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Herança de Abril

As emoções no outono

Herança de Abril

Ideias Políticas

2024-04-30 às 06h00

Inês Rodrigues Inês Rodrigues

Fez, na semana passada, 50 anos de um dia que tornou Portugal livre.
As grilhetas da opressão colapsaram com a força de um povo que, liderado pelas suas forças armadas, decidiu ser livre. Portugal viveu 48 anos de uma profunda escuridão, onde éramos um país desgraçado, triste, sem nada. Quando nos demos conta, Portugal não sabia ler nem escrever, a corrupção secou o Estado e o mundo à nossa volta evoluiu. As crianças mais depressa sabiam o caminho para a fábrica, do que o caminho para a escola. A infame guerra que condenou milhares à morte, arrastou-nos para o colapso moral e financeiro.
O 25 de Abril trouxe-nos tudo - trouxe-nos tudo aquilo que precisamos para construir um Portugal pelas nossas próprias mãos. Trouxe-nos muito mais do que liberdade, trouxe-nos o poder de decidir coletivamente o nosso futuro. O Partido Socialista sempre foi muito claro nesta matéria. A nossa luta contra o regime levou muitos de nós ao exílio. Mário Soares, Tito de Morais, Ramos da Costa, entre tantos outros que fugiram pelas suas vidas.
Em Braga, com o PS, afirmamos a agenda de uma cidade que se revolucionou após o 25 de Abril. Graças ao esforço dos nossos autarcas e dos nossos militantes, democratizamos Braga, construímos a cidade e virando-nos ao mundo.
Devemos ainda a Abril, o direito a sermos mulheres livres, o direito a participar na vida política, a votar e a ser eleitas, a liderar e sonhar. Abril trouxe-me a oportunidade de vos escrever como a Primeira Mulher Presidente da JS Braga.
Devemos também ao 25 de Abril sermos um país que rompeu as paredes do seu império e se abriu à Europa. Portugal hoje é um país central no espaço europeu, capaz de se afirmar como um Pêndulo na diplomacia global. Portugal está ao lado dos povos que sofrem, como aqueles que ainda aguardam abril na Ucrânia e em Gaza. O papel de Portugal na Europa orgulha todo o povo português.
Nas vésperas das Eleições Europeias, quero-vos dizer que sou filha de abril, de Portugal e da Europa e que não podemos encarar as próximas eleições europeias como mais uma eleição - votar nas próximas europeias é votar por Portugal.
Mas na última quinta feira, tal como há 50 anos, Portugal decidiu fazer um novo 25 de Abril. Enchentes nunca vistas por esta geração saíram à rua e, tal como nos casamentos, renovamos os votos com Abril. Renovamos os votos de um amor - o amor à liberdade da qual não abdicamos nem por um segundo.
Somos os filhos de abril. Os jovens que nasceram num Portugal democrático consolidado e maduro. Somos os jovens que têm uma dívida de gratidão com os Capitães de Abril, com os resistentes e que hoje são os herdeiros, Mas sabemos que virá o dia em que já não haverá em Portugal quem se lembre de como era.
Cá estaremos, nesse dia, em vosso nome e em nome da liberdade, a lutar para que nunca voltemos atrás.

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