IFLA Trend Report 2024
Ideias
2022-10-10 às 06h00
Existem imensas razões pelas quais o retalho e as tecnologias sempre foram os domínios que mais me fascinavam. Acredito que esse fascínio, acima de tudo, resulte da complexidade das duas áreas, para além dos constantes desafios que daí advêm. Quer sejam ineficiências dos modelos e processos de negócio a necessitar de melhorias, das ineficazes arquiteturas e/ou aplicações desajustadas, tudo são pretextos para aprender e/ou consolidar mais e melhor conhecimento. Alguns dos gigantes retalhistas por onde tive a oportunidade de trabalhar e aprender, procuram sistematicamente aperfeiçoar-se, não só resultado da dinâmica dos seus competidores, como também com a intenção de responder rapidamente às oscilantes preferências dos seus consumidores.
A minimização de custos de inventário e a garantia de disponibilidade do produto na prateleira na loja, no devido tempo, sempre foi e será um dos principais pilares no retalho. Tenho visto que certas organizações apostam não só na tradicional gestão do seu próprio inventário, como também implementam outros mecanismos, como é o caso da gestão do inventário feita por parte do fornecedor (conceito denominado por VMI – “Vendor Managed Inventory”).
A “gestão de inventário realizada pelo fornecedor” tem como principal objetivo a procura de uma cadeia de abastecimento de maior confiança, mais colaborativa e eficiente, beneficiando ambos os intervenientes. Sendo a tarefa de planear e reaprovisionar da inteira responsabilidade do fornecedor e não do responsável de compras da organização consumidora, a aplicação deste conceito de gestão de inventário é sempre mais penalizadora para quem fabrica ou fornece os bens, a curto prazo. Será da responsabilidade do retalhista a constante partilha de informação sobre a posição de inventário e das suas vendas. O planeamento de mercadoria e necessário abastecimento deverá ser garantido pelo fornecedor, em consonância com a análise das informações partilhadas. Após receção da mercadoria, é espoletada uma ordem de compra no sistema informático do retalhista sem que haja qualquer intervenção do comprador. Esta ordem de compra iguala as quantidades recebidas. A partir deste momento, a propriedade do inventário passa a ser do retalhista.
Tenho também notado que este conceito se confunde, ainda, com “consignação”. A consignação corresponde a um modelo de negócio onde existe um acordo comercial entre duas partes, um consignante (por exemplo, o fornecedor) e um consignatário (por exemplo, o retalhista). Sempre que a mercadoria for enviada pelo fornecedor e recebida à consignação, na localização do retalhista, a propriedade da mercadoria será do fornecedor até ao momento em que esta seja vendida ou devolvida pelo consumidor. Veja-se, por exemplo, o caso das lojas que vendem vestuário, revistas e livros à consignação. Aquando da venda de um livro ao consumidor final, por exemplo, dar-se-á simultaneamente entrada e saída de inventário no sistema informático, para além da correspondente criação de uma ordem de compra com as quantidades recebidas a igualarem as quantidades vendidas. É neste momento que o retalhista assume a propriedade da mercadoria e a perde imediatamente para o consumidor, passos relevantes para efeitos contabilísticos e de faturação.
Perceber os ciclos de vida de inventário consignado, para além das formas de gestão de inventário pelo retalhista ou pelo fornecedor, são temas complexos e multidisciplinares. Ainda que possam ser aplicados em simultâneo, todos estes conceitos são bem distintos. Por conseguinte, se alguma vez almejar aplicar no seu negócio alguns destes processos, procure aprofundar o seu conhecimento sobre os mesmos, analisando os prós e contras que certas etapas poderão acarretar para o seu negócio.
*com JMS
11 Outubro 2024
11 Outubro 2024
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