Correio do Minho

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Governo e orçamento de Estado traíram, mais uma vez, os enfermeiros

As emoções no outono

Voz à Saúde

2021-11-06 às 06h00

Humberto Domingues Humberto Domingues

O Orçamento de Estado (OE) foi chumbado na Assembleia da República (AR), felizmente para os Enfermeiros. E a esperança desta Classe Profissional é que se vá para eleições antecipadas, para daqui nascer um novo Governo e outro Parlamento, que passe a ter sensibilidade e dê resposta positiva às causas dos Enfermeiros.
Quando dizemos que felizmente o OE foi chumbado, sustentamos esta afirmação no facto de não estar inscrito neste magno documento nenhuma forma justa e merecida, de valorização efectiva, para os Enfermeiros.
Na avaliação que se fez do OE, entre outras coisas más, e segundo a Própria Ordem dos Enfermeiros, estavam inscritos 220 milhões de euros para a valorização dos Recursos Humanos. Mas destes 220 milhões, foram destinados 200 milhões de euros para a Classe Médica. Os outros 20 milhões de euros seriam para as outras Classes da Saúde? Quanto ficaria para os Enfermeiros?
Os Enfermeiros andam há anos a demonstrar e a reivindicar a valorização da “Carreira” e as necessárias progressões. Nem Governo, nem oposição atendem a estas reivindicações!
Depois de todo o esforço brutal, sem gozar férias, nem folgas, com sacrifícios pessoais e familiares enormes, para assegurar o funcionamento dos serviços em situação calamitosa e de rotura na pandemia (internamento, consultas, visitas domiciliárias, vacinação, etc.), evitando-se assim, a rotura destes serviços e, fazendo-se a vacinação dos cidadãos que alcançou uma taxa histórica de cobertura de 85%, com o sucesso e dedicação que todos sabem e que o Sr. Vice-Almirante Gouveia e Melo, reconheceu e verbalizou: “… não posso deixar em especial destes profissionais, realçar os Enfermeiros. Fantásticos. Nós devemos muito a essa Classe”... só o Governo não viu e por isso não tinha nada mais para “oferecer” no OE? Que traição! Que ingratidão! Que perfídia!
Todos ficaram impressionados com o trabalho de uma batalha que parecia infindável, mas vacinamos milhões de cidadãos e vencemos a batalha. Mas parece que hoje, Governo, Partidos e Políticos se esqueceram e não souberam expressar nem verter no OE (que acabou chumbado) a devida correção de iniquidades e as assimetrias que duram há vários anos, sobre os Enfermeiros Portugueses. Injustiça! Traição! Hoje os Enfermeiros têm uma Carreira em escombros, que foi demolida também por um anterior Governo Socialista (2009). Portanto os Governos Socialistas não gostam, não apoiam nem valorizam os Enfermeiros!
Perante esta realidade, os Enfermeiros são forçados a endurecer a luta e voltar à rua, porque não é hora de ficar em casa! Não é hora de pensar que os outros farão por mim! É hora de firmeza! É hora de protesto! É hora de manifestação! Porque é hora de olhar para o futuro. É hora de vir para a rua, de forma ordeira e respeitadora, manifestar o nosso descontentamento pela Carreira de Enfermagem, lutar pela contagem de pontos/tempo e pela progressão e lutar por melhor remuneração e reconhecimento salarial.
A Sra. Ministra da Saúde não atendeu os Enfermeiros até agora e dificilmente o fará no futuro, não deixando assim alternativa ao protesto e firmeza dos Sindicatos e Classe de Enfermagem. Não é momento de ceder. Não pode haver equívocos nem desculpas. É momento de garra, de luta e de afirmação!
O primeiro passo foi dado no dia 28 de Outubro, numa manifestação frente à Assembleia da República (AR), alertando para a insatisfação, injustiças e assimetrias que se vivem no seio da Classe de Enfermagem. Não foi por acaso, que nesta manifestação, se verificou a presença de todos os Presidentes dos Sindicatos da Classe, que deixaram palavras de continuidade e endurecimento da luta.
Esta luta tem que ser endurecida para que os partidos possam ouvir, mais uma vez, (eles já conhecem) as reivindicações mais que justas dos Enfermeiros e para que não voltem a trair os Enfermeiros que são a maior Classe Profissional do SNS.
Não podemos admitir que sejam os Partidos a nivelar por baixo, as remunerações e a valorização profissional, quando os Enfermeiros Portugueses, com as habilitações literárias que possuem e as qualificações profissionais e a responsabilidade diária que todos os dias lhes é confiada, com a vida dos doentes nas mãos, asseguram o que de melhor há na saúde do tratar e do cuidar da Pessoa/Cidadão doente.

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