necessidade de agradar”, tem por tendência “atrair” pessoas de má índole.
Pessoas que são mais seguras, no que concerne à sua autoestima, respeitam-se, e sabem “filtrar” o que não vale a pena o seu desgaste psicológico ou emocional. Isto para dizer, que deve sempre “agradar-se a si” em primeiro lugar. O seu bem-estar, não depende de terceiras pessoas, só de si em exclusivo. Como fazer?
Importe-se menos.
Importe-se apenas com as pessoas que o procuram e perguntam de si, como está. Se não sente que é aceite, o problema pode não estar em si, mas no ambiente no qual está inserido.
Aqueles/as que afirmam consecutivamente que não gostam de X, Y ou Z (no sentido em que nunca está satisfeito/a com nada ou ninguém) muitas vezes nem de elas próprias gostam.
Importe-se em encerrar ciclos.
Não precisa de todo, de pessoas, que apenas o/a procuram, só porque precisam de falar deles próprios. Feche os ciclos em que a relação interpessoal que tem, em vez de ajudar, só o/a derruba. Importe-se em não dar explicações. A única explicação a dar é a si próprio/a e não aos outros.
Importe-se em cuidar de si, através de ajuda especializada, como por exemplo, uma terapia psicológica onde através de estratégias psicológicas tratará os seus bloqueios emocionais.
Por ultimo e mais do que tudo, importe--se em ser feliz.

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