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Fisionomia de “patchwork de retratos”

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Fisionomia de “patchwork de retratos”

Ensino

2020-04-22 às 06h00

Rosa M.M.Venâncio Rosa M.M.Venâncio

Apesar de vivermos um estado de exceção, tornou-se frequente vermos, de forma repetida e exaustiva, nas redes sociais ilustrações, com a fisionomia de “patchwork de retratos” , de inúmeras histórias que parecem acontecer, quase todas à mesma hora e no mesmo local, relatando reuniões de trabalho ou reencontros de músicos em diferentes palcos num concerto a várias vozes, ou a apenas a sequência de uma conversa fugaz entre namorados, amigos ou familiares.
Também não são exceção neste estado de exceção, os meios de comunicação social, as televisões, as rádios, os jornais divulgarem continuamente imagens, sons e palavras mas hoje falam-nos das “novas “escolas sem alunos! Todavia, a escola, quase indiferente às noticias, continuou a cumprir o seu papel porque o professor, que se sente, muitas vezes, solitário, precisava do seu refúgio, a sua sala de aulas, os seus alunos e acabou por encontrá-los através de uma videoconferência para a qual parecia não estar preparado. A sala de aulas do professor, quase como magia, reproduziu-se em inúmeras “escolas” de muito menor dimensão e este deixou de sentir-se sozinho!
As suas aulas passaram a serem coadjuvados pelos seus alunos, por “novos professores,” também pais e trabalhadores, e ainda por “ferramentas de aprendizagem, muitas vezes, pouco amadas, como o caso do telemóvel que adquiriu um estatuto relevante. Sim, apesar das restrições ao seu uso o “Covid 19” transformou-o num aliado, e o professor aceitou-o sem reservas.

Há muito tempo que ouvimos dizer que é preciso reinventar a escola. Agora de uma forma abrupta, inesperada, apercebemo-nos que ela já está diferente! Por vezes, receia não estar à altura, do que lhe exigimos, do que esperamos dela, mas sem medos a escola surpreende-nos com a sua capacidade de adaptação. As suas forças eram, até há pouco tempo, desconhecidas para muitos de nós, porque a sua história de resiliência foi sendo construída, em segredo, com percalços e vitórias. O “Coronavírus” obrigou-a a abrir o portão, “libertar” os alunos e evidenciar o quanto é essencial.
O “evento” foi um momento mágico e trágico. Ficamos todos juntos apesar das ameaças de separação e o sistema de ensino-aprendizagem passou a ter uma outra dimensão e um outro colorido, deixou de estar limitado a um espaço físico muitas vezes esquecido, sem o corrupio de um dia normal de aulas, para obtenção de um resultado.
Hoje aprendemos juntos apesar do isolamento e mesmo que o sentimento que nos assole, neste estado de exceção, seja o da privação das nossas liberdades individuais, sabemos que estamos em abril, o mês do dia da liberdade e o medo não nos pode aprisionar de estarmos juntos nesta(s) causa(s).

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