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É hora de Enterrar os problemas do Ensino Superior

O fim da alternância

É hora de Enterrar os problemas do Ensino Superior

Ideias Políticas

2022-05-10 às 06h00

Gonçalo Silva Gonçalo Silva

Ao longo de um par de anos com aulas on-line, a Gata não só perdeu o emprego com a pandemia, como foi obrigada a continuar a pagar residência da qual não usufruía e teve que se adaptar a um método de ensino há distância – resumidamente, a Gata perdeu dois anos de conteúdo lectivo mas, finalmente, volta a ser enterrada em Maio de 2022, como é habitual.
A tradição académica sai mais uma vez à rua, os estudantes organizam os seus desfiles, momentos culturais e eventos nas ruas da cidade de Braga – em celebração do Enterro da Gata. Mostram precisamente a estreita ligação entre os estudantes da Academia e a realidade da capital minhota. A tradição académica e a cultura da juventude estudantil são partes integrantes da dinâmica da cidade, algo que regularmente é esquecido por parte do município, do governo e dos que pregam pelo prestígio e reconhecimento internacional da Universidade do Minho.
Seja aquando da discussão sobre novas residências universitárias ou do reforço do serviço de transportes públicos de qualidade (no qual se salienta a ligação ferroviária entre Guimarães e Braga, servindo os alunos deslocados) é perceptível que as opções de classe dos dirigentes das autarquias locais está muito longe de responder aos problemas dos estudantes.
Com o lema “A Gata Não Quer Mais Arroz” a Associação Académica da Universidade do Minho usa o evento como espaço de intervenção para destacar os problemas que o Ensino Superior enfrenta a nível nacional: a barreira económica que a propina representa, a escassez de Ação Social, a falta de condições e números de camas nas residências, o assédio institucional dentro das Universidades, o fim dos mestrados integrados, a subida do valor da propina de 2º e 3º ciclo, a precariedade nos estágios e na vida profissional, as taxas e emolumentos.
Assim como outras Academias que saíram à rua no passado 24 de Março, o caminho é de unidade, pois os estudantes têm memória e recordam-se das consequências danosas de governos maioria absoluta: do governo PS-Sócrates que instaurou o processo de Bolonha, resultando na quebra de matéria leccionada e métodos de avaliação contínua, e do governo da troika (PSD-CDS) com os cortes no financiamento do Ensino Superior que criaram a fossa e a maioria dos problemas que se vivem actualmente nas Universidades. Assim, com isto em mente, os estudantes apontam o dedo ao governo para que cumpra o papel de proteger os jovens e aqueles que iniciam uma vida independente dos efeitos nefastos do aumento do custo de vida e da inflação galopantes. Tal como nos governos da Troika, os jovens não aceitam que coloquem o nosso futuro em risco e saem à rua em vários pontos do países para defender o seus direitos – destacam-se os estudantes das Licenciaturas em Artes Visuais e Teatro da Universidade do Minho, que saíram à rua no passado dia 20 de Abril pela solução dos problemas do Teatro Jordão e da necessidade de acabar com a falta de polos específicos com condições para dar resposta às necessidades lectivas dos alunos de artes.
É com a unidade dos estudantes a nível nacional que se defendem e conquistam direitos. É hora de seguir em frente na luta por um Ensino Superior público, gratuito, democrático e de qualidade.

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