Investir na Juventude: o exemplo de Braga e desafios futuros
Ideias
2025-01-19 às 06h00
A cidade de Guimarães tem vindo a assumir um papel de destaque na promoção de práticas sustentáveis. Os recentes testes à mobilidade têm despertado atenção e debate. Mas até que ponto estas medidas são eficazes e compatíveis com as necessidades da população?
Os testes à mobilidade em Guimarães, como a criação de zonas de acesso condicionado, expansão de ciclovias e restrição ao tráfego automóvel em áreas centrais, são medidas que alinham a cidade com uma visão europeia de urbanismo sustentável. Estas iniciativas procuram não só reduzir as emissões de carbono e promover modos de transporte mais ecológicos, mas também melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, tornando o espaço público mais acessível e seguro.
Por outro lado, os desafios são evidentes. Muitos comerciantes e residentes têm levantado preocupações sobre o impacto destas restrições no acesso ao centro da cidade, especialmente para pessoas com mobilidade reduzida ou que dependem do automóvel para o seu dia a dia. Apesar do recente projeto de Transporte Público Flexível, Vitrusbus, implementado pelo município com o objetivo de mitigar o défice de oferta por parte dos operadores existes - projeto que veio aumentar a oferta de transportes, aproximar as populações com a cidade e dinamizar a rede de oferta - há também questões quanto à disponibilidade de alternativas de transporte público, que, muitos ainda dizem, por vezes não oferecem a frequência, cobertura ou qualidade necessárias para substituir o carro como principal meio de deslocação.
Ainda assim, é inegável que a dependência excessiva do automóvel privado é insustentável, tanto para o ambiente como para o planeamento urbano. O congestionamento, o ruído e a poluição do ar afetam negativamente a saúde pública e a atratividade de Guimarães enquanto destino turístico e local de residência.
A solução, como em qualquer transformação urbana, passa por um equilíbrio. Os testes de mobilidade são fundamentais, mas precisam de ser acompanhados por um diálogo aberto e inclusivo com a comunidade. Devem ser criadas infraestruturas alternativas robustas, como transportes públicos eficientes e acessíveis, ciclovias seguras e bolsas de estaciona- mento periféricos adequados. Além disso, é necessário tempo para que a população se adapte e perceba os benefícios a longo prazo.
Os testes de mobilidade não são o fim, mas um meio para repensar a cidade que se pretende. Guimarães tem a oportunidade de liderar pelo exemplo, mostrando que é possível conciliar inovação, sustentabilidade e inclusão. O caminho pode ser difícil, mas os resultados podem transformar a cidade num modelo de convivência urbana equilibrada. Afinal, a verdadeira modernidade é a que cuida das pessoas e do planeta.
11 Fevereiro 2025
10 Fevereiro 2025
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