Correio do Minho

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Halloween

Maximinos: Educação Projetada para o Futuro

Ideias

2015-01-02 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

A festa do Halloween em Braga, mormente a do Festival de Bruxarias do Vale d´Este ocorrida este ano, afigurou-se-nos como algo de invulgar e de insólito, até pelo seu inesperado e particular projecção (v.g. “C.Minho” de 2.11.14 e de 3.11.14), tendo sido para nós uma grande surpresa que tal “americanice” já tivesse invadido especialmente o Minho e se enraizado no povo, se bem que em quase todo o mundo se venha desde há tempos festejando a “noite das Bruxas”.

É em escolas, locais de diversão nocturna, organismos, estabelecimentos públicos, ruas, etc., mas não há nada a fazer quando uma moda pega, sobretudo se inflacionada por certos interesses e “lançada” por uma máquina comercial direccionada ao negócio, a trazer vida e movimento, a chamar a atenção e atrair clientela, ou tão só a “marcar posição” na nebulosa da política local. Daí o incentivar-se tais eventos, como o “Dia de S. Valentim” ou “dia dos namorados” e outros “dias” e “noites” insólitos e até inócuos, aliás resultado de toda uma crescente globalização, mesmo que se “atropelem” costumes, usos, sentimentos e crenças ancestrais. Uma globalização que de certo modo até tem sido perversa para o país, desde há muito “viciado” em imitar e “amacacar” tudo quanto vê na “estranja” sem medir consequências e atentar nas realidades.

Tornou-se já banalidade, numa vertigem de rotina e de ridículo, a comemoração de um “dia” ou de uma “noite” de qualquer coisa, sendo que muitas dessas comemorações, mesmo que emergentes e apoiadas pelos poderes público, político ou sindical, não conseguem ultrapassar o ridículo, absurdo e o chocante de muita desfaçatez e algum desvario, “espojando-se” nas já habituais e conhecidas figuras e “respondendo” a esconsos interesses. Aliás já nos cansam e causam alergia certas comemorações, realizações e outras manifestações, como nos cansam e causam alergia as muitas “bruxas e feitiços” que vêm povoando o nosso dia a dia, e desde há anos, e as contínuas ameaças de velhos e conhecidos “fantasmas”.

Embora não crente, afigura-se-nos que de há uns tempos a esta parte nos “lançaram as cartas” ou um “mau olhado”, tantas têm sido as travessuras, as torpes magias, as “caldeiradas”, os golpes e feitiços dos muitos “bruxos” que nos têm vindo governando. E, note-se, com bruxedos, maus olhados e feitiços “lançados” a toda a hora, aterrorizando-nos com ameaças e assombrações, vampiros e fantasmas, alguns de jovem maturação mística.

Aliás tais eventos, como os do Hallowenn, visando embora o divertimento acabam sempre por desaguar em perversas e assustadoras “vertigens” de misticismo e feiticismo devido às tão extravagantes, arrepiantes e insólitas vestimentas, adereços, pinturas, máscaras, cabeleiras, esqueletos, figuras draculianas, caveiras e abóboras esburadas contendo velas dentro, importando não se olvidar os possíveis e nefastos reflexos nos mais frágeis, fracos e “crentes”. Uma brincadeira que não é de todo “inocente” por lhe estarem indexados interesses comerciais, de propaganda e outros sinais como um ”Pão do Diabo”, umas “Moelinhas de Vampiro”, uns “Banhos de Bruxa”, além de uns enchidos e outros acepipes de claro e apelativo misticismo e de um fracturante feiticismo económico.

Mas verdadeiramente o que nos preocupa é que tudo o que tem sido “copiado” e “importado” vem “tolhendo” os membros e a mente do nosso povo, e desde há muito diga-se, ainda que isso não seja devido a maus olhados ou mezinhas cozinhadas e remexidas nas panelas da bruxaria. Aliás tudo quanto se copiou ou se tentou “importar” sempre se revelou uma má cópia e descambou em “barraca”, arruinando o país, de modo nenhum preparado para as magias, cozeduras e mexidelas nos tachos da “política” por conhecidos “bruxos”, impondo-se dizer que logo após o 25 de Abril, à pressa e utópicamente se quis “copiar” democracias, sistemas e modelos que vingavam lá fora, mas esquecendo o país, sua pequenez e os valores de uma cultura milenar. “Imitando”, fazendo-se tudo “à grande e à francesa” por nos termos por mais competentes e “espertos” do que os outros, aliás natural fruto da usual vaidade lusitana e do seu habitual “espírito de desenrascanço”. E o que isto trouxe?

Todo um conjunto de alterações, de mudanças, de leis e de institutos e todo um viver em desatino e desvario que nos levou à bancarrota e a um ajoelhar perante os credores que afinal vêm sustentando e pagando as loucuras e as utopias de alguns “feitiços” e “bruxarias” ditas democráticas, aliás conduzidas e alimentadas pelas “mezinhas” e o “mau olhado” de uma nova classe, a dos políticos, uns verdadeiros magos e “bruxos” na arte da assombração e do fantasmagórico. Aqui e ali “ressuscitando” os fantasmas e as “caveiras” da fome e miséria, ainda que sempre sorrindo e acenando com toda uma panaceia de promessas e riqueza num utópico e fantasioso desbobinar de um palavreado bolorento e tresandando a mofo.

Mas viva o Halloween e o insólito, invulgar e ianque evento aportuguesado em Este, anotando-se ter sido escrito que o “Padre Fontes «exorciza » os males das gentes do Vale d´Este”, que “o Sacerdote preparou queimada, licor à base de aguardente, açúcar amarelo, maçã e canela, para esconjurar os males do corpo e da alma das gentes da localidade”, e que no lugar de Linhares duas mil pesssoas viveram “noite de misticismo”. E daí lamentarmos não se ter privado e convivido com o “artista” convidado, uma atracção enquanto padre e impulsionador do mítico congresso de Vilar de Perdizes e “conhecido como «dom bruxo»”, aliás uma figura que, embora se afirme “anti magia, anti feitiçaria, anti bruxo”, recriou uma prática tradicional do povo celta em finais de Outubro com a preparação da queimada, “que depois foi servida a todos os interessados”. Que pena não a termos saboreado!...

Mas para o ano lá estaremos na esperança de ser “salpicado com azevinho” , “exorcizado” e “libertado” de toda a bruxaria e mau olhado que invadiu este país e todos os portugueses, confiando em que o “dom bruxo”, na sua contraditória personalidade de ser e de estar, nos traga mais saúde, pão, trabalho e justiça social e sobretudo menos impostos e políticos. E uma boa “queimada”, diga-se, que não deixaremos de acompanhar com umas “Moelinhas de Vampiro” se forem bem picantes, místicas e entremeadas de feiticismo e nos façam mergulhar no “oculto”, “bruxedo” e “feitiço” de uma vida em seriedade, verdade e dignidade. E já agora, numa democracia que se veja e ... sem “fantasmas” políticos e bancários!

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